[RP Fechada +18] Try some lust

Levou um certo tempo para que ela aprendesse a usar suas pernas, e junto com esse tempo descobriu que algo estava errado com o seu talismã. Não se surpreendeu com esse fato, sabia que não poderia confiar em ninguém e que com o tempo a mente dos humanos poderia ser facilmente corrompida com promessas falsas e foi o que aconteceu com o bruxo que confeccionou o objeto mágico. Ela sentia que parte do poder estava consumindo seu interior de uma maneira dolorosa e em cada transformação sua situação só piorava. A transição para a cauda quando tinha que informar sua mãe de como as coisas estavam, havia se tornado um martírio e o mesmo acontecia quando voltava para a forma humana. Estava decidida que partiria para o reino dos bruxos, por mais que sua mente a proibisse de tal ato não poderia deixar que aquele poder finalizasse seu trabalho, ou seja, matá-la. Sua aparência fraca quase revelava sua verdadeira natureza o que atraía alguns olhares curiosos, a viagem inteira foi regida pelo medo e ela sabia o que acontecia com as sereias que se aventuravam no novo mundo, transformadas em escravas e até mesmo como uma atração jamais vista, como se fosse um show de horrores. Seu corpo precisou ser banhado pelas águas do mar antes de enfrentar a dura viagem até o reino dos bruxos, sabia que seu corpo não aguentaria ficar longe do mar e sua pele ressecaria.

Não estava tão longe de Fries, um dia e meio no máximo. Sabia que a estrada daquela região era perigosa, não só pelos saqueadores e sim pelos animais selvagens que atacavam as caravanas, nessa hora havia uma linha tênue entre a preocupação e a felicidade, desde que não a atacassem. Seu meio de transporte para aquela trajetória era um cavalo da raça percheron conhecidos pela sua força e resistência, eram perfeitos para completar aquele objetivo no menor tempo possível. Não se atentou aos detalhes da cidade, seu tempo estava acabando e por isso ignorou todos os alertas que a população de Fries entoava em alto e bom som quando o trote de seu cavalo preenchia as vielas que partiam em direção a Universidade. Já havia pedido para que alguém avisasse sobre sua chegada, seu guarda tinha sido o intermediário disso tudo, dessa vez teria que dar certo e com alguém que ela poderia olhar nos olhos e ter a certeza de que é a pessoa certa para esse tipo de trabalho. Assim que seus pés atingiram o chão teve que se segurar na montaria do cavalo pois suas pernas vacilavam a todo momento. A capa que lhe cobria a cabeça e parte do rosto havia sido afastada porque naquela hora não precisava mais se esconder.

Com passos calmos que mais pareciam se arrastar pela exaustão, fora para perto do portão da Universidade. A claridade do dia atrapalhava sua visão e só conseguiu ver que alguém a aguardava quando já estava perto o suficiente para buscar apoio no portão e se manter em pé.  - Você deve ser o bruxo que vai me ajudar. - Se não tivesse guardando suas forças a sereia teria sido mais simpática, estendido a mão ou lançado um sorriso para o homem que estava parado ao seu lado. A loira levou a mão para cima dos olhos na tentativa de bloquear a claridade e finalmente conseguir ver o rosto dele e todos os outros elementos a sua volta. Cada reino tinha a sua beleza peculiar, por mais que ela detestasse o novo mundo não podia deixar de admitir o quanto aquele lugar era magnifico, seja pela arquitetura ou pela magia que estava presente em todo lugar.

Sentiu seus lábios se estreitando em um rápido sorriso que mostrou mais do que o suficiente para aquele primeiro encontro,  isso havia surpreendido um pouco a sereia que tratou de mudar o rumo de seus pensamentos. - Espero que esse novo talismã não tente me matar como esse - A loira apontou para o colar que cercava seu pescoço, parecia que estava carregando uma pedra do tamanho de seu punho que tinha o poder de sugar sua vitalidade, não conseguia pensar em uma comparação fiel para a dor que estava dominando o seu corpo, mas ela poderia aguentar mais um pouco porque ela era do tipo durona por fora e não admitiria que alguém a visse naquele estado. - Tudo bem. Eu estou bem. - Não estava. A sereia respirou fundo e endireitou a postura para seguir o bruxo assim que ele estivesse pronto para guiá-la até onde seria confeccionado o talismã.  

