(RP FECHADA} The Pale

Althea já estava acostumada com o trabalbo que fazia, seus pais sempre disseram o quanto estavam orgulhosos dela, embora ela não houvesse alcançado seu potencial máximo.

Fazia de tudo para de acostumar ao seu novo trabalho, os trabalho que eram jogados sob sua mesa eram facilmente resolvidos, era muito inteligente e sua inteligência não parava de pescar admirações por onde passava, podia-se dizer que ela estava até mesmo orgulhosa consigo mesma. Seus pais haviam adquirido um trabalho reconhecido e digno graças à ela, ou melhor, graças ao Sir Von Wasser, que lhe garantiu este suporte. Se não fosse por ele ainda estariam em Vreth curando pessoas que não podiam pagar e comendo pão com água de dias anteriores. Ela tinha muito o que agradecer ao Sir Wasser, mas nunca tinha tempo pois sempre havia algo em sua mesa para ser resolvido, o que não a incomodava, no geral, era melhor do que fantasiar uma vida que nunca teria do lado de um homem que também nunca teria.

Talvez os livros que leu durante sua vida tenham criado um senso de romance que não existia, tentava apenas se concentrar no seu trabalho, enfiada em livros e papéis, pergaminhos e coisas do tipo. Não se permitia dar tempo para este tipo de coisa, embora em seu âmago quisesse. Sua vida se resumia em papéis para preencher, coisas para fazer e seu trabalho, não se permitia pensar em nada além disto.

Estava organizando alguns dos papéis quando ouviu alguém bater à porta. Talvez mais alguém com mais papéis. Ela suspirou, mas deixou uma frase alta e rápida emanar de seus lábios ainda assim: "Pode entrar".

Estava muito concentrada no que fazia para notar quem havia entrado pela porta, seus dedos mexiam entre papéis enquanto ela os levantava com seus dedos e os colocava de lado, usando magia. Ao notar que era Sir Von Wasser seu peito gelou, se soubesse não teria falado com ele de uma forma tão informal. Engoliu em seco

— Sir Wasser, estou quase terminando esta parte dos arquivos.

Não entendia o porquê de ele estar ali, quando olhava para ele nos olhos azuis, seu peito ainda batia mais forte, mas ela tentava ignorar, sabendo que não havia tempo ou chance para seus livros de romance se concretizarem.

— Sir Wasser. — Fez uma reverência com a cabeça, voltando a olhá-lo logo em seguida. Uma jovem tola que não entendia nada sobre paixão, estava iludida por si mesma pelo homem que havia a tornado o que ela era agora e seus pais, talvez livros de romances não fossem tão bons assim para sua saúde mental.

— Estou quase terminando os papéis que foram-me entregues. Desculpe se demoro muito tempo, sou um pouco perfeccionista e preciso ler alguns capítulos de livros enquanto faço meu trabalho, mas não irei demorar. — Disse isto com total confiança, levando os olhos novamente até os livros. Não conseguia olhá-lo por muito tempo sem corar e não queria que ele percebesse isso embora fosse algo óbvio. Seus olhos passavam pelas páginas enquanto as moviam com magia, tentando ignorar a presença no local, embora fosse difícil para ela.

Ficou surpresa ao perceber que ele a chamava para fora do local onde trabalhava. Engoliu em seco sem ter certeza sobre o que exatamente o Senhor Wasser desejava. Quando chegaram a um local onde ninguém parecia chegar, ele lhe fez uma pergunta que a fez pensar por longos segundos até responder.

Em todos os seus anos na universidade, poucos falavam sobre o Fohat ou Kundalini, era como se fosse um segredo que eles insistiam em manter, mas com sua ávida curiosidade por tudo, Althea roubou alguns livros da biblioteca da universidade e levou até seu dormitório, lendo tudo de uma única vez. Quando ele fez aquela pergunta era como se lembranças do passado voltassem a lhe assombrar, ela engoliu em seco abaixando a cabeça.

— Sir Wasser, o Fohat é como parte de nós, é como se fôssemos criados a partir dele, como se todo nascimento de um gwrach fosse o fohat se manifestando para criar um mago. Não sei explicar com completa facilidade, pois o professor que nos ensinou sobre isso na universidade havia participado na guerra contra os elfos, ele se tornou como uma casca sem fundo, vazio. Apenas explicava quando precisava e quando precisava de perguntas, ele se retirava. Se tornou completamente transtornado pela guerra que viveu, eu o compreendo, também vivo uma guerra em minha mente, talvez não tão séria quanto a dele, mas vivo mesmo assim.

