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[RP] Não é o fim

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Mensagem por Keith Mildenhall Seg Jan 17, 2022 4:44 pm


Não é o fim

Primavera // Nublado // Noite // Hahle

Esta RP se passa entre Keith & Amelie, e quando Keith chega em casa com Amelie morrendo, mas se recusa a aceitar a partida dela.

wod
Keith Mildenhall
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Keith Mildenhall
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Mensagem por Keith Mildenhall Seg Jan 17, 2022 5:13 pm







Não é o fim

Keith sabia que não podia ficar em Edlweiss nem mais um dia. Mesmo ela protestando arrumou as malas o mais rápido que podia para pegar o navio direto para Hahle.

— Vou praticar em Hahle, já sei a teoria - Respondeu— Não posso deixar você piorar mais.

Não quis se despedir do seu pai, ele merecia isso. Mas falou ao menos com Sean, já que ele foi gentil em hospedá-los em sua casa. Saíram apressados para não perder o navio.

A viagem foi terrível. Ela não parava de tossir e o pior foi quando ela começou a vomitar sangue. Por mais que insistisse nada parava no estômago dela e isso só a deixava ainda mais magra. Era horrível vê-la assim e não poder fazer nada.

— Já passamos por coisas piores, vai ter um jeito - Respondia esposa.

Passou as noites de olho nela, fazendo carinho dela para ver se alivia as dores. Ansiava por chegaram em Hahle e arrependia-se dessa viagem. Se estivesse em casa teriam ajuda de Elliot. Quando Amelie conseguia dormir, ficava testando a respiração dela com medo dela parar.

Não se imaginava sem ela, isso nunca poderia acontecer então negava isso fortemente em sua mente, tinha que ter um jeito. Viu tantas vezes sua esposa quase morrer ferida, ela sempre se salvava, precisava ter um jeito. Tentou ver se os tripulantes entendiam algo de medicina, mas foi em vão.

Quando enfim chegaram, Keith estava preparado para levá-la até Elliot.

— Vamos ver Elliot, ele saberá o que fazer.

Mas a esposa falava sobre ir para casa morrer. Essa frase o deixou sem chão, suas mãos tremiam mais do que qualquer coisas, mas tentava esconder isso. O rosto mais branco que a neve. Parecia que a voz dela ficava distante de tão nervoso que se sentia. Tristan parecia que ia chorar e pedia para ir para casa.

— Você não vai morrer! Para de falar isso! - Disse para esposa aflito.

Respirou fundo e concordou de levarem eles para casa primeiro. Ver o estado do corpo dela o deixava ainda mais angustiado. A carregou no colo até em casa porque era muito difícil para ela andar. Estava tão leve e era agoniante sentir os ossos dela quando a segurava.

A deixou na cama. Tristan também não saiu de perto e até prometia usar espadas de verdade.

—Ela vai ficar bem, vou arrastar Elliot até aqui, ele vai dar um jeito! Ele vai achar uma cura!

Não aguentou as lágrimas que caíram generosamente de seus olhos sem sua permissão. Não conseguia parar. Então Amelie viu o sorriso fraco dela e ela fechar os olhos para adormecer. Isso quase o fez enfartar:

— Amelie! Amelie! Não fecha os olhos, fala comigo!

Estava chorando.

—Tristan... Fique com ela, não sai do lado dela.

Passou a mão sobre os cabelos dela e disse chorando:

—Eu te amo muito! Não me deixa, não pode nos deixar. Não vou conseguir viver sem você, vai ser uma tortura, vou perder o sentido de viver. Não vai embora, não faz isso comigo, eu te amo muito.

Seu coração doía tanto quanto se tivesse sido atravessado por uma lança. Não podia perdê-la.

—Te amo muito, aguenta firme. Vou ir procurar o Elliot e trazê-lo aqui ou qualquer médico que eu encontrar, aguenta tá? Eles vão te dar um remédio e vai ficar boa...



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Mensagem por Amelie Mildenhall Seg Jan 17, 2022 9:24 pm



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"We're all monsters to someone"

Se sentia exausta por suas noites mal dormidas de sono, quando a exaustão finalmente foi maior que a dor que sentia no fígado, que estava inchado e completamente necrosado, foi acordada de súbito com Keith praticamente gritando para ela não morrer. Piscou os olhos algumas vezes e colocou a mão no abdomen novamente, a dor voltou com tudo quando seu cérebro despertou.

— Eu só adormeci... — Comentou com a voz fraca e sonolenta. Não dormiu por sequer um minuto, mas sentir seu cérebro adormecer e era uma sensação boa.

Talvez isto fosse a morte, sentia que estava próxima, como as pessoas dizem que sentem quando vão morrer, mas não sabem como. Ela sabia como, mas não exatamente o motivo. Tristan a agarrava como se sua vida dependesse dele e ela conseguia sentir suas lágrimas molharem seu cabelo, que estava até apagado e parecia extremamente negligenciado pela falta de nutrientes. Viu Keith sair pela porta e continuou pressionando a parte onde o fígado se encontrava novamente. Seus olhos pesavam de sono, talvez não fosse tão ruim morrer dormindo, mas queria esperar Keith voltar, só não se animava com o fato de que ele provavelmente traria Elliot.

Mas adormeceu ainda assim, seu corpo estava exausto e cedeu com facilidade embora a dor fosse imensa, olheiras profundas e escuras estavam abaixo de seus olhos, ficar sem comer também lhe trazia fadiga, além da que já sentia normalmente. Não pôde dizer por quanto tempo dormiu, mas acordou com a porta do quarto batendo, Keith provavelmente estava desesperado e os olhinhos de Tristan já estavam vermelhos de tanto chorar. Elliot ficou pálido quando a viu, engoliu em seco, segurando sua maleta com as mãos tremendo. Deu alguns passos para frente, receoso, mas sabia que o assunto era urgente e naquele estado era mais fácil Keith batê-lo do que Amelie novamente.

