[RP Fechada] The Great Master

A chuva que batia na janela de sua área de trabalho desfocava os pensamentos de Althea do que ela deveria estar fazendo, era difícil para ela focar em duas coisas ao mesmo tempo, principalmente quando tentava desfocar das coisas engasgadas em sua garganta que tentava abafar trabalhando, completamente rodeada de papéis, tentando ocupar sua mente diariamente, porém quando ficava sozinha no escuro, após apagar as velas de seu quarto na fria torre, não conseguia evitar os pensamentos que lhe atingiam como uma onda de magia.

Levou a mão até a testa, respirando fundo e fechando os olhos, jogada sobre os papéis, até que foi surpreendida de súbito pela porta se abrindo, franziu o cenho ao ver um mordomo do outro lado a fitando.

— O Senhor ordenou que lhe acompanhasse até seus aposentos. — O mordomo disse em alto e bom som, extremamente cordial. Althea ficou confusa e seu cenho franziu-se mais ainda, os olhos azuis cristalinos perdidos.

— Ele disse o motivo?

Não entendia por que sua presença era requisitada de maneira tão súbita, sem aviso ou motivo aparente. Isto só podia significar que estava sendo medíocre em seu trabalho e provavelmente levaria um sermão ou seria demitida. Ela suspirou pesadamente, certo que tinha suas limitações e precisava ler outras coisas com frequência, porém estava dando o seu melhor e fazendo até o que não podia para continuar ali. O homem continuou em silêncio, parado, esperando ela se mover. Althea se deu por vencida e levantou-se, sentindo um leve incômodo na coluna por ter ficado sentada por tanto tempo.

O mordomo parecia um carrapato a seguindo há poucos centímetros como se fosse um animal extremamente inconveniente, mas ela apenas continuou caminhando até o local indicado, enquanto o vestido azul escuro deslizava pelo piso de pedra. Se sentia mais e mais nervosa à medida que se aproximava dos aposentos e quando a porta foi aberta pelo servo e ela o viu de costas, sentiu um gelo na espinha, engoliu em seco, procurando coragem para falar.

— Sir Wasser... Recebi ordens de vir até aqui. Fiz algo errado? — Sua voz estava trêmula, suas mãos também tremiam então ela as juntou em frente ao torso. Não conseguia esconder sua preocupação e nervosismo.

Abaixou o olhar quando não obteve resposta sobre a pergunta que havia feito, ele não possuía qualquer obrigação de responder, de qualquer forma. A coragem sumiu de seu rosto que perdeu toda a ruborização e ficou ainda mais pálido quando o viu se aproximando, engoliu em seco quando sentiu sua presença atrás de si e piorou ainda mais quando seus joelhos fraquejaram com sua ação e ela se viu curvada. Bem, não havia como saber deste detalhe, ela nunca havia precisado se curvar perante ele antes.

Sua mente rodopiava em possibilidades sobre o que estava acontecendo, afundada em confusão, principalmente quando sentiu sua respiração em seu ouvido e suas palavras. Que tipo de interrogação era aquela? As palavras se engasgaram e ela ficou em silêncio, sentindo seus lábios ficarem dormentes de tanto nervosismo e ansiedade, só queria saber o que estava acontecendo, embora tivesse quase certeza de que seria a pior das possibilidades que circulavam em seu cérebro. O observou se afastar e começou a recuperar a postura lentamente. O que ela mais queria? Não sabia dizer, ao menos não o que realmente queria, pois seria extremamente impróprio e constrangedor. Além dele, o que mais desejava? Era feliz com o que possuía, com seus pais e suas ambições. Havia apenas uma coisa que amargurava seu coração entre os dias frios daquele reino.

— Perdoe-me, Sir Wasser, não compreendo. Se meus serviços acabaram, suponho que não precise mais de mim. Não quero ser um empecilho em seu caminho ou seus planos, posso voltar para Vreth pela manhã se assim desejar.

Não desejava partir ou deixá-lo, embora soubesse que não era nada além de uma serva que conseguira um bom cargo por seu potencial. O homem à sua frente era fechado demais para se compreender por completo e ela não sabia se estava sendo punida por algo ou não, seus olhos arregalados expressavam confusão e medo.

