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[QUEST] Fenrir Silverside // CHUVAS DE VERÃO

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Mensagem por Wings of Despair Qua Fev 22, 2017 3:45 pm


Tempestades anunciam-se no horizonte, um presságio para os tambores da justiça. Pelos portões de Vriemen, uma caravana aos pedaços era arrastada por um cavalo ferido. Seus olhos, assustados, buscavam abrigo. Seu olhar pesaroso encontrou-se com o do seu dono. Vidal mal havia alcançado sua puberdade e já havia herdado os negócios do seu pai. Agora possuía uma boa fortuna em seu nome, acordos comerciais com fazendas em Hähle, e uma caravana vazia de mercadorias. O garoto tropeçou nos próprios pés e quase encontrou o chão, se não fossem pelos braços de Gärum, que largou suas compras assim que viu o garoto. O ferreiro levantou o rosto do jovem mercador, coberto por lama e sangue seco, e as feições duras do velho homem foi a última coisa que Vidal viu antes de apagar.
Acordou em um salão de pedras, mal iluminado por tochas, mas confortavelmente aquecido. Seus olhos ainda desfocados buscaram por algum rosto familiar, mas tudo o que conseguiu ver foi uma forma grande puxando uma cadeira e sentando diante do garoto.
- Qual seu nome, menino? – Uma voz grossa, mas certamente feminina soou em uma tentativa vã de parecer doce. O garoto buscou no fundo de sua mente algum sentido naquilo tudo, e de repente desenterrou a parte dormente de si que preferia ter guardado lá, soterrada em lama e sangue para sempre. Chorou como a criança que ainda era, amadurecida antes do seu tempo.
A mulher colocou a mão no ombro do garoto, e ele levantou lentamente a cabeça. Sua visão já havia voltado, mas as lágrimas ainda atrapalhavam a leitura das feições da mulher. Seus cabelos ruivos e desgrenhados escorriam pelas suas costas e ombros, e até parte do seu rosto, como um véu vermelho de casamento, iluminado pela luz das tochas nas paredes. Seu rosto era mais gentil que sua voz, e seus olhos verdes se destacavam mesmo na péssima iluminação do ambiente.
- Você está seguro agora, não pense nem por um instante que está sozinho. – A mulher levantou o olhar, encarando alguém atrás de Vidal com um rosto determinado. O garoto olhou para trás, assustado, e encontrou a enorme figura do capitão da guarda de Vriemen, que mesmo sem sua armadura possuía uma presença assustadoramente imponente. O Grande se abaixou, apoiando as mãos calosas nos joelhos descobertos, e seus olhos dourados encontraram-se com o do jovem mercador, determinados.
- Me conte tudo, e no fim do dia não irá sobrar nenhum.


Quando a notícia chegou às mãos dos soldados, o escudo de Niarus já estava alto no céu. Uma fileira de dez grandes licantropos permanecia em atenção, sem mover um único músculo. O capitão da guarda estava diante deles, observando o rosto de cada um dos enviados:
- Por que só dez? – Perguntou Brumilda, com sua cabeleira ruiva soprando aos ventos da tundra.
- Um número maior pode alarmar os cidadãos, e nós não queremos um grande alvoroço quando tantas trupes de mercadores estão se assentando para a venda semanal. Eles querem clientes, e não um bando de licantropos furiosos, de machados à mão, querendo ir junto para punir os piratas. Além do mais – O Grande sorriu com o canto da boca, olhando para a aprendiz. – Dez é o suficiente.
Um trovão soou nos céus, e todos olharam para o alto. Ovedo rugia em fúria, e o coração de cada licantropo palpitava mais forte. O capitão abaixou o olhar lentamente, direcionando-se aos soldados:
- Vocês ouviram isso? Ovedo clama pelo auxílio dos seus mais devotos guerreiros! – O Grande bateu em seu peito com o punho fechado, recebendo um rugido de concordância. – Vocês não estão aqui para fracassar, o machado da justiça girará junto de cada golpe desferido! Quando Ocuna chorar, será para lavar o sangue de nossas praias. – O capitão caminhou de um lado para o outro, respirando com força. – Um bando de piratas estão, nesse exato momento, bebendo a nossa bebida, e comendo a nossa comida, nas NOSSAS terras! – O capitão voltou a bater no peito – Vocês vão deixar isso acontecer? O que Niarus vai pensar de nós, que não fazemos nada para proteger nosso povo, enquanto ele está lá em cima lutando contra a Escuridão Além? Vocês vão deixar essa mancha negra na nossa reputação se tornar pública, ou vão eliminar o mal pela raiz? – Um rugido furioso foi a resposta, e o capitão sorriu, satisfeito.
Os soldados levantaram as armas, seus músculos inchados com a ira rasgando seus interiores. O capitão segurou um dos soldados pelo ombro, olhando em seus olhos:
- Tragam a cabeça do traidor e cada um de vocês receberá a recompensa. O desgraçado está à solta por tempo demais.
Com isso, os soldados partiram em direção à costa, saltando entre as rochas do caminho em grande velocidade.
- Imagino que ficará contente em fincar a cabeça do Salanir na estaca, em praça pública. – O capitão murmurou para sua aprendiz.
- Um lobo jamais deveria trair sua própria alcateia em busca de ganância. Abandonar os próprios companheiros para morrer em um esquema nojento que ele montou? – Brumilda cuspiu no chão, dando as costas, caminhando em direção aos portões da cidade. A garota passou os dedos de leve por uma cicatriz terrível na lateral de seu rosto, coberto pelos cabelos vermelhos.
O capitão observou por mais um instante as montanhas, imaginando o navio do traidor atracado próximo as rochas da praia. Soltou todo o ar do seu corpo, e virou-se para acompanhar a aprendiz.