Assim que chegou perto de Amelie, colocou sua maleta no chão e suspirou levemente, já ouvindo a voz dela o xingando em sua cabeça. Se aproximou, curvando-se sobre ela, o que a fez franzir o cenho. Em seguida retirou seu sobretudo o mais delicado que conseguiu e depois suas botas, já que ela ainda estava vestida. Quando ia puxar parte de sua blusa de algodão para cima, sentiu a mão de Amelie, que mesmo fraca ainda conseguia ser forte, o que achou impressionante e levou os olhos até ela, que estavam carregados de confusão e ódio.

— Que porra você tá fazendo? — Perguntou entre dentes. Não iria deixar nenhum homem tocá-la além de Keith, não depois do que aconteceu, não deixava antes, imagine agora.

— Eu preciso examinar-te. —
Elliot respondeu o mais sério que conseguiu e tirou lentamente a mão de Amelie da sua, que soltou à contragosto.

A pirata cedeu, embora continuasse o fitando com os olhos pesados, porém queimando de fúria. Ele ergueu sua blusa até embaixo dos seios, não queria deixá-la semi-nua, então percebeu um inchaço em seu abdomen, também percebeu que sua pele estava muito amarelada, ela era apenas ossos e pele, seu fígado estava tão necrosado e doente que já não funcionava. Também notou que a cama, na parte onde sua parte inferior ficava, estava cheia de sangue, como se houvesse defecado aquele sangue. Suas mãos tremiam de nervosismo.

— Aqui deve doer... — Ele tocou levemente o local onde o fígado e o inchado estavam, o que fez Amelie gemer de dor. Em seguida abaixou sua blusa novamente.

Checou a palma de suas mãos, que pareciam ter escoriações vermelhas por toda parte, estavam inchadas. Em seguida foi até seu rosto, os lábios já não tinham mais a cor rosada, o rosto já não era rosado e bronzeado, era apenas um tom nojento de amarelo. Checou seus olhos cianos com os dedos, os abrindo um pouco mais para ver melhor e quando ia se afastar, Amelie tossiu, mas não foi qualquer tosse, foi uma tosse carregada de sangue bem no rosto de Elliot. O médico se afastou de imediato, limpando o rosto com um lenço, mas Amelie virou-se para o chão e começou a vomitar. Ele se aproximou de Keith, colocando a mão em seu ombro, mão que tremia, não sabia como dizer aquelas palavras.

— A doença avançou para um nível onde não há retorno. Nunca vi pessoalmente, porém ouvi curandeiros falarem sobre isto e eu diria que ela irá morrer hoje ou amanhã, talvez depois de amanhã se possuir alguma sorte. Se serve de consolo, também ouvi falarem que quando começa a afetar, não tem cura, mesmo ela parando de ingerir álcool ou continuando, iria chegar nisto de qualquer forma. Eu realmente sinto muito, Keith. Não tem nada o que possa fazer. — Segurou o olhar no olhar de Keith por longos segundos, até se afastar, pegar sua maleta e quando estava prestes a sair do cômodo, virou-se para Amelie. — Adeus, Amelie. Se existirem deuses, espero que seu descanso seja eterno e piedoso. — Esboçou um sorriso gentil para ela, que apenas o fitava com o cenho franzido e então ele do quarto.

Tristan praticamente pulou da cama, começando a chorar novamente.

— O que ele quis dizer com isso, papai? A mamãe vai ficar bem... Ela tem que ficar bem... Eu já perdi outra mamãe, não quero perder essa... Faz alguma coisa, papai, traz aquele moço aqui de novo... — A criança chorava copiosamente sentada na cama, mas sentiu a mão fraca de Amelie em suas costas.

— Algumas coisas não tem como mudar, Tristan. Vem cá. — Ele entendeu e a abraçou novamente. Então Amelie virou-se para Keith, com os olhos pesados de sono, sentia que poderia morrer a qualquer momento, então se negou a dormir. — Amor, você pode contar algumas histórias de dormir, algumas daquelas que você conta pra o Tristan... Você pode deitar desse lado e então tudo vai ficar bem... Acho que é melhor do que morrer em batalha, não é? — Tentava trazer alguma leveza para a situação, mas naquele ponto, não havia nenhuma.

 

com keith mildenhall - terus - primavera

 





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Mensagem por Keith Mildenhall Seg Jan 17, 2022 10:06 pm







Não é o fim

Keith voltou com Elliot para o quarto, o tinha puxado pelo braço para ir o mais rápido possível. Enquanto o médico examinava ela, o impuro ficou pálido observando cada movimento. Nem mesmo se incomodava com o fato dele subir a camisa dela, só queria que a curasse o mais rápido possível. Mordeu os lábios nervoso até sangrar.

Ficou agoniado ao ouvi-la gemer de dor quando o outro a apertou. Repetia na sua mente que deveria ter uma cura. Seu coração doeu ao vê-la vomitar. Pegou logo um lenço para ajudar ela a se limpar:

— Amor!

Estava até ofegante de tão nervoso e aflito. Até que Elliot o tocou no ombro, os olhos vermelhos de Keith o fitaram esperançoso e aflito. Então ficou mais branco do que podia quando ouviu que a sentença era morte, sentiu que o chão cedia sobre seus pés. As palavras do médico pareciam um som distante, mas entendi o que aconteceu. Era aquela doença por causa do álcool, não conseguiu livrá-la desse futuro terrível.

Sua esposa... Estava morrendo...

Keith não conseguiu falar nada, mal respirava, apenas murmurou:

— Não... Não...

Nunca havia sentido uma dor como essa, como se perdesse sua alma. Tristan chorava perto dela, isso o fez lançar um olhar para a esposa ainda incrédulo. Era como um pesadelo, só queria acordar disso. Não podia ser real.

Mais lágrimas escaparam dos seus olhos já vermelhos, eram abundantes. Ouviu ela o chamar para contar história e a forma como ela apenas aceitava isso o deixou ainda mais desesperado.