A mente de Althea estava uma bagunça completa, as palavras fugiram de seus lábios quando ele se aproximou novamente, queria dizer que sabia o que queria, que desde que o conheceu o que queria era ele, porém não podia se permitir dizer isto ou sequer expressar esta blasfêmia. A forma que ele se dirigia à ela era extremamente feroz porém íntima e isto só causava mais confusão sobre suas intenções ou sobre o que diabos estava acontecendo. Quando ouviu suas palavras sobre se envolver com uma plebeia, seus olhos cristalinos se arregalaram mais ainda, se é que isto era possível. Do que estava falando? Queria conselhos sobre relacionamentos? Althea sequer havia olhado para um homem com a intenção de ter algo romântico, era completamente esquisita e desajeitada nesta questão, sem mencionar sua juventude. Seu lorde devia ter tido centenas de experiências com várias mulheres diferentes enquanto ela só havia visto a anatomia masculina de relance quando via seus pais trabalhando com vítimas que precisavam ser despidas e honestamente, não era a melhor forma de se ver estas coisas. Então tudo isso só a deixava mais confusa.

Sequer percebeu que estava ajoelhada até ele se levantar e continuar falando, Althea pensou não ter ouvido direito quando ele a nomeou condessa, sua confusão era visível. Ela, uma condessa? Queria muito perguntar se ele havia usado ópio ou algum tipo de alucinógeno pior do que este que estava devorando seu cérebro, porém seu choque era tão grande que não conseguiu falar nada, apenas levantou-se como ordenado, quase pisando em seu vestido de tão nervosa que estava.

— Sir... Eu creio que estás enganado...

Antes que pudesse terminar de falar se surpreendeu com a figura despida de Gregorius, não havia lua no céu chuvoso, porém poderia jurar que sua beleza brilhava como uma estrela. O vento cantarolava passando pelas brechas de pedra e ela não sabia se saía correndo para fora dali ou se corria para seus braços. Sua respiração ficou pesada, como se seus pulmões houvessem perdido 90% de sua capacidade e seus olhos percorriam seu corpo, arregalados. Seu rosto ruborizou nas bochechas, tão vermelho que parecia um tomate. E como o sangue que percorria suas veias estavam indo tão rápido que agora já não sentia suas pernas, sentiu uma leve tontura. Toda aquela situação era desconcertante.

— Eu... Bem...

Fitou seus olhos agora, mexendo os dedos que tremiam nervosos. Em um impulso deu dois passos para a frente, mas logo parou.

— Sei bem o que quero, Sir Wasser. Porém seria impróprio de se dizer em voz alta. Na verdade, estou me esforçando muito para não gaguejar agora e me sinto patética.

Althea tentou manter os olhos nos dele e não deslizar para seu corpo novamente. Talvez ele estivesse bêbado, talvez a magia houvesse corroído suas funções cerebrais. Ela não sabia exatamente o que acontecia. Há alguns minutos atrás tentava tirá-lo de sua mente e agora ele estava bem ali, forçando sua entrada de maneira totalmente inesperada.

Althea era inteligente, inteligente demais para o seu próprio bem às vezes, assim como era sonhadora e muitas vezes se via perdida em seus pensamentos. Na grande maioria das vezes, desde que o conhecera, seus pensamentos se resumiam àquele homem. Às vezes nas noites escuras enquanto o vento dançava e cantava do lado de fora, anunciando uma tempestade, eram pensamentos mais sórdidos que causavam reações indesejadas em seu corpo, porém nunca teve a coragem de fazer nada sobre aquilo, de levar seus dedos pálidos e finos para dentro de suas pernas e sentir o que tanto desejava, pois em sua mente, talvez estivesse insana. Como poderia ter fantasias assim com alguém que nunca iria olhar para ela da mesma maneira? Principalmente alguém tão importante e tão famoso quanto ele. Por que ele olharia para ela com os mesmos olhos que ela o olhava? Era apenas uma camponesa que nunca conhecera nada do mundo, uma moça jovem que nunca teve histórias emocionantes para contar, a primeira vez que sequer saiu de Vreth foi quando seus pais conseguiram Kham o suficiente para aquela viagem em Hahle, que parecia ter acontecido há séculos atrás.

Porém, por mais inteligente que fosse, tudo o que estava acontecendo parecia acontecer rápido demais e de maneira que a deixava confusa. Algo repentino, depois de tanto tempo sendo apenas sua serva, o grande homem que era o fruto de seus maiores desejos decidira que a queria também? Talvez só a quisesse por uma noite e em seguida a jogasse fora depois de usá-la como bem entendesse, mas em seu âmago, honestamente não se importava com isto. Era o mais perto que havia chegado do que mais desejava, agora mais ainda do que se tornar uma grande gwrach e impressionar a capital, estava completamente cega de paixão, talvez um amor que foi se nutrindo com o passar do tempo, embora tentasse a todo custo evitar.

