[RP FECHADA] It Calls Me

Por mais que detestasse assumir você se sentia perdida, como uma criança pequena. Não tinha permissão para chegar mais perto, para segui-los. Devia ser vista de longe, assim como devia vê-lo de longe. Via o relance da pele levemente morena, dos cabelos ruivos e do tom acinzentado de sua cauda. Nada além disso, nada mais que isso. O toque de Asher em seu ombro fazia com que seus olhos se desviassem do mar e de seus ocupantes. Orbes verdes contra os acinzentados dele. –Vai ficar tudo bem.-Era o que tom suave de Asher lhe dizia, antes que ele se aproximasse e lhe beijasse o topo da cabeça. O leve perfume amadeirado de seu irmão ficando no ar mesmo quando enquanto ele se afastava. Seus olhos o seguiam, até que ele estivesse longe demais para isso. Até que você não pudesse ver seu pai ou seu noivo.

O suspiro leve fora dado, orbes verdes voltando para o mar a sua frente. O leve mexer da água pela brisa marinha, pela agitação natural daquele lugar. Calmo, mesmo em um dia agitado como aquele. Calmo enquanto você estava agitada por dentro, enquanto toda sua família estava agitada pelo novo tempo que começava. Pelo que eles haviam feito começar.

Feito, a onda agitada contra uma parede de corais ali perto havia feito o mar agitar-se. Elevando-se mesmo que por alguns segundos. Segundos estes suficientes para que você pudesse ver algo, algo que não era esperado. Uma barbatana levemente rosada em meio a água azulada marinha. Kairoh viera com mais companhia? Segundo o que o pai lhe dissera mais cedo ele viria apenas com o pai. Sem escolta, sem acompanhantes ou a mãe. Pensar nisso fez com que estreitasse o olhar. A cauda era rosada, era uma cauda você tinha certeza disso.- Quem está ai?-A voz era mais alta, séria. Um leve toque irritado por sentir-se como uma tola ao ser observada. Alguém estava vendo tudo aquilo e achando divertido ou simplesmente vendo algo inesperado. Não, as pessoas não deviam saber daquilo. Os sirenos não deviam visitar Ponta Tempestade daquela forma tão aberta. Sua casa podia ser a ponte entre o mar e a terra, mas era uma ponte cuidadosa. Nada além do necessário era feito ou mostrado.  E quem quer que fosse não fazia parte do necessário para essa ocasião. –Eu vou perguntar somente mais uma vez quem está ai!- Já não era um questionar, era quase um mandar.

Queria saber quem era, o porquê e como estava ali. Queria uma resposta, algo que fizesse com que você se sentisse menos perdida. Se é que isso era possível quando seu futuro estava sendo decido ali perto sem a sua presença.- Certo, se não quer falar serei obrigada a chamar os guardas para que lhe façam falar.- Ameaças, mesmo que vazias. Sabia muito bem que quem quer que fosse poderia sair dali nadando muito mais rápido do que os guardas poderiam chegar. Esperava é que o ser não soubesse disso. Ou se sentiria uma tola maior ainda. Uma que nesse segundo sentia a ponta do pé se mexer de forma irritadiça, impaciente. –Pelo amor de deus...-Era o que você resmungava para si mesma enquanto pegava o tecido da saia do vestido e a erguia levemente. Passos seguros sendo dados na direção do mar, água marinha tocando seus pés logo em seguida.