Objetivos: Confrontar o licantropo Salanir, O Corrupto, e trazer sua cabeça de volta para o posto de guardas em Vriemen, desbandando a organização de piratas humanos em seu comando. ( K 400 )
Objetivo extra: Retornar as mercadorias da caravana do jovem mercador Vidal. ( K 200 )
Local do objetivo: Navio pirata atracado junto às rochas da costa ao sudeste de Vriemen.


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Mensagem por Fenrir Silverside Sáb Fev 25, 2017 5:08 pm



Chuvas de Verão
Vriemen - Edelweiss
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Os pés batiam no chão de forma entusiasmada e ritmada, homens batiam em seus peitos com suas palmas e mulheres em suas coxas ou barrigas ao som da música tradicional que acompanhava a comida e bebida. Isso é o retrato de uma noite comum nos bares e tavernas de Vriemen. Eu e Kyle estávamos num desses bares, mais exatamente no "Javali Ardente". Eu estava sentado numa das mesas perto da janela, os pratos e canecas de hidromel vazios enfeitando a como se fossem adornos.

Do outo lado da mesa em meio a minha visão um pouco embaçada estava Kyle, meu amigo desde os meus 15 anos, mesmo os longos e frios invernos não separaram nossa amizade, eu havia voltado há uma semana e estávamos agora finalmente nos encontrando depois de 6 luas, que eu passei em Ovedo junto com a minha divisão. Havia contado todas as histórias e aventuras, ele por sua vez contou tudo que acontecera na capital durante esse tempo, e descobri que Siv, tinha ido para a cidade de Wonuir, alguns poderiam pensar nisso como algo ruim, mas quem a conhecia como nós dois, já previa essa viajem desde o momento que a notícia da cidade das mulheres chegou aos seus ouvidos.

Era hora de sair e Kyle insistiu em pagar o nosso jantar, dizendo que na última vez eu tinha pagado e desta vez seria ele, eu não me interpus, quando ele levantou-se. Foi até a mulher no balcão pagar a conta da nossa mesa, e aproveitar para jogar o seu charme em cima da garota, que corou quase imediatamente. Levantei e fui me aproximando da porta, mesmo com o som alto das conversas eu consegui ouvir um "você está linda", e não pude segurar o riso, a mulher tinha feições bonitas, era verdade, mas seus cabelos loiros estavam tão desarrumados e sua roupa suja de molhos diversos que apagavam seu brilho.

Quando o homem voltou e me olhou, abri a porta para ele e saímos pela noite fria de Edelweiss. Era verão, verdade, e por isso as camadas de roupa ficavam menos grossas e com menos camadas, mas mesmo assim o clima não era quente como as pessoas diziam que era no sul. Quando estávamos do lado de fora falei para ele.

— Qual o seu problema? Não consegue ficar uma noite sem pensar em sexo? — Ele com a maior cara de pau voltou-se para mim.