— Aquele Elliot é um merda! - Exclamou de repente — Ele não sabe de nada! Ele não quer te curar!

A voz ficava embargada por causa do choro. Porém ver todo esse sangue que ela vomitou... Chorou mais, dessa vez com gemidos bem altos. Foi até ela e ajoelhou chorando e soluçando:

—Não... Você não vai morrer! Não... Não vou deixar!

Olhou para Tristan e disse também:

— Não vou deixar ela morrer! Eu... Não pode ir Amelie! Tudo que eu quero é você, tudo que eu sempre quis é você!

Chorou mais gemendo e soluçando. Levantou e passou a mão pelo rosto nervoso. Deu um chute na mesa a virando com tudo que havia em cima e gritou de raiva e desesperado.

Lançou um olhar para ela novamente, tinha medo de deixar ela e quando voltar... Engoliu em seco sentindo seu corpo fraquejar. Arregalou os olhos azuis mais assustado e desesperado que qualquer coisa. Não aceitaria isso simples assim, precisava fazer alguma coisa, encontrar alguém que a curasse independente do que precisasse fazer.

—Vou trazer a cura da mamãe, não deixa ela morrer antes de eu voltar.

Olhou para Amelie chorando:

—Eu te amo muito Amelie... Não vai embora até eu voltar, vou te salvar... E quando eu achar um médico que te cure vou matar Elliot por mentir!

Então saiu como um doido pela porta descendo as escadas foi até a rua desnorteado e desesperado. Gritou para as pessoas:

— Minha... Minha esposa está morrendo! Por favor! Me ajuda! Alguém pode curar ela?!

Foi interrompendo as pessoas e perguntando:

—Um bruxo, qualquer coisa... Cure minha esposa por favor! Ela está morrendo! Doença no fígado... Eu... Eu faço qualquer coisa! Dou tudo que tenho! Meu sangue! Qualquer coisa! Me ajuda!

Saiu igual um louco desesperado gritando, algumas pessoas fugiram assustadas dele, outras apenas o olhavam como louco e iam embora.

— Socorro! Salvem minha esposa!!

Passo um tempo assim, até que o empurram direto no chão. Keith olhou para a terra e para suas mãos. As lágrimas molhava a terra. Chorou mais e mais. Ninguém queria ajudar ele, não podia desistir e o tempo só passava. E se ela morresse mesmo?

— Ahhh... AMELIE! - Gritou chorando, que se tornou em seguida uma frase choramingando — Por favor... Me ajudem... Qualquer coisa... Faço qualquer coisa...

Tossiu engasgando com seu próprio choro, doía demais, era extremamente doloroso. Nem conseguia falar mais, porque se tornava um lamento incompreensível.

Foi então dois pés se aproximaram dele, notou no seu campo de visão. Enquanto chorava desesperadamente ouviu a voz de um homem.

—Estive observando você e sua companheira por muito tempo, em concepção humana, senti o cheiro de sua doença desde a primeira vez que a vi, então os acompanhei todas as vezes que pude.

Keith então levantou o rosto para vê-lo, essa aparência, era indiscutivelmente um vampiro. O que ele queria? Por que os observava? Tudo parecia sem sentido agora que iria perder sua esposa. Antes que respondesse alguma coisa o vampiro continuou:

—Se não houver mais solução, posso lhe oferecer uma possibilidade. Se preferir que ela morra a ser como eu, prometo que nunca mais me verá...

A palavra solução o fez arregalar os olhos e logo entendeu o que ele quis dizer. Agarrou as pernas do vampiro e implorou mesmo que talvez não precisasse, mas estava muito desesperado:

—Eu faço o que o senhor quiser! Por favor, não deixa ela morrer! É só o que eu quero! Ela viva e livre! Se eu tiver que ser seu escravo tudo bem, só salva ela!

Não conseguia pensar em como seria caso Amelie fosse vampira, só que ela ficaria viva. Não podia perdê-la de jeito nenhum.

— Não deixa ela morrer!

O vampiro o puxou pela camisa o levantando do chão. O impuro então o levou até a estalagem deles:

— Rápido, antes que seja tarde!

Chorava mais e mais, principalmente com medo de voltar e não encontrá-la viva e sofrer de culpa por não ter estado ali.


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Mensagem por Amelie Mildenhall Ter Jan 18, 2022 4:38 pm



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Sentiu seu peito dar um pulo com o susto quando a mesa foi jogada e ouviu o desespero do homem que amava tomar forma em gritos e gemidos. Queria dizer que tudo iria ficar bem, que ele seria um ótimo pai para Tristan quando ela partisse, que a expectativa de vida de um pirata era baixa e ela já havia excedido há muito tempo, que um dia ele encontraria alguém novamente, queria dizer tantas coisas, porém todas elas pareciam absurdas. Ele a amava assim como ela o amava, surtaria de maneira completamente irracional se estivesse em sua posição. Não haveria outra pessoa para ela, sentiu isto desde que o conheceu, então como poderia existir outra pessoa para ele? Se o destino, os deuses, o cosmos, o que quer que fosse, deram vida um ao outro, fizeram com que se encontrassem exatamente no momento certo, fizeram com que criassem um laço tão forte que nem mesmo a morte à espreita conseguia romper, por que terminar daquela forma? Se aquele amor precisava existir, por que doía tanto?