Ela não fazia ideia de como era o processo, só sabia dos efeitos e de como algo tão pequeno que poderia ser escondido facilmente poderia se tornar um objeto perigoso, tinha aprendido essa parte da pior maneira possível. - Pronto? - Ela se sentia vulnerável por não estar perto do mar, mas não tinha como voltar atrás. Acreditar que aquilo daria certo havia lhe dado um pouco de força, mas mesmo assim sentia que precisava sentar. - Acho que terei que aceitar a sua proposta para descansar. - A mulher buscou apoio no braço do bruxo e para aquele momento ela só tinha um pedido, que suas pernas resistissem um pouco mais.

A sereia ignorava a maioria dos elementos que davam vida a universidade, sabia que era um lugar grande, maior que seu reino - Nas condições que ele se encontrava no momento. Odëssea o seguiu pelos corredores que pareciam não ter fim, ainda não tinha motivos para duvidar da capacidade do bruxo e a julgar pela postura do homem não havia motivos para querer o mal da sirene. Permitiu que ele se aproximasse para avaliar o estado do talismã, se o bruxo que fez isso com ela ainda estivesse vivo de uma única certeza ela teria quando saísse da universidade assim que seu talismã estivesse pronto, ela faria de tudo para achar e matar o desgraçado. A sereia lançou um sorriso em aprovação a fala dele que amenizou seu nervosismo e a desconfiança que ela possuía por todos que habitavam o novo mundo.  

Eles entraram em um laboratório todo preparado pelo que ela podia ver, não conhecia metade das coisas que estavam espalhadas pelas bancadas, deixou a capa que cobria seus ombros em cima de uma mesa livre e talvez a melhor sensação que ela teve naquele momento fora a de sentar-se naquela cadeira. - A cadeira é confortável o bastante.. Ela sabia apenas um pouco sobre o procedimento da criação de um talismã, sabia que todos eram diferente e o de outra sereia não serviria para ela só se estivesse procurando experimentar uma morte lenta e dolorosa. Não via nenhum problema em tirar sua blusa quando se tratava de um bem maior e por isso atendeu ao pedido do bruxo sem contesta-lo.  

Se ele precisava estudar o corpo da sereia para que o talismã funcionasse então ela faria aquilo do jeito certo. Levantou-se para tirar a blusa e a saia longa, a mulher era totalmente desprovida de alguma vergonha quando se tratava de seu corpo ou ser vista daquela maneira por um homem, ser vista e desejada era o que ela mais gostava, talvez por ser quem ela realmente era. A sereia aproximou-se mais do bruxo olhando fundo em seus olhos. - Eu quero e permito.

Deixou que o homem tocasse em seu corpo, não conseguia adivinhar com precisão, mas ao que parece ele já tinha feito isso antes. Ela analisava todos os movimentos do bruxo, era dificil manter uma postura séria naquele momento, pois as mais diversas sensações percorriam o seu corpo cada vez que ele mudava a rota que as mãos faziam para ''estudá-la''. Respirou fundo e então somente no meio dessa ação que ela percebeu que havia se esquecido de como o talismã estava ferrando com ela e de como a dor estava dominando o seu corpo, mas agora não passava de uma questão de tempo para se ver livre daquela tortura. Voltou sua atenção para as ações do bruxo que naquele momento colocava mais pressão com suas mãos em determinados pontos do corpo da mulher.

Sentir ele apalpando seus seios fez com que seu corpo obtivesse um súbito arrepio como resposta, além do sorriso malicioso que ela não fez questão de esconder. ''Ah sim, isso era muito bom'' - Respondeu mentalmente a fala anterior do bruxo sobre o estudo do corpo dela, mas naquela hora a resposta serviria para outro sentido. A sereia afastou suas pernas antes mesmo do bruxo pedir para que fizesse aquilo, ela sabia que ele estava se aproveitando da situação -  se ela tinha alguma reclamação para fazer? Nenhuma. Pressionou seus lábios um no outro para que nenhum som saísse de sua boca enquanto ele parecia se divertir com os limites da sereia.