— Não. — Respondeu com um sorriso idiotamente sincero e as bochechas rosadas de bebida e frio.

— Bem, não vou me meter entre você e ninguém, você é grande o suficiente para cuidar de si mesmo.

— Obrigado querido amigo. — Falava ele com a confiança que a bebido podia dar

— Agora pode virar de costas? — Falava com convicção, e ele me respondia com uma cara confusa, então completei. — A aposta, lembra?

— Você não está falando sério está? — Respondia ele surpreso e eu mantinha minha expressão séria. — Você é gigante eu não vou conseguir.

— Como se eu ligasse, você que fez a aposta, vai ter que pagar, aproveita que não tem ninguém na rua — Respondi para o homem, ele era realmente menor que eu, deveria ter por volta dos 1,75 de altura.

Com um suspiro e virava as costas para mim, e eu me amontoava em suas costas para que ele me carregasse, senti seus joelhos tremerem e sua posição se arquear para trás, e então saí, não faria isso com ele, e comecei a andar em direção da casa de Kyle, ele veio logo atrás surpreso e agora mais determinado, falando. "Eu consigo." Ele repetia a cada 2 minutos, mas eu não dava atenção, o cheiro das árvores e da própria terra ficava mais forte no verão e eu estava apreciando isso. Seguimos em silêncio até a casa de Kyle, mas não aquele silêncio incômodo, de desconhecidos, o silêncio dos amigos que não precisavam falar nada um para o outro. Finalmente chegamos na casa dele, quando abriu a porta ele seguiu para a cama e me aninhei perto da lareira, para passar a noite.

No dia seguinte, tanto eu quanto Kyle tínhamos trabalho para fazer e por isso acordamos cedo, para chegar ao posto da guarda cedo o suficiente. O desjejum foi um pão e o chá milagroso que a mãe de Kyle havia ensinado para ele. Era tão potente, que seria possível espantar o sono de um batalhão inteiro, o segredo? Ninguém sabia. Saímos para o abraço gelado da manhã de Vriemen que estava envolta em névoa. Isso era um ótimo sinal, parei na porta, e fiz minhas preces de costume, Kyle não me acompanhou, ele não era ligado aos deuses como eu, mas os respeitava. Seguimos para o quartel, e quando cheguei lá me mandaram treinar os recrutas, não sei se era para assustá-los ou para inspirá-los, mas os treinei durante o período da manhã. Quando o sol estava bem acima das nossas cabeças, com sua luz cortando por entre as nuvens de Ovedo que estavam muito presentes naquele dia. Todos estavam exaustos, o sistema que eu tinha montado naquele momento para testá-los foi desafiador, todos completaram, mas o grupo de 5 recrutas que haviam sido derrotados na atividade anterior agora estavam no chão pagando 100 flexões.

A parte interessante veio com a tarde. Algumas pessoas trouxeram o corpo de uma pessoa para dentro do quartel, primeiro pensei que era um nobre, ou alguém de tipo, que tivesse sido morto ou alguma coisa do tipo. Afinal estava sendo carregado por alguém nos braços desfalecido. Mais tarde eu e outros 9 oficiais fomos chamados pelo Capitão Baldür. Entre nós um garoto de 16 anos com o começo de uma barba e bigode ralo, ele parecia ansioso, então coloquei a mão em seu ombro, ele olhou para mim, eu dei um sorriso simples e rápido e vi sua respiração acalmar. Quando Baldür nos, chamou e explicou a situação entendemos melhor.

O nome do jovem que tinha sido levado para o quartel era Vidal, e pelo que o capitão falava; ele era um mercador que tinha sido atacado por uma trupe de piratas, o líder desses piratas era um licantropo terrorista, toda a carga de mercadorias tinha sido saqueada e o mercador tinha sido ferido no processo. O capitão, e Brumilda, sua assistente, que tirava o fôlego dos rapazes mais novos, seus cabelos ruivos e selvagens atraiam a atenção e sua cicatriz no rosto davam a ela uma aura ainda mais misteriosa. Baldür também não ficava para trás, foi a única pessoa que me fez olhar para cima para falar com ela depois de adulto, mas eu não deveria ter aqueles pensamentos naquele momento. Eles conversavam um pouco enquanto se aproximavam, e eu o ouvia dizer baixinho “Dez é o suficiente”.