Vê-lo daquela forma a fez engolir em seco, mas apenas ingeriu o sangue que estava em sua garganta. Seus olhos cintilavam pelas lágrimas e queria tanto ter o que dizer, mas a única coisa que conseguia pensar era que iria amá-lo para sempre, que nem mesmo a morte iria mudar isto, porém antes que conseguisse reunir forças, ele saiu como um louco desesperado pela porta. Estendeu a mão tentando alcançá-lo, usando toda a força que conseguiu reunir, mas Keith já tinha ido embora. Tinha medo de seu corpo não suportar até que ele voltasse, tinha medo de morrer sem ele ao seu lado. Agora tinha medo da morte, embora nunca tenha tido, se ele estivesse ao seu lado enquanto mergulhava no oceano profundo e negro que a morte era em sua mente, se sentiria mais segura nesta jornada. Mas agora ele não estava mais ali, a cama estava completamente suja de sangue, até mesmo a parte traseira de sua calça tinha sangue, sequer haviam acendido a lareira e por sua condição física, sentia bastante frio, tudo aquilo a incomodava enquanto os olhos pesados observavam o ambiente. Mas ao invés da mão de Keith, sua mão magra e doente foi segurada pela mão pequena e corada de Tristan.

— Papai vai voltar daqui a pouco com ajuda, mamãe. — O menino abraçou sua mão, levando até o peito e Amelie sorriu para ele, sentindo uma lágrima teimosa escorrer pela lateral de seu rosto.

Fez sinal com a cabeça para Tristan se aproximar e voltar a abraçá-la. Tentava não ceder à exaustão, não sabia se era realmente cansaço ou se era a morte. Não queria morrer sem ele ali, tinha certeza que não teria salvação, mas parecia que aquele homem não desistia nunca. Entretanto, seu corpo cedeu, não ao sono, mas a um desmaio. Estava bastante comum nos últimos dias de viagem de volta. Se viu caindo em uma imensidão negra, sem luz, sem cor, sem som, sem forma, ela mesma não possuía forma, era apenas uma consciência. Não soube dizer quanto tempo passou desse jeito, mas despertou com Tristan dando tapas em seu rosto e a sacudindo, com a voz distante a chamando, antes mesmo que pudesse recuperar completamente a consciência, ouviu a porta batendo novamente e se abrindo, então Tristan deu um pulo assustado ao ver quem, ou melhor, o que, seguia seu pai para dentro do quarto e completamente em pânico, num impulso para se afastar e se encolher até a parede, esmagou o abdomen de Amelie pegando impulso para trás, o que a fez despertar por completo e uma quantidade absurda de sangue subir para sua boca, conseguiu engolir a maioria, porém ainda escorreu por sua boca e ela grunhiu alto de dor, levando a mão até a área onde ele havia esmagado sem querer.

Quando abriu os olhos, que já estavam turvos, viu seu Keith, mas também viu uma criatura estranha caminhando para perto de maneira elegante, com vestimentas muito elegantes, olhos escarlates que brilhavam na escuridão do aposento, cabelos longos e tão pretos que poderiam muito bem ser confundidos com a escuridão em si, sua pele era tão branca como mármore, azulada como um cadáver, mas o homem possuía uma elegância e uma beleza que era sobrenatural. Franziu o cenho e olhou para Keith assustada. Já sentia uma vertigem, como se seus órgãos estivessem começando a parar aos poucos, mas seu olhar dizia tudo, não precisava falar nada.

— Consigo ouvir todos os corações aqui... O seu está batendo demasiado forte como se foste explodir, a criança está com medo, presumo que de mim e o dela... Bem... Está muito fraco. Existem limites que nem nosso veneno consegue alcançar, precisas ser rápido. — Ivan direcionou-se a Keith. Até mesmo sua voz era elegante e suave, parecia veludo, como o sobretudo caro e vermelho escarlate que o mesmo vestia. — Precisas entender a decisão que estás a tomar. Ela será completamente diferente do que conheces... E não quero-te como meu escravo, impuro. Embora feda como um, um vampiro experiente como eu consegue sentir o cheiro de sangue humano em tuas veias, mas não é este o motivo exato de não vê-lo desta forma. É ela. — Ele falava de maneira muito séria, muito cordial, Amelie não estava entendendo nada.

Tristan estava de olhos arregalados encolhido na parede, tremendo, mas Amelie apenas entreolhava o marido e aquele vampiro completamente perdida. Sentia que estava começando a morrer, seu corpo não a respondia como antes, tudo o que conseguiu perguntar com a pouca força que tinha, foi:

— A-Amor? O que... O que tá acontecendo? — Também estava com medo, sentiu seus olhos ficarem úmidos novamente.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Ter Jan 18, 2022 4:57 pm







Não é o fim

Keith tinha o rosto vermelho e inchado de chorar. Respirava ofegante, nem mesmo pensava no que sua escolha iria causar, só não podia deixar Amelie morrer. Viu Tristan se encolher assustado no canto.

Antes que pudesse ir até o menino, Ivan dirigiu palavras a ele. Keith de olhos arregalados ouviu tudo. Mas sim, era o que queria, que ela ficasse viva. só conseguia pensar nisso. Só não entendia porque o vampiro os ajudaria mesmo sem ele ser escravo dele.

Amelie mesmo fraca, conseguiu proferir algumas palavras sem vitalidade. A respondeu ainda nervoso e chorando:

— Ele vai salvar você. Só isso que importa, não te deixar morrer. O resto a gente da um jeito!

Aproximou da beirada da cama e segurou a mão dela de joelhos no chão:

—Não importa o que acontecer, eu vou estar do seu lado. É muito pouco tempo o que vivemos juntos... E muito tempo para viver sem você. Se esse é o único jeito de você viver, por favor, para ficar comigo e com o Tristan. Você sempre será a minha Amelie, não importa o quanto mude.

Deu um beijo na testa dela e respondeu a Ivan com a voz desesperada e embargada:

— Eu não tenho ideia do porquê tá tentando ajudar ela, mas... Por favor, eu só quero que ela fique viva e bem. Que ela possa viver sem essas dores, deixe minha Amelie viva, por favor.

Chorava novamente, não gostava de vampiros também, mas queria sua esposa viva não importa o que fosse. Depois pensaria nas consequências, mas agora simplesmente não dava para pensar racionalmente.

— Faça o que precisa antes que seja tarde, por favor!

Olhou para Amelie e completou:

—Você vai ficar viva amor, comigo e com o Tristan, vamos poder continuar juntos como uma família. Eu não vou deixar essa doença de te levar...