A sereia deu um longo suspiro assim que o homem se levantou concluindo que o corpo dela era bom. - Isso me surpreende um pouco. - Cobriu seu corpo novamente com a blusa e a saia longa, soltou seu cabelo enquanto observava até onde o bruxo estava indo. Eram pedras preciosas de todos os tipos, mas somente uma chamava sua atenção. - Opala. É a minha preferida. - Não sabia dizer o porque, mas lhe trazia uma energia boa. - Os outros elementos ficam à sua escolha. - Buscou apoio para seus cotovelos em cima da mesa e a ansiedade para tirar o talismã corrompido já tomava conta de seu corpo.

A sereia se distanciou do bruxo para que ele pudesse trabalhar sem que ela o atrapalhasse em algum momento. Observou de longe todos os movimentos e de como a magia era envolvida nesse processo, nunca tinha visto nada parecido - não tão de perto. Conseguia ver o quanto aquele processo exigia um esforço dobrado e nesse meio tempo parou de se preocupar apenas com ela. Se sentia mais aliviada sabendo que não demoraria muito para tirar o talismã que estava lhe fazendo mal, levou a mão até o cordão que prendia o objeto mágico no seu pescoço, sentia que toda aquela parte estava quente. A mulher deu uma volta pela sala, observou melhor cada detalhe e os objetos mágicos, a vontade de tocar em cada um deles era como abrir um tesouro proibido, só não fez porque não conhecia os efeitos que cada um deles poderia ter.  

Sentou-se na cadeira e apoiou os cotovelos em cima da bancada, seus olhos se fecharam da mesma hora e não sabia dizer por quanto tempo havia apagado. Quando conseguiu despertar viu que o bruxo havia finalizado seu talismã e um largo sorriso surgiu na mesma hora. O objeto mágico feito por ele era bem diferente daquele que ela usava, o talismã tinha ganhado sua atenção no primeiro momento que ela o viu. Passou o cordão pelo pescoço antes de tirar aquele que ela estava usando, pois se o removesse antes sua cauda apareceria e naquela hora ela não estava pronta para a transformação.

Não teve medo de usar o outro talismã porque sabia que ele funcionaria. A diferença era gritante, ela se sentia bem e mais disposta.  - Você está bem? - O cansaço dele era visível. A sereia respirou fundo e observou se havia algo de errado com o seu corpo, tinha que ter certeza que dessa vez o talismã funcionaria. Não conseguia esconder o quanto estava aliviada pelo bruxo ter salvado sua vida. - O que eu preciso fazer para te agradecer? - A loira arqueou a sobrancelha e esperou pela proposta do bruxo.  

Sentia seu corpo mais forte, já que o talismã não sugava mais sua energia. Sentia-se revigorada, se estivesse no mar aquela hora poderia facilmente contornar todos os reinos em um só fôlego. Quando o bruxo perguntou seu nome, pode sentir aquela estranha sensação, o medo de ser descoberta e acabar com a todas as chances de seu povo prosperar novamente. Desde que havia pisado em terra firme seu nome tinha se tornado uma brisa passageira. Estava trancado em uma parte distante de seu cérebro para não correr o perigo de pronuncia-lo sem querer. Mas naquele momento ela sentia que podia revelar quem realmente era, uma divida que pagaria naquela hora. - Odessea. - A voz baixa mantinha uma certa cautela, foi o suficiente para ele escutar sem que precisasse repetir. Estavam perto o suficiente para manter um dialogo que só eles dois conseguiriam escutar. Perto o suficiente para ir de encontro aos lábios dele.

De incio ela foi gentil ao apenas pressionar seus lábios que deu lugar para um pequeno sorriso ao confirmar com a cabeça a proposta do moreno. ''Diversão'' não lembrava de quando tinha feito isso pela última vez, sem ter que fugir o tempo inteiro de piratas, escravistas e de todos aqueles que queriam a sua morte. Não havia nada mais prazeroso do que provar a sensação de liberdade de uma sereia. As mãos de Odessea exploravam os braços do bruxo, desde os ombros até na altura da cintura quando o puxou para mais perto de si. Explorava os olhos dele com desejo, sua respiração pesada comandava seus movimentos, era tudo muito intenso e tirava um pouco do nervosismo por ser a primeira vez com um terra firme.