O capitão da guarda fez um discurso inspirador, cada palavra que ele proferia sobre Ovedo eu tremia um pouco de vibração por dentro e gritava com os outros. Quando ele terminou simplesmente me deixei levar e assim como os outros, em uníssono fizemos um rugido em resposta. Estávamos prontos para ir para a batalha, mas o capitão se aproximou, segurou em meus ombros, firme e falou. “Tragam a cabeça do traidor e cada um de vocês receberá a recompensa. O desgraçado está à solta por tempo demais. ” E então tudo fez sentido, a névoa da manhã de hoje cobrindo as ruas de Vriemen, o céu tempestuoso. Tudo se encaixava e não era hora de pensar, era hora de agir. Junto com os outros fui em direção ao litoral na minha velocidade máxima. De uma coisa tinha certeza que Ovedo estava do nosso lado, e que o sangue que seria lavado dos nossos corpos, não seria o nosso.




Seguimos, sem desvios, eu e os 9 como sombras na floresta. O garoto que estava nervoso a alguns minutos atrás tinha agora nos olhos uma certeza afiada como a espada que levava em seu cinto. Olhei para o meu por um minuto, apenas para verificar se ele estava lá, sim o machado de meu pai e seu peso familiar, pendurado do meu cinto, assim como o escudo da minha mãe que estava em minhas costas. Corria com o ímpeto de 100 homens e sentia que meus colegas sentiam o mesmo. Depois de um bom tempo chegamos numa clareira, com uma fogueira apagada recentemente e um riacho. Isso significava uma coisa, Salanir sabia que estávamos em perseguição e ele começou sua Fuga.

— Droga! Ele sabe que estamos atrás dele. — Falava para os outros enquanto revirava as brasas ainda quentes da fogueira, observando também marcas de caixas que estavam no chão batido e a pista principal, uma maçã caída no chão perto das marcas, junto com algumas marcas de um líquido, isso queria dizer que eles estavam com pressa, e não tinha saído a muito tempo atrás. — Eles ainda estão perto.

— O que faremos? — Falou o mais jovem entre nós para ninguém em específico, esperando uma resposta.

— Vamos nos transformar, assim podemos chegar lá mais rápido ainda. — Respondeu um homem com uma barba que chegava no meio de seu tórax.

— Não, temos que pensar num plano, Salanir conseguiu sobreviver todo esse tempo sendo caçado não só pela força, mas pela inteligência. — O homem parecia entender e assentia afirmativamente, mas me perguntava o que deveríamos fazer. — Se aproximem. — E quando todos fizeram eu desenhei um mapa rabiscado com o dedo na areia cinza, ele tinha o rio, o litoral e a clareira em que estávamos. — Esse é o rio por onde eles estão descendo, e com a correnteza a favor eles terão vantagem, mas o problema dessa rota é que o rio desemboca distante de uma área portável. — Falava apontando para o litoral, que tinha uma parte em que todos conheciam, era a enseada que a maioria dos Licans da capital faziam sua passagem.

— Sim e o que faremos? — Falava o homem com pressa — Eles estão se afastando a cada momento.

— Calma, eles estão seguindo o rio, nós sabemos exatamente para onde eles vão. — Falava com um sorriso no rosto para o homem, mostrando que sabia do que estava falando. — Minha pergunta agora é quais de vocês conseguem controlar sua meia-transformação? — 4 deles incluindo o garoto levantaram a mão e o homem implicante, dando uma segunda olhada para ele, sentia que os outros faziam o mesmo, ele abaixou sua mão lentamente. — Sério? — E ele fez sinal afirmativo com a cabeça. Um dos soldados ao seu lado que deveria ter 18 ou 19 bagunçou seus cabelos. — Muito bem, é isso que faremos... — Falava para os homens toda a minha ideia e no final ele a acharam plausível, então sem tempo para pensar em algo melhor colocaríamos o plano em prática.

Me juntei com os outros 4 que conseguiam controlar seus bestas interiores e então afrouxei um pouco meu cinto e a amarra do meu escudo, sabia que elas ficariam mais apertadas. Na minha frente os outros 5 já estavam pelados e prontos, se você não está acostumado com isso nós licantropos estamos, em pelo ou pelo, vemos uns aos outros pelados a todo tempo. “Lembrem-se, os piratas não precisam ser mortos, mas são bandidos também e estão sob a punição de Ovedo. ” Eles abriram sorrisos largos, que até parecia que suas bocas já eram de lobos. Quando o primeiro som de osso quebrando veio aos meus ouvidos, me virei para os quatro e segui caminho pela margem. O primeiro passo, depois o segundo. No terceiro começava minha corrida.