Foi então até o Tristan, lembrava que o garotinho perdeu os pais para vampiros, devia estar com muito medo. Abraçou o menino e escondeu o rosto dele no seu peito para ele não ver nada e disse:

—Calma Tristan, esse homem não vai matar a gente, ele veio salvar a Amelie. Vai deixar ela viva e eu vou sempre te proteger, sempre, nada de ruim vai acontecer com você. Não foi isso que fiz até agora? Vou te proteger de tudo. Fica comigo enquanto ele cura nossa Amelie.

Se conseguisse daria uma mão para Amelie, enquanto a outro braço envolvia Tristan contra seu peito.





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Mensagem por Amelie Mildenhall Ter Jan 18, 2022 8:43 pm



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As palavras de Keith não faziam nenhum sentido, na verdade, nada fazia sentido em sua mente que agora era tomada pela confusão mental, não havia a atingido com muita intensidade, mas quase morrendo era difícil compreender alguma coisa.

— É necessário que eu seja claro e honesto com você sobre o que vai e o que pode acontecer durante a transformação... É um processo extremamente doloroso, ela irá sentir muita dor, se a quantidade certa do meu veneno não entrar em seu organismo, ela morre. Se o coração dela não estiver bombeando sangue o suficiente para que o veneno possa ser levado por suas veias, ela morre. Ela irá ter alucinações e por estar muito fraca suas chances de sobrevivência são muito baixas. É um processo extremamente delicado e perigoso, não tenho convicção de que o corpo dela irá aguentar dado seu estado atual, por isto te disse "possibilidade". Entretanto, ela já está morrendo, então esta é, ao menos, uma opção de salvá-la. — O vampiro parecia bem sincero com Keith, estava sendo honesto em suas palavras, pois sabia que a tentativa de uma transformação não era uma garantia de que ela iria sobreviver. — O processo dura de dez a quinze horas, se ela conseguir, irá morrer. Ela precisará morrer e com sorte, ela irá retornar... Como eu. Porém, vejo o quanto a ama e o quanto quer salvá-la, então preciso ser franco contigo. Não garanto que poderei salvá-la, apenas prometo que irei tentar. — Ele acenou positivamente com a cabeça para Keith, sem expressão alguma, estava concentrado demais para esboçar um sorriso.

Percebeu que seria melhor iniciar antes e se apresentar depois, já que estavam correndo contra o tempo, então apenas se aproximou de Amelie, apoiando o braço esquerdo na cama, como se deitasse em cima dela, mas sem seus corpos se tocarem. A pirata sentiu um desespero inexplicável tomar conta de si, por que aquele homem desconhecido estava deitando em cima dela e Keith estava deixando? Tentou se debater ou dizer alguma coisa, xingá-lo talvez, mas antes que pudesse fazer isto, Ivan afastou uma mecha de seu cabelo ruivo de perto de seu pescoço, que estava com uma aparência horrível por ela estar doente, e cravou os dentes bem ali. Precisava ser meticuloso em relação à quantidade de veneno que depositava, pois ela estava fraca demais e seu coração já batia devagar, então não poderia ser muito. Mas tudo o que Amelie conseguia sentir era em quanto aquilo estava doendo, doía mais do que a vez em que foi mordida por aquele vampiro aleatório porque desta vez, aquele não sugava seu sangue, mas depositava veneno em suas veias. Sentiu a mão gelada, como a mão de um cadáver, ser colocada do outro lado de seu pescoço, como se pedisse para que ela não se movesse, mas levou a própria mão até a nuca do homem, ao ombro, costas, cabeça, não sabia onde segurar. Grunhia alto de dor com a pouca força que tinha enquanto os olhos azuis extremamente arregalados e cheios de lágrimas estavam fixos nos olhos de Keith, como se suplicasse por ajuda. Ela não compreendia nada do que acontecia.

Logo sentiu a queimação em seu coração e como se todas as veias e artérias de seu corpo se tornassem geladas, isto era o veneno. Ivan se afastou, talvez tenha inserido o suficiente para transformá-la e não intoxicá-la no processo. Limpou a boca com o sangue da pirata que ainda estava em sua boca usando um lenço caro com extremidades de renda. Mas o gosto daquele sangue doente iria ficar em seu paladar por um bom tempo, pensou contigo mesmo.

Amelie levou a mão ao peito onde seu coração queimava, suas veias que já não possuíam muito sangue, pareciam ressecadas, cada minúscula parte de seu corpo doía e ela gritava de dor, se contorcendo na cama como uma lunática. Ao menos era uma dor diferente para se focar.

Sua mente se tornou um oceano de dúvidas, a certo ponto não sabia mais quem era, começou a ver coisas e seus olhos se perderam nestas alucinações, mas não tinha forças para dizer nada, sua boca estava ocupada demais gritando de dor. Ivan foi até a lareira, a acendendo, imaginava que deveriam estar com frio e Amelie iria sentir muito frio até aquilo acabar, em seguida encostou-se na parede próxima a lareira pequena do quarto, cruzando os braços e as pernas e observando aquela cena, como se já houvesse visto aquilo antes, mas seus olhos pareciam conter uma melancolia, uma tristeza, enquanto olhava para Amelie. Algo dentro dele doía também e era perceptível.

As horas foram se passando naquela situação agonizante, a humana, fraca, já não tinha mais forças para gritar, então apenas gemia baixo de dor até que a exaustão lhe consumiu, Ivan não sabia como ela havia conseguido aguentar por tanto tempo sem ter apagado, era realmente forte, mesmo naquele estado. Amelie simplesmente entrou em um sono sem sonhos, depois de tanta agonia, parecia tão tranquila. Tristan havia pedido para ficar em seu quarto algumas horas atrás, não queria ficar ali, preferia seus brinquedinhos e o calor de sua cama enquanto ouvia os barulhos de Amelie do outro lado.

