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Mensagem por Wings of Despair Qua Fev 22, 2017 3:30 pm





Foi a primeira vez em que pisaram naquela terra.
No início foi dificil afastar os animais e encontrar comida. Eram muitas pessoas e poucos recursos. Já haviam se passado semanas, mas era avassalador recordar que sua terra havia sido tirada deles de uma forma tão bruta. Eles, seres humanos, que sempre foram donos e a raça predominante no mundo natural... Ou era como pensavam antes de tudo acontecer.
Recordar dos desastres que haviam ocorrido há tanto tempo, quando o mundo já estava na última gota de esperança, quando a energia elétrica e os recursos haviam acabado... E pensar que tantos consideraram a possibilidade de um fim perene. Se algum deles vivesse naquela época  certamente não imaginaria que a natureza se reconstruiria, nasceria de novo. Eles não lembravam disto, porque não estavam lá. Seus pais ou avós não lembravam disto, porque não estavam lá. Aconteceu há muito, muito tempo atrás, agora era apenas uma lenda. Não havia registro histórico, tampouco físico de que houve uma época antes daquela... Pelo menos, não até aquelas criaturas chegarem. Eram extremamente pálidos e tinham olhos vermelhos como sangue. Falavam de uma forma antes nunca vista, e pediam, delicadamente, que os ouvissem. Explicaram o que havia realmente acontecido, que aquela terra era deles, e haviam lhes tirado. Que nada pertencia aos humanos. Falaram de um tempo agora esquecido, como se lembrassem. "Mas o que eram aquelas pessoas?", perguntavam-se os cidadãos locais. Por que falavam daquela forma, e por que pareciam hostis? Sua aparência era encantadoramente fatal, e se houvesse coragem para fitá-lhes nos olhos, não existia nada, uma casca vazia. Não existia nada além daqueles olhos escarlates.
Assim que perceberam hostilidade, os cidadãos homens e mais fortes puxaram suas espadas e se prepararam para a batalha. Quantos haviam sucumbido aquele dia? Parecia que haviam se passado apenas minutos... Mas em seus peitos, séculos. Pareciam séculos de exaustão, dor, agonia para aquelas pessoas. Os que não quiseram sair foram mortos ou escravizados. Os humanos, indefesos, assistiram o que acabaram de construir ser tirado deles, sem nada poder fazer.
A terra já não era tão grande quanto antes, mas a extensão que cobria o território de vilas e civilização era extenso. Embora houvessem se dividido muito, ainda haviam pessoas lá fora. Em algum lugar. O homem que havia os ajudado a manter a ordem durante toda a viagem, finalmente ouviu o barulho do mar ao longe. O cheiro de água salgada era muito forte. Para aquela tribo, que havia vindo do norte do Sul do continente, era quente. O calor havia esquentado seus sangues a viagem inteira, e comparado ao frio que fazia em casa, mesmo não estando tão ao extremo, era desconfortável. O homem se chamava Phaeron, e tinha uma barba ruiva abundante. Foi abrindo caminho entre as árvores, e logo viram gaivotas e garças. Era o mar.
Não demorou para conseguirem suprimentos. Aquela área era muito diversificada. Haviam árvores de todos os tipos e animais que não viam em sua vila natal. Também não demorou para começarem a construir um lugar para chamarem de lar.
Phaeron chefiou o semi-desmatamento de árvores próximo à costa, onde podiam pescar e encontrar pedras resistentes para fazer fogo. Haviam muitos tubarões, e com  o passar do tempo aprenderam a pescá-los e preencher o estômago com eles.
Tudo parecia estar ocorrendo bem, até que, numa noite, enquanto dormia, Phaeron ouviu passos e vozes que não reconheceu. Saiu de sua tenda e viu, entre as árvores, pessoas. Pegou a espada que estava encostada na árvore ao lado. Um deles se pôs à frente, com as mãos estendidas em "pare". Estava suplicando para que o ouvisse.
"Vocês são os primeiros que vemos em semanas! Por favor, me escute!", pediu, com a voz falhando.
Phaeron percebeu que ele não tinha olhos escarlates e tampouco pele sem cor. Não era um dos pálidos, e não parecia uma fera. Ele abaixou a espada e pediu para abaixarem as suas também.
"Você tem alguns minutos." disse o ruivo, encostando na árvore. Pareciam haver muitos, tanto quanto os dele.
"Eles vieram... E tiraram tudo de nós! Tudo o que construímos durante todo esse tempo!", o homem começou, mas foi interrompido pelo outro.
"Os pálidos?" Phaeron perguntou, cerrando os olhos.
"Não." ele fez uma pausa. "Não sei de quem estás falando. Foram pessoas... Com mágica."
"Mágica?"
"Sim! Nos fizeram pegar  nossas coisas e nos mandaram embora, dizendo que aquele lugar era deles, antes de ser nosso." o homem respondeu, tentando falar mais devagar.
"Encontramos a tribo deles quando chegamos na clareira próxima ao lago negro." um outro homem disse, segurando sua filha pequena nos braços. "Outras criaturas também surgiram para nós. Com orelhas pontudas, arco e flecha. Disseram o mesmo, mas nos deixaram levar algumas coisas."
Phaeron estava confuso. Quantos daqueles ainda existiam? Fechou o punho e olhou para eles. Estava convencido de que haviam coisas no mundo que nunca veria, e conhecimentos que nunca teria. Humanidade limitada. Sempre foi. Phaeron foi um grande líder, depois um grande lorde, e em seguida um grande rei. Ele foi responsável pela construção de Hähle junto com outras tribos que haviam sido expurgadas de seus territórios. Hähle, nada mais é do que o lar dos renegados. O lar de quem não tem lar. Uma casa para quem não dispõe de uma. Demorou décadas, séculos, para se transformar no que é hoje.
Phaeron não possuía vida eterna e infelizmente se foi, mas sua linhagem permanece firme até hoje, em um trono, pronta para ter justiça.


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