— Vamos lá, todos sabem o que devem fazer, eles ainda têm tempo para se transformarem. — Falava enquanto os sons de ossos quebrando e gritos de multiplicavam. Seguimos correndo pela margem do rio sentindo o cheiro de frutas, bebidas e alimentos, mas também o cheiro forte de rum. Todas as coisas deixavam um rastro, mercadorias e pessoas não eram diferentes. Seguíamos junto da margem, com os sentidos atentos e preparados para assim que encontrássemos os inimigos. Os uivos ao longe nos sinalizavam que já haviam passado 30 minutos. Então aceleramos, pegávamos atalhos conhecidos, para evitar pedras e caminhos desnecessários. Os cheiros das arvores, da grama, da terra, estavam no ar e invadiam minhas narinas a cada inspiração, mas meus sentidos melhorados podiam distinguir no ar para que lado eu deveria seguir. Foi quando a partir de um momento parei de sentir o cheiro do meliante. Os rastros dos materiais seguiram o caminho do rio, mas o de rum parecia mais fraco. Parei de correr e os outros fizeram o mesmo, pareciam sentir o mesmo que eu.

Todos olhavam para mim, e esperaram a minha reação, dei meia volta e voltei pelo mesmo caminho que vínhamos. Olhava para cada centímetro de terra batida no chão ao lado do rio, e foi quando vi em meio as pegadas que havíamos acabado de fazer, estavam pegadas de uma bota única, que ia em direção a floresta, e quando eu vi aquilo sabia onde tinha errado. Voltei às pressas para junto dos outros e falei para eles seguirem o plano e se focarem em interceptar o barco que levava a carga da caravana. “Você fica no comando” Falava para o barbudo que implicou comigo, “Não me decepcione”, e então virando de costas segui para a direção que as pegadas vinham.

Eu havia sido idiota, isso ficava claro agora. Havia pedido para que todos os Licans que ficaram na clareira uivassem assim que começassem a se mexer, para que eu e os outros pudéssemos saber quando eles partiram, mas não havia lembrado, que isso também alertaria o inimigo sobre a presença deles. Provavelmente Salanir ouviu aquilo e agora estava verificando a floresta ou tomando um atalho para a costa. Eu não poderia permitir, deveria impedi-lo antes que ele interferisse em nossos planos. Corri o mais rápido que pude, não me importava com galhos, arbustos, ou qualquer coisa assim. Um galho cortava minha pele superficialmente na altura da bochecha, o sangue que escorria era apena um filete insignificante.

Em meio as árvores, uma sombra podia der vista. Era Salanir, eu sabia disso. Tirei o machado de meu cinto e meu escudo das costas. Girava o machado na mão num movimento viciado do punho. Corri na direção dele, e sua figura ficava cada vez mais nítida, deixando de ser uma sombra em meio as árvores e tornando-se uma pessoa. Ele estava ficando mais e mais próximo, e sabia da minha presença, pois olhava para mim a casa 5 segundos por cima de seus ombros. Quando tinha distância suficiente desferi um golpe forte em suas costas, infelizmente ele viu minha movimentação e pulou para frente. Rolando por alguns metros antes de parar agachado numa pequena clareira à nossa frente.




Salanir, era alto, mas não mais alto que eu, seus cabelos começavam a se tornar brancos. Seu físico era bom e era visível que foi forjado na batalha, mas do lado errado dela. O peito peludo era visível pela abertura da camisa folgada e o cheiro de bebida da sua roupa e corpo poderiam ser sentidos mesmo por uma criança de 5 anos. Em sua cintura de cada lado havia uma Bainha, e dentro delas espadas, ele levantou do chão, cruzou as mãos na altura do seu quadril e sacou as duas espadas num movimento único. Ele parecia olhar para mim esperando alguma reação, que não veio. Entrei na clareira e ele deu alguns passos para trás. Olhando um para os olhos do outro começamos uma dança, ele começava a andar para seu lado direito, assim como eu também fazia. Começamos a girar, lentamente, como se uma mesa redonda estivesse entre nós dois, esperando o primeiro que a atravessasse.