Assim que ela apagou, Ivan correu numa velocidade vampírica, tão rápido que se tornou apenas um vulto e aproximou-se novamente, apenas para ter certeza de que estava funcionando.

— O coração dela ainda bate, não te preocupes. Ela é mais forte do que antecipei. — Ivan tentou acalmar Keith, com uma voz gentil.

Mais horas se passaram, que pareciam longas demais, até que havia apenas um batimento cardíaco naquele quarto. Amelie parecia apenas dormir antes, mas agora seu corpo simplesmente desfaleceu na cama, ela já não respirava, seu corpo logo iria começar a gelar, mole como uma boneca de pano.

— Ela morreu. — Ivan suspirou. — Agora esperamos, com sorte ela retorna. — Ele puxou uma cadeira que estava próxima, tranquilamente, porém internamente preocupado. Sentou-se nela graciosamente e fitou Keith. — O motivo pelo qual observei vocês por tanto tempo, em padrões humanos foi muito tempo, para mim, que tenho mil trezentos e sessenta anos, foi apenas um piscar de olhos... Mas o motivo pelo qual os observei foi porque sua companheira se parece muito com a filha que tive um dia, era minha única filha. O afeto que criei por esta humana não foi romântico, não quero que penses assim, foi como se a visse novamente, mas com cabelos flamejantes e roupas piratas, além dos olhos azuis, os dela eram castanhos. Eu soube que ela estava doente desde o início, consegui sentir pelo cheiro de seu sangue, sabia que iria chegar neste ponto em algum momento. Ela também é muito diferente de Adelle, sua personalidade é... Interessante, por assim dizer. Se voltar, quero que saiba que ela irá voltar muito, muito mais intensa, em todos os sentidos imagináveis. Foi por isto que decidi ajudá-los, porque perdi minha filha tentando transformá-la, mas era inexperiente demais, tinha acabado de ser transformado e a matei. Nunca mais condenei um humano à esta vida novamente, com exceção de agora, é claro. — Ivan suspirou, embora não precisasse respirar. — O tempo que ela irá passar morta é indefinido, depende do humano, ficarei aqui para ver o resultado, mas se ela não voltar, console-se com o fato de que ao menos você tentou.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Ter Jan 18, 2022 9:54 pm







Não é o fim

Apesar de ser um vampiro, Keith estava o achando até bem educado o tentando explicar as coisas que poderiam acontecer. Sentiu o coração doer quando ouviu que ela sentiria muita dor e que não era garantia que funcionasse.

Chorava e não conseguia mais dizer nada, só balançou a cabeça para confirmar. Não sabia se era a coisa certa, só tinha que tentar salvar Amelie. O que podia fazer mais? Foi o único que o ouviu na multidão, até mesmo Elliot o deixou sem solução.

Não tirou os olhos de Amelie quando o vampiro foi até ela. Arregalou os olhos ao vê-la gritar de dor após a mordida. Queria tirar esse vampiro de cima dela, acabar com essa dor, mas... Era a chance dela ficar viva.

— Amor... - Murmurou muito baixo.

Chorou mais e mais. Quando ela começou a se contorcer de dor foi até ela assim como seu amor ficava do lado dele sempre que se transformava. Porém agora era muito diferente.

—Me desculpe... - Murmurava chorando ao lado dela.

Sentia-se um monstro por fazê-la sofrer assim, mas sua amada já sofria antes, só queria que ela pudesse ficar viva. As horas pareciam que nunca iriam passar, tentou fazer carinho na cabeça dela, nos braços, qualquer lugar que conseguia, apesar de não surtir nenhum efeito. Então ficou ajoelho na barra da cama apenas chorando e esperando ansioso para que isso parasse. Já nem sabia mais se o que fez foi certo agora, foram tantas horas de sofrimento. Estaria sendo egoísta a deixando nesse estado? Mas achava que eles mereciam muito mais do que tiveram em uma vida inteira de sofrimento.

Tristan não aguentou e estava em seu quarto, sentia-se mal por ele também. Quando Amelie enfim adormeceu, Keith a olhou muito aflito, não precisou chamar pelo vampiro, pois este apareceu em uma velocidade alta. Arregalou os olhos assustado com a presença repentina dele, mas seus olhos imploravam por notícias boas.

Soltou um suspiro ao ouvir que o coração ainda batia. Agarrou-se com todas as forças as palavras dele sobre ela ser forte.

— Amelie é muito forte...

Fez um carinho na cabeça dela a fitando angustiado.

—Volte para mim meu amor...

Mais horas se passaram, Keith aproveitou para deixá-la em um estado mais digno. Limpando o sangue, mas pedindo a licença do vampiro para isso. Trocou as roupas dela para a camisola e a cobriu com lençóis. Era tão bonita mesmo dormindo desse jeito tão adoecida. Notou que os lábios dela foram ficando sem cor. Então algo ficou muito estranho, sua amada nem respirava.

— Ela não tá respirando! - Exclamou surtando.

Logo o vampiro disse o que era, a fase que precisavam esperar. Chorou ainda mais na beirada da cama. Sua cabeça parecia que ia estourar de dor assim como seus olhos. Não comeu nada, mas uma hora levou um lanche para Tristan e pediu que ele rezasse para Amelie ficar boa em seu quarto.

Quando estava já sentindo-se enfraquecido ajoelhado ainda do lado dela, ouviu o vampiro começar a tentar explicar o motivo dele os ter ajudado. Pelo menos não era um afeto romântico. Era estranho pensar que vampiros podiam fazer coisa boas. Mas também bom, porque sua esposa se tornaria uma deles. Precisava torcer por isso, porque era o que a deixaria viva.

Lágrimas ainda escorriam dos seus olhos quando ouvia o relato. Mas suas pupilas dilataram quando ouviu que ele havia perdido a filha tentando transformá-la. Isso era terrível até de imaginar. A culpa de matar a própria filha.