Abaixou a cabeça, se sentindo derrotada.

— É como se o Fohat fosse parte de tudo o que nos cerca, o vento, o ar, a chuva... Podemos usá-lo para qualquer coisa que quisermos se tivermos a força de o fazê-lo. Para nós, gwrach, o Fohat está em tudo e pode ser usado de qualquer forma, menos da menor forma possível, num grão de areia, no vento seco  e frio de Fries, em qualquer coisa. É algo passado para nós por nossos atenpassados e será passadp para nossos filhos, embora eu acredite que nunca terei filhos. A essência do Fohat está em toda parte, em cada partícula de poeira que nos cerca, cada gota de chuva, cada ar de respiração, basta saber como usá-lo.

Sua resposta foi respondida, mas ela não entendia o porquê de estar ali sozinha com um homem tão grandioso. Se sentia pequena e envergonhada e cada vez que se atrevia a olhar em seus olhos, seu rosto corava e ela abaixava a cabeça novamente.

— Sir Wasser... — Gaguejou com algumas palavras, mas não conseguia terminá-las. Esperava que sua resposta fosse o suficiente para que ela pudesse sair de sua presença e ignorar o que sentia quando estava próxima à ele, não conseguia esconder muito bem os próprios sentimentos, pois era branca demais e suas bochechas coravam com muita facilidade, mas tentou ainda assim desviar o olhar, olhando para o vazio, evitando ao máximo aqueles olhos azuis que assombravam suas noites de sono.

Quando ele sorriu, ela apenas abaixou a cabeça, afinal de contas ela não era nada mais do que uma simples comodidade, algo que ele precisava no momento e poderia descartar quando não precisasse mais, mas em seu coração jovem e puro de menina, ela nutria algo que não deveria ser nutrido, um sentimento que tentava afastar, mas todas as vezes que estava em sua presença, não conseguia evitar de senti-lo, mesmo após passar o dia inteiro enterrada em deveres e livros, ele despertava algo nela que nem mesmo ela conseguia entender. Quando disse para que ela se sentasse, ela o fez, afinal de contas, ele era Sir Wasser e ela não tinha outra escolha a não ser obedecê-lo. Sentiu um arrepio na espinha quando ele se pôs atrás dela e começou a falar, quis interrompê-lo em suas palavras, mas ele parecia muito determinado. Quando se ajoelhou à frente dela, muito próximo sentiu as batidas de seu coração errarem, ela engoliu em seco e continuou ouvindo o que ele dizia e apenas piorou quando ele se pôs de pé e aproximou o rosto dos dois. Ela sabia que aquilo era apenas como ele era, mas sentiu seu rosto esquentar e as bochechas pálidas corarem, droga, seu próprio corpo a denunciava. Engoliu em seco novamente, seria difícil começar a falar sem gaguejar naquele instante.

— Sir Wasser... Creio que não seja tão f-fácil assim expandir o fohat além de nós mesmos. E-Eu posso tentar, eu vou dar meu melhor em pesquisar... Sobre isso... Mas...

É, realmente, Althea estava completamente desconcertada com a aproximação súbita do homem loiro e imponente que estava à centímetros dela. Centímetros que seu âmago queria encurtar, tudo em si gritava para ter seu toque, mas ela apenas tentou se encolher mais na poltrona, com pouco sucesso. Ele estava perto demais.

— Eu irei dar meu melhor para tentar descobrir se isto é possível.

Ao menos desta vez não havia gaguejado, o que foi extremamente difícil e exigiu muito de seu auto controle. Althea continuou fitando seus olhos enquanto ele fitava os dela. Parecia que uma tensão que vinha dela inundava o ar, quase pálpavel, seria fácil demais saber que Althea escondia coisas que não contava a ninguém e ele era um homem inteligente demais para não perceber isso.

— Sir Wasser... — Repetiu seu nome novamente, não queria que ele se afastasse, mas sabia que aquilo não passava de uma conversa importante para ele e seu coração queimava, ela não era uma pretendente louvável, longe disso. Precisava manter isso em mente, era apenas trabalho, era apenas interesse em comum, para fazer Fries crescer e se tornar um lugar mais poderoso, longe das forças dos elfos, ambos queriam isso, mas apenas uma pessoa ali queria algo que não poderia ter.