— Seu nome é Salanir? — Eu perguntava sabendo que a reposta era positiva.

— Vamos filhote, você sabe meu nome, mas eu não sei o seu. — Respondia ela com um sorriso malicioso nos dentes e nos olhos.

— Fenrir. Já o nome de minha família não é para ser revelada para tipos como você. — Respondia com raiva e os risos do inimigo eram um combustível ainda melhor para alimentar minha ira.

— Eu já fui como você, mas agora sou livre. Pena que você não saberá o que é isso...

Salanir deu o primeiro passo, mas eu dei o primeiro ataque. Se ele tinha subido da mesa, eu estava virando-a no mesmo momento. Ele avançava com a espada e eu com o escudo, sua tentativa de ataque era frustrado pelo empurrão do meu escudo. A espada do seu lado esquerdo tentava me atingir por baixo da minha proteção, o que me forçou a recuar um passo.

Ele estava com um sorriso no rosto, só porque seu ataque anterior tinha me pego de surpresa. Olhei para seu rosto avancei o mais rápido que pude, minhas botas ficavam apertadas, e sentia a resistência do tecido contra o meu braço, ombros, costas e peito. Era a meia transformação, funcional, mas dolorida. E assim que forcei os dois braços do meu inimigo para cima com meu escudo o caminho estava livre, e o braço que estava em sua máxima envergadura para trás cortava o ar em direção ao lado esquerdo do homem com uma força enorme. A única coisa que ele pôde fazer foi pular para trás, mas não era suficiente, minha envergadura era maior, e sua camisa foi tingida de sangue, na altura da barriga, enquanto eu sentia a resistência da pele por breves segundos.

Sua reação rápida o salvou de um corte profundo, dando para o homem mais alguns momentos de vida. Eu não tinha cortado fundo o suficiente para que a batalha estivesse ganha. Uma luz percorreu os céus e o som dos rugidos de Ovedo chegavam aos meus ouvidos. O sorriso trocou de lado, e agora estava estampado no meu rosto. O homem veio novamente para me atacar e então no meio do seu movimento percebi que sua barba parecia mais farta, cobrindo seu rosto e invadindo suas bochechas. Bloqueei com o escudo, mas o impacto não veio, ao olhar para o lado, via o meu inimigo desviando do meu bloqueio, mas não consegui acompanhar, minha única opção era diminuir os danos. E foi isso que tentei fazer. Senti as duas lâminas cortarem as minhas costas na horizontal, mas assim como meu ataque anterior o corte superficial não seria decisivo na batalha. O ar entrava em contato com o sangue, assim como fogo, a ferida queimava.

Os momentos seguintes foram como um borrão, dizem que no meio da batalha quando sua animação e raiva está no máximo você perde a razão e seu corpo é dominado pela intenção natural, pelo instinto. E foi isso que ocorreu, eu senti dor, e a sensação de ardor era presente em outros pontos do meu corpo também. Sabia que meus olhos tinham visto alguns golpes acertarem, mas principalmente da sensação de saber exatamente onde o inimigo estava. Não por vê-lo, mas por senti-lo. Quando recobrei os sentidos Salanir estava no chão, suas espadas estavam longe e seu corpo com feridas grandes. Sua camisa solta que um dia foi branca e se mostrava amarela antes do nosso encontro, agora era quase totalmente engolfada por vermelho sangue.

Meu último ataque veio à mente como um flash, tinha conseguido jogar as espadas do pirata para longe com um golpe do meu escudo, e quando ele hesitou, meu machado cortou sua barriga profundamente. Eu me lembrava do som do seu grito, e da resistência da carne dura dos músculos. Agora ele estava no chão juntando forças para poder falar, sua forma voltava a ser de um humano civilizado. Seus lábios formavam palavras de maldição, mas a voz de Ovedo no céu era eficaz em calá-lo. Sua mão era desesperadamente levada para a direção das espadas, que estavam fora de seu alcance, mas mesmo assim coloquei o meu pé sobre a sua mão. Coloquei meu pé do ouro lado de seu corpo e olhando nos seus olhos de cima para baixo falei.

— Seus pecados serão pagos com sangue, sua alma será levada em honra e justiça de Ovedo. Agora pela honra que tenho e devo ao pai, mãe e a justiça, pergunto. Quais suas últimas palavras? — Falava em tom sério, aquela era uma cerimônia e não era tempo para gracinhas.