Quando ele mencionou que deveria se consolar que ao menos tentou, mais lágrimas saíram dos seus olhos. Não queria simplesmente ter tentado, precisa funcionar, precisa de sua Amelie de volta.

Não saiu do lado dela exceto para ver Tristan algumas vezes. Tocava as mãos frias dela, o rosto gelado dela o enchia de beijos. Depois deitou ao lado dela e abraçou. Seus olhos ardiam e doíam de tanto chorar e da tensão e desespero que sentia.

— Amor... Volta para mim... - Sussurrava no ouvido dela — Essa realidade é terrível demais... Não quero ficar sem você... Mas você me arranjou o Tristan...

Embora sentisse extrema vontade de partir com ela caso fosse o caso, nem podia fazer isso pelo menino. Ninguém cuidaria bem dele e havia prometido protegê-lo. Mas já se sentia como um morto vivo, porque seu coração parecia ser sido arrancado do seu peito de tanto que doía.

— Minha linda Amelie... Minha princesa pirata... - Murmurava enquanto a abraçava.

Quando levantou apenas para ir ao banheiro e ver Tristan, chegou a cair no chão de fraqueza. Não sabia se era pela falta de comida ou pela tristeza enorme que sentia ao vê-lo assim. Ainda assim voltava a chorar.

O segundo dia se passou e nada dela acordar. Keith protegia o corpo dela e passava até um pano úmido para preservá-la. Depois que cuidava de Tristan, ficava abraçado com ela, chorava, outras apenas ficava estático sem forças para pensar ou fazer qualquer coisa. Como se tivesse levado sua alma.

Os olhos fundos de chorar e não dormir. Não conseguia pegar no sono de jeito nenhum nem comer tamanho era o seu sofrimento. No terceiro dia continuava a chamá-la:

— Amor... Não me deixa... Te imploro... Volta para mim...

Apesar de cuidar da sua esposa, ele mesmo não tomou banho ou trocou de roupas durante esse tempo. O semblante estava exausto e abatido. Não sentia nojo da esposa por ela estar morta, só queria ficar perto dela, segurava a mão dela e abraçava tentando recuperar um pouco do que tanto amava.

— Você é a pessoa mais forte que conheci... Se me ama mesmo, volta para mim... Me perdoa por te fazer passar por esse sofrimento, mas foi preciso para ter uma chance... Volta por favor...  Nosso amor precisa ter mais tempo, não é justo... Foi tão pouco, quero envelhecer do seu lado, quero ter uma vida inteira juntos...



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Mensagem por Amelie Mildenhall Ter Jan 18, 2022 10:36 pm



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Era como se estivesse adormecida, um descanso eterno, uma paz infinita, onde não existia dor, guerra, reinos, sofrimento, onde ela mesma não existia. Não possuía consciência desta paz, pois estava morta. Passou três dias e meio morta, um cadáver gelado e mole, não havia passado pelo rigor mortis, o que era bom, pois significava que a transformação estava funcionando, mas parecia que nada do que Ivan falava fazia Keith se acalmar, ele estava inconsolável. Então saía da estalagem às vezes, às vezes para se alimentar, outras apenas para caminhar por Hahle, outras para voar como morcego. Era um vampiro experiente, então conhecia seus limites, só cuidava para ter certeza de que iria estar ali quando ela acordasse. Foi diferente com sua filha, ela começou a apodrecer, o que não estava acontecendo com Amelie. Via o sofrimento do impuro e se compadecia com ele, pois sofreu muito quando matou sua própria prole.

Estava no canto do quarto, lendo um livro que havia trazido consigo de Vollbrecht quando percebeu uma movimentação vinda da pirata.

A primeira coisa que Amelie sentiu foi dor, era uma dor suportável, mas era como se todos os órgãos de seu corpo estivessem reaprendendo a funcionar novamente. Foi lentamente recobrando a consciência e como um recém nascido que respira fora do útero pela primeira vez, ela abriu os olhos arregalados, puxando o ar para seus pulmões como se nunca houvesse respirado na vida. Seus pulmões doeram com aquilo, doeram muito, embora não precisasse mais respirar. Algo estava diferente, na verdade tudo estava diferente. Lentamente recobrava os sentidos, a visão, o olfato, o paladar... O teto estava tão nítido que conseguia ver cada pequeno fiapo na madeira, conseguia escutar cada conversa das pessoas do lado de fora na rua, conseguia sentir cada cheiro que emanava daquele lugar e até mesmo o que entrava pela janela. Estava tomada por confusão, mas recobrou a consciência muito rápido, o que fez Ivan se assustar. Ela era diferente até mesmo nisso, era realmente muito forte e impressionante. Ele colocou seu livro em cima da mesa, que havia ajeitado enquanto Keith estava em seu luto sem fim, mas não sabia como ela iria reagir.

Amelie também sentiu um cheiro horrível de cachorro molhado que rolou em bosta, mas esse era o de menos. Não sabia o que estava acontecendo, de repente sua garganta começou a arder como se estivesse em brasa, mas ainda não conseguia mover todos os membros de seu corpo, era como se todo o seu organismo acordasse novamente. Ainda assim, teve forças para se debater, em completa confusão, o que fez com que Ivan se aproximasse e a imobilizasse segurando seus braços.

— Está tudo bem... — Ele tentou dizer, mas o olhar assustado da pirata estava focado nele, lembrava daquele homem, lembrava quase tudo o que tinha acontecido, mas sua mente ainda estava nublada e ela sentia muita dor.

Amelie também estava completamente diferente. Sua pele, antes bronzeada pelo sol com o rosto corado, agora era branca como mármore, com veias azuladas que apareciam embaixo de seus olhos e por todo o seu corpo por não ter se alimentado, os olhos assustados que antes eram de um azul ciano, agora estavam vermelhos escarlate, porém apagados pela falta de sangue, seus lábios tinham ganhado uma tonalidade avermelhada estranha, meio acinzentada, os cabelos que antes estavam secos e refletiam sua doença, estavam gloriosos, sedosos, como se cintilassem, o vermelho ainda mais vivo que nunca. Sua pele estava gelada como a de um cadáver, quase tão gelada quanto a neve e estava ainda mais bela, se é que isso era possível. Como se sua beleza que já existia houvesse apenas se intensificado após a transformação.