Seus olhos se arregalaram ao ver a magia rodeá-la tão próxima, ele realmente poderia fazer qualquer coisa e em sua passividade não iria questioná-lo. Seu peito descia e subia em uma respiração descompensada que se tornava cada vez mais ofegante, sentia o medo e o receio subir por sua espinha. Não medo de que ele a machucasse, não se importaria se o fizesse, sua devoção não a permitia se importar ou sequer questionar, mas medo do que viria depois, do que acontecia. Ele não parecia ter ingerido nada ilícito, não parecia que a magia havia corroído suas funções cerebrais, parecia muito sóbrio e parecia alguém que sabia muito bem o que estava fazendo. Ela não sabia o que estava fazendo, na verdade a turbulência confusa em sua mente era como um furacão. Manteve os olhos fixos nos dele, tentando demonstrar algum tipo de segurança, de que não estava completamente confusa e jogada em suas mãos, porém olhos nunca mentem e não conseguia criar uma máscara, era completamente transparente e muitas vezes odiava isto, como naquele momento por exemplo, porque quando seu vestido simplesmente se desfez e se viu apenas com a camisola branca que usava por baixo, seu rosto ardeu em vergonha de maneira que ficou ainda mais vermelha do que antes.

Engoliu em seco ao ver a expressão de seu lorde, algo que nunca vira em sua face antes, como se ele fosse o caçador e ela fosse sua presa. Era como se sentia, como uma presa que havia sido pega de maneira muito fácil. Mas agora seu rosto estava completamente vermelho e seus lábios secos e pálidos de nervosismo. Apenas piorou quando ele tocou seu rosto, foi quando ela simplesmente paralisou, apenas seu peito se movia, agora subindo e descendo ainda mais rápido, sua respiração ainda mais descontrolada, o coração parecia que iria explodir a qualquer momento. As palavras dele, de sua linda voz, entraram em sua mente como uma inundação, invadindo-a e consumindo-a completamente.

— Sir...

Não era como se pudesse falar nada além daquilo, estava confusa, esta era a realidade. Pensou que quase fosse morrer quando Wasser aproximou o rosto do seu, pensou que iria beijá-la. Sentia suas mãos tremendo e já não conseguia mais esconder o quão nervosa estava com tudo aquilo. E de súbito, se assustou quando ele a tirou do chão e realmente quis beijá-la. Se limitara por tanto tempo aos seus desejos, sempre escondendo, sempre reprimindo, numa tortura lenta e diária, que ao sentir os lábios do homem loiro nos seus, ela apenas o beijou com uma paixão e ferocidade descontrolada, apoiando a mão em sua nuca. Mas não sabia beijar e por alguns segundos pensou se ele não a acharia patética, era um beijo desajeitado por sua inexperiência, mas ávido, como se esperasse por aquilo por muito, muito tempo.

Mas se afastou, ofegante e rapidamente conseguiu se livrar de seus braços, embora ele fosse muito maior e mais forte que ela. Quando sentiu seus pés no chão, tirou os sapatos de linho e em seguida o fitou nos olhos, com as mãos trêmulas desfez o nó atrás de sua camisola, deixando-a cair no chão, ainda segurando os olhos nos dele, expondo seu corpo extremamente alvo e pálido. Seu nervosismo era tanto que seus olhos lacrimejavam, porém naquele ponto não se reconhecia mais.

— Eu... Pertenço a você. Faça o que quiser, sou sua, não irei contestá-lo.

E ela realmente era, de maneira inevitável, por muito tempo realmente era. Mas apenas agora tinha a coragem de admitir, se a vergonha que sentisse possuísse limites já teria os extrapolado. Engoliu em seco como se não bebesse nenhum líquido em anos e sua respiração era ainda mais descompensada e descontrolada, não muito diferente de como sua mente estava.

Havia percebido, tardiamente, que tinha acabado de proferir o que sentia há muito tempo, que no momento em que aquelas palavras haviam saído de sua boca, estava condenada a viver com ele sabendo o que ela sentia, mesmo que depois daquilo fosse rejeitada, mesmo que fosse apenas mais uma que era dominada pela paixão e as consequências eram sofrimento, mas faria qualquer coisa por aquele homem. Fez algo imenso por aquele homem. Era até ridícula a forma que ela era completamente submissa à ele, todo o seu ser, tudo o que era, como se seu universo girasse ao redor de seu mestre, como se ele fosse uma grande estrela e ela apenas um planeta orbitando ao seu redor. Não se importaria de ser abandonada se pudesse senti-lo ao menos uma vez, ao menos para ter o que chorar depois.