— Últimas palavras? — Ele perguntava, cuspindo o sangue, que se acumulava e tingia os lábios, para o lado. — Que você e Ovedo se F... — Não teve tempo de terminar a frase, não toleraria que ele falasse aquilo.

— Porco imundo... — Falava, e o cansaço era visível em minha voz. Meu machado ainda estava preso no meio do peito do homem, em pé e firme. O retirei dali e coloquei o segurei com as duas mãos.

Sentei na grama fina da clareira, recuperando o fôlego. Voltava para o meu normal e sentia a bota se servir novamente, assim como as roupas. A dor da transformação tinha parado, e eu sabia o que tinha que fazer. Levantei novamente, deixando meu escudo no chão. Levantei o meu machado acima da cabeça com as duas mãos. Então eu senti as primeiras lágrimas da deusa, tocarem minha cabeça, e depois o chão. Meu movimento se completava e a cabeça se separava do corpo. E a mãe se irrompia em lágrimas, lavando os corpos dos seus filhos. Do pecado, da culpa, da batalha. Ocuna era tão generosa e pura, que não nos distinguia, mesmo pecando aquele que mais uma alma perdida. Em meio a chuva retirei a camisa do homem e envolvi sua cabeça numa trouxa. Suas espadas serviriam para o batalhão e por isso as levei. “Um homem de Edelweiss é útil até em sua morte” E isso era válido para ele também, as amarrei, nas minhas costas cem um “X” e as levaria para a cidade. Coloquei o meu escudo de volta em seu lugar, meu machado no cinto. Era hora de verificar como o plano estava ocorrendo.




Andei por muito tempo e o sol já estava se pondo quando cheguei à o nosso ponto de encontro. Pelo caminho tinha visto marcas de garras em troncos e pedras que eram recentes, e sabia que eles tinham passado por ali. Avistei o litoral e os 5 homens que ficaram para trás na clareira estavam ali, vestidos em roupas ensanguentadas, eu olhava para os corpos no chão empilhados e alguns sem camisa outros sem calças. Os homens olhavam felizes para mim, achavam estranha a minha chegada por aquele lado, mas me recepcionaram com felicidade.

— Como estão? — Perguntei assim que tive com eles.

— Estamos bem, os que não estão naquela pilha, voltaram para os barcos e fugiram para o mar, tenho certeza que não mais tentarão voltar a pisar o pé em nossas terras. — Respondia um dos cinco que estavam ali e os outros 4 concordavam em murmurinhos inteligíveis. Um deles apontava para a silhueta de barco que se mostrava ao longe.

— Bom... — Eu falava sentando na areia. — Agora é só Espe... — Eu não terminei a frase, fui interrompido por um grito, alto vindo do mar.

— Chegamos! — Era o outro grupo de soldados, que também tiveram êxito na sua missão. Os quatro estavam remando o barco, mas o mais novo parecia animado demais e parou de remar para acenar para nós na costa. Não deveria ter feito, o barbudo fez questão de dar-lhe um cascudo para que ele voltasse ao trabalho, tirando uma gargalhada do rosto de todos nós.

Assim que aportaram pudemos ver as mercadorias no barco, e quando perguntei sobre os piratas, me responderam que agora estavam nadando para sempre. Ajudamos a descarregar o navio e as roupas e equipamentos dos homens, que estavam juntos nas sacolas de dois soldados foram entregues aos seus respectivos donos. Não nos restava nada a não ser votar para a cidade. Em minha mão direita estava a trouxa ensanguentada, nenhum dos outros perguntou o que era, eles já sabiam e ficaram calados. Seguimos caminho pela estrada principal, a chuva ainda era forte e os cabelos invadiam o meu rosto fazendo uma cortina de cabelo e água. As botas afundando pela terra barrenta, até que no horizonte as luzes de Vriemen ficavam visíveis. As lamparinas das casas e das tavernas iluminando os rostos e vidas, os aquecendo da noite úmida e gelada. Eu só queria voltar para casa, tomar um gole de Ravka e então dormir. Mas tinha que passar no quartel primeiro. Assim que chegamos no posto da guarda, quem nos recepcionou foi Brumilda. Seus cabelos volumosos agora eram acalmados pela chuva incessante, que cobriam os dois lados da sua face. Ela olhou para minha mão, enquanto nos organizávamos em fila.