Percebeu, então, que aquele cheiro vinha de Keith, ele estava ali, ela não estava sozinha com aquele vampiro, mas ele ainda a imobilizava.

— Agora precisamos esperar as presas rasgarem a gengiva dela para que ela possa se alimentar, mas é recém criada, estará descontrolada, principalmente com a criança. Irei precisar de sua ajuda, tente acalmá-la, ela está confusa.

O vampiro não a soltou, entretanto. Lançou um olhar para Keith e em seguida para ela novamente. Os olhos vermelhos de Amelie estavam arregalados, já não havia nenhum traço da doença que a matara, era como se houvesse renascido, até mesmo seu físico não estava tão mais magro, mas o vampiro era mais velho e mais forte que ela. A mesma fitou Keith, seus olhos tão arregalados e tão cheios de medo que doía.

— Amor? O que aconteceu? Eu morri, eu lembro de ter morrido, eu morri... Quem é esse? O que ele fez comigo? — Até mesmo sua voz parecia diferente, ainda grave e grossa demais para uma mulher, mas soava como veludo.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Qua Jan 19, 2022 4:22 pm







Não é o fim

Keith estava do lado de sua amada inconsolável, deitado na cama ao lado dela. Quando a sentiu se mexer. Seria um sonho? Era verdade? Piscou os olhos doloridos para garantir. E logo os arregalou embasbacado por vê realmente acordar.

No começou ficou sem palavras observando para crer que sua amada tinha mesmo voltado a vida.

—Amor?! - Disse emocionado — Você tá.. Viva!

Então abriu um largo sorriso chorando em seguida também.

—Amor! Amelie... - A chamava.

Então ela começou a estranhamente se debater, isso o deixou preocupado novamente. O vampiro se aproximou a segurando. Não gostava dele tocando ela, mas era o que mais entendia da situação ali.

Isso deu tempo suficiente para Keith notar certas diferenças nela. Os olhos dela agora eram vermelhos e a pele como a de um deles. Mas estava tão linda, que Keith não conseguia explicar a felicidade imensa que sentiu de vê-la viva. Embora ficou preocupado por ver a angústia dela.

O vampirou explicou algumas coisas. A palavra alimentar fez seu coração apertar, mas dariam um jeito nisso depois. Não achava que ela seria capaz de atacar o Tristan. Não é mesmo?

Era quase como um milagre vê-la viva e sem aquelas coisas da doença, o lindo cabelo dela vermelho caindo pelos ombros. Respondeu sorrindo ainda assim:

—Você está viva... - Disse sorrindo e com os olhos brilhando de lágrimas, ainda mais por voltar a ouvir ela o chamar de amo mesmo com a voz diferente — Sim, você morreu meu amor, foi horrível, mas voltou a vida. Esse senhor nos ajudou, ele que te salvou.

Tentou ser mais específico:

— Não brigue comigo, por favor.. Eu não podia deixar você morrer, ainda mais daquele jeito... Fiquei em pânico. Ele foi o único que apareceu para nos ajudar. Não sei o que eu faria se tivesse te perdido...

Segurou as lágrimas e continuou:

—Antes de ficar brava, lembra, vou tá sempre do seu lado mesmo que as coisas mudem... Agora não tem mais doença. A única forma de te salvar foi te transformando, ele te transformou numa.. Vampira... Mas não exigiu nada em troca, ele só queria te ajudar. E você pode ser uma vampira do jeito que você quiser ser! Eu.. Te amo muito!

Não aguentou de felicidade e a abraçou.



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Mensagem por Amelie Mildenhall Qua Jan 19, 2022 5:13 pm



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Parecia que Keith havia passado dias chorando, sem dormir, comer ou qualquer necessidade básica, sua aparência estava terrível, mas ainda assim, quando seus olhos focaram em Keith, foi como se tudo o que já sentia por ele se intensificasse de maneira inexplicável. Até mesmo parou de se debater, suas pupilas dilataram tanto que quase cobriram completamente a íris vermelha. Era como um transe, a voz dele soava em seus ouvidos como uma bela música, cada traço de seu rosto, mesmo estando cansado e chorado por dias, eram a coisa mais linda que já havia visto em toda a sua vida... Ou morte. Seu coração, que já não batia mais, teria acelerado tanto que acabaria por ter um ataque cardíaco se batesse. O amor que sentia havia se expandido de uma maneira que sequer achava ser possível, de maneira sobrenatural. Um suspiro escapou por seus lábios, embora não fosse mais necessário respirar e mesmo a voz do homem que amava estando distante como um eco, compreendia tudo o que ele dizia. O sorriso dele era tão lindo, o admirava quase hipnotizada.

— Essa é a coisa mais linda que eu já vi.

Então, de súbito, Amelie arregalou os olhos novamente quando ele contou o que havia acontecido com ela., as pupilas retraíram e assim como o amor e a paixão, outros sentimentos também se intensificaram muito. Como a confusão, que apenas piorou, fazendo-a levar os olhos até o vampiro novamente. Teve forças o suficiente para mexer os braços agora, então começou a tentar afastar o vampiro, porém ele tinha mais de mil anos, era muito forte e conseguia imobilizá-la sem nenhuma dificuldade. Quando percebeu que Keith tentava se aproximar, Ivan se afastou, a soltando.

— Eu vou deixá-la livre, entretanto qualquer movimento em direção àquela porta agora é suicídio, terei que intervir. — Ele disse, afastando-se alguns metros dos dois.

Amelie quando o sentiu soltá-la, Amelie ficou estática. Tantas coisas se passavam por sua cabeça, estava tão confusa, nem mesmo a explicação de Keith fazia sentido em sua cabeça. Mas sentiu