Quando seus dedos entraram em sua boca, ela não sabia muito bem o que fazer, ficou um pouco confusa por ter que abrir a boca em primeiro lugar, porém não questionou. E então sentiu a familiar magia, não sabia o que era, mas sabia que depois que aquilo entrou em seu sistema, perdeu-se completamente de uma maneira que sequer conseguiria explicar um dia. Ainda tinha medo, ainda estava nervosa, mas sua luxúria pareceu triplicar, se é que aquilo era possível. Já não pensava, apenas sentia os lábios dele em seu pescoço, as pálpebras pesadas fecharam-se, escondendo seus olhos cristalinos, um suspiro escapou de seus lábios e então se viu em seu quarto. Nunca havia visto o quarto de Gregorius, mas notou que ele havia sentindo dor com aquilo, o que a fez franzir o cenho preocupada. Mas parecia que não se importava muito também. Olhou ao redor observando cada detalhe do luxuoso recinto, mas sua mente agora estava focada demais no homem à sua frente para conseguir dar atenção à móveis. Deitou-se na cama, deixando a cabeça relaxar sobre o travesseiro mais macio que já viu em toda sua vida, os cabelos pretos desciam como uma cascata e ela apenas juntou as pernas, colocando as mãos nervosamente sobre o torso, percebendo o quão vulnerável estava, completamente nua à frente dele, em seu quarto. A pergunta que ele fez a forçou a arregalar um pouco os olhos e entreabrir os lábios.

— E-Eu... Eu quero você, há muito tempo...

Era até vergonhoso falar aquilo, mas precisava responder. Desviou o olhar rapidamente com o rosto corado de novo por conta da vergonha, sentia suas bochechas arderem e seu coração acelerava como se estivesse em uma corrida. Entretanto, embora cada parte de si o desejasse, as próximas palavras foram um pouco receosas, não por não querer, mas por ele a achar patética.

— Eu só... Nunca fui tocada por um homem antes... Perdoe-me, não sei como isto funciona, eu só...

Não sabia o que mais dizer, era aquilo. Ela nunca havia se deitado com ninguém antes, nunca havia sequer visto um homem sem roupa à sua frente antes, nunca se tocou, nunca se explorou, agora sentia-se ridícula por isto, talvez ele a enxergasse como uma garotinha inexperiente e descartável que sequer vale a pena de receber alguma atenção, mas era sempre transparente, principalmente com ele.

Se houvesse algo que descrevesse "confusão" mais do que a própria palavra, com certeza poderia ser usada para descrever o que estava sentindo. Confusão, medo, antecipação, pavor... Um frio que subia por sua espinha e se instalava em seu peito fazendo com que cada pensamento fosse importante demais, cada pequeno pensamento que passava por sua cabeça era como um furacão, tomando conta de seu cérebro de maneira que era difícil evitar pensar ou parar seu nervosismo, as mãos que tremiam, a garganta seca, os lábios pálidos. Suas mãos se juntaram uma na outra enquanto sentia suas pernas serem divididas, já que não podia juntá-las, ao menos conseguia fazer isso com as mãos. Ainda.

Mas foi uma tentativa inútil quando sentiu seu toque em sua parte mais íntima, aquela que nem mesmo ela se permitia tocar, pois uma das mãos agarrou o lençol luxuoso que cobria a cama enquanto a outra fez o mesmo nos cabelos loiros do homem. Ainda poderia chamá-lo de seu lorde? Deveria? O que sentia era recíproco? Era realmente comum sentir um dedo em seu ânus? Certo, esta última parte fez seus olhos se arregalarem de surpresa subitamente, quando antes estavam fechados. Não sabia de nada sobre aquilo, então talvez fosse normal. Tentou erguer um pouco a cabeça e olhar o que diabos ele estava fazendo, mas as sensações que percorriam cada nervo de seu corpo não permitia tal ação, então apenas fechou os olhos novamente, deixando gemidos abafados saírem por seus lábios, tentando não pensar. Mas ainda assim pensava, apesar de tudo ainda estava nervosa, embora cada toque fosse como uma magia dormente que apenas acordava seu lado mais inconsciente, o que menos sentia receio, o que menos tinha medo da manhã seguinte, o que menos pensava.

Quando ele subiu, queria beijá-lo, talvez fazer aquilo de uma forma que expressasse o que sentia por ele, romanticamente falando, mas não parecia que Gregorius estava interessado em tornar aquilo em algo além do carnal, o que a fez pensar por alguns segundos sobre suas reais intenções, embora soubesse em seu âmago que mesmo que suas intenções fossem as piores, ela ainda o idolatraria como um deus. E sua devoção foi o suficiente para que decidisse parar estes pensamentos ou ao menos tentar não dar importância, lidaria com as consequências depois, principalmente porque sentir suas intimidades tão próximas se tocarem a fez instintivamente entrelaçar as pernas ao redor da cintura do loiro, puxando seu corpo para mais perto. Talvez o medo e o receio fosse embora durante ou depois, tentava não dar importância a estes sentimentos. Ele estava bem ali, era tudo o que queria por tanto, mas tanto tempo, por que não se entregar completamente? Poderiam simplesmente nunca mais se verem, poderia ser a primeira e última vez que o teria para si. Seus instintos lhe diziam o que fazer, mas sua passividade não se atrevia a permitir que ela o fizesse. A única coisa que realmente conseguiu fazer foi puxá-lo pelos cabelos e beijar seus lábios intensamente como se fosse a coisa mais deliciosa que já sentira em sua vida inteira. Ele estava ali, não era um sonho, agora os corpos grudados pela aproximação forçada, mas não realmente se tornando apenas um, não consumando, embora desejasse que isto acontecesse, seu medo ainda era muito incapacitante. Levou a outra mão, que antes apertava os lençóis, até suas costas pressionando os dedos, tentando trazê-lo para mais perto, como se em um pedido silencioso sem palavras, implorasse para sentir aquilo. Os lábios e a língua desesperadamente consumiam os dele. Seria possível perceber o quão desesperada estava? Talvez o quão forte apertasse suas madeixas curtas, talvez o quão intensamente pressionasse as pernas ao redor de seu quadril, talvez o quão devota e completamente estava o deixando dominá-la e fazer o que bem entendesse e quisesse, talvez assim fosse possível perceber seu desespero.

Obviamente, Althea nunca havia sido tocada por um homem ou mulher antes, sequer por si mesma. Nã possuía tempo ou interesse de se estimular com os dedos quando estava sozinha em seu quarto naquela fria torre, então não sabia como era a sensação de prazer quando outra pessoa tocava sua intimidade. E apenas assim entendeu o porquê de ser algo tão almejado, entre gemidos de prazer que expressavam perfeitamente o que sentia. Suas intimidades tão próximas, sem realmente se tocarem por completo, era como uma brincadeira cruel que quase fazia com que ela implorasse para tê-lo dentro de si. Os beijos, os estímulos em seus seios e finalmente sua língua em suas partes baixas. era algo que a fazia esquecer completamente de tudo ao seu redor. Não se importava com a ameaça constante de ataque dos elfos de Dungeloff, com seus deveres, com o vento violento que cantarolava do lado de fora. Tudo isto se tornou insignificante, pois toda a sua atenção estava no que sentia fisicamente.

Era completamente submissa e faria qualquer coisa por aquele homem, entre gemidos um pouco mais altos do que o usual, ergueu seu corpo o suficiente para puxá-lo para cima novamente. Adorava a sensação de tê-lo bem ali, em cima de si, mas as provocações de seu pênis exatamente na entrada de onde deveria estar, não saía de sua mente. Precisava ter aquele homem dentro de si nem que isto custasse sua vida. Tentou ser gentil ao puxá-lo pelos cabelos loiros e beijá-lo com uma intensidade absurda, ficando sem ar no processo e tendo que afastar os lábios para conseguir respirar, entretanto, isto não a impediu de proferir:

— Sou tua, completamente tua, pertenço a ti, podes fazer o que quiser comigo.

E era verdade, qualquer coisa que ele fizesse, ela iria fazer sem questionar, naquele ponto, ao menos.
Voltou a beijá-lo com avidez, como se sua vida dependesse disto, enquanto enrolava as pernas ao redor de seu quadril, trazendo seu corpo para mais perto do seu. Como era inexperiente, não sabia bem o que deveria fazer, então se sentia um pouco insegura. Não possuía nenhum tipo de instinto e tinha medo de fazer algo errado e acabar destruindo tudo, então esperava que ele a guiasse, já que era completamente leiga nisso, o que era algo que o próprio já sabia, então talvez não precisasse dizer: "não sei nada sobre foder, então estou à mercê de suas mãos".