— Precisamos que um de vocês reporte para o capitão todo o acontecido. — Falava a mulher, ainda sem tirar os olhos da trouxa. Os outros 9 deram um pequeno passo imperceptível para trás. — Ótimo parece que o grupo decidiu. — Respondia ela. Voltando para o posto e abrindo a porta.

Entrava pela porta, esperava pela assistente do capitão. Assim que ela fechou a porta pediu que eu a entregasse a trouxa e assim o fiz, junto com as duas espadas do homem. Ela segurou as duas espadas em uma mão e a trouxa na outra, e me guiou até onde Baldür estava. Era uma sala de pedra, mal iluminado por tochas, mas uma lareira aquecia o local. A figura imponente estava sentada numa cadeira e Brumilda levava a prova e as espadas para que Baldür visse. Depois de uma olhada dentro do saco, ele voltou-se para mim e pediu o relatório.

— Assim que saímos da cidade, começamos uma busca pela floresta e logo encontramos uma clareira com uma fogueira. Deduzimos que Salanir e os piratas decidiram fugir num barco menor pelo rio. E então nós decidimos separar o grupo em 2 grupos, um iria para o litoral, onde o navio estava atracado e o outro seguiria pela margem. Tudo deu certo, alguns dos piratas voltaram para o mar, mas os que não conseguiram estão na praia nesse momento. A mercadoria também está lá. O corpo de Salanir está numa clareira a alguns quilômetros e eu posso mostrar para o senhor se quiser. — Respondia com clareza dando o relatório.

— Não é necessário. — Falava o homem levantando de sua cadeira e estendendo sua mão para apertar a minha, apertei-a, minha mão era grande, mas não era páreo para a força do capitão. — Cumpriu com sua promessa Silver Claw, todos vocês cumpriram, e a guarda da Capital não se esquecerá disso. — Ficava surpreso do de “Baldür. O grande” saber da minha alcunha, eu só era chamado daquela forma por algumas pessoas de Ovedo. — Pode voltar para sua casa agora, espero ver você outras vezes.

Quando cheguei em casa, tirei a camisa, joguei-a no chão. Os cortes superficiais já começavam a cicatrizar, mas alguns mais profundos ainda iriam demorar. Peguei uma eixa de tecido que eu tinha em casa, e envolvi meu torço com ela o mais firme e forte que podia, sempre fazia isso. Quando terminei meu torso inteiro estava enfaixado e me inclinar era difícil. Deitei na cama e apaguei.

Thanks Panda


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Religião :
Politeísta

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Ocupação :
Militar

Inventário :
(1) ESPELHO DA LUA (Colar)
(1) A MURALHA (Escudo)
(1) ÁGUIA PRATEADA (Machado)

Fenrir Silverside
Lycan

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Mensagem por Wings of Deepest Roots Qua Out 17, 2018 8:00 pm


Salanir, O Corrupto, fora derrotado em sua própria arrogância. A sua visão não mais inspira a conspiração, mas sim o terror dos injustos, com sua cabeça inchada pendendo do alto de uma lança nas muralhas de Vriemen. Os seus poucos seguidores que espalhavam-se pela cidade no aguardo pelo sinal que seria dado por seu líder agora abaixam à cabeça diante da menção de seu nome jogado à lama, esquecido em uma clareira distante. Seus planos esvaíram no ar como a névoa naquela manhã especialmente esperançosa para aqueles que, sob a sombra da justiça de Ovedo, seguem uma vida honrada. O jovem Vidal, da janela da hospedaria, de sorriso no rosto, agora é uma testemunha do poder do Retalhador.

Como todo fim de uma história abre espaço para um novo começo, a história de Fenrir Silverside teve seu início. Como todo nascimento, foi marcado por sangue e por dor.

Esses são os sinais de uma vida forte e memorável.

Seu nome, agora conhecido pelos caçadores de recompensa e pela própria Guarda de Vriemen, não será facilmente esquecido. E nem por aqueles que agora o consideram um perigoso empecilho.


Objetivo concluído: Confrontar o licantropo Salanir, O Corrupto, e trazer sua cabeça de volta para o posto de guardas em Vriemen, desbandando a organização de piratas humanos em seu comando. ( + K 400 )
Objetivo extra concluído: Retornar as mercadorias da caravana do jovem mercador Vidal. ( + K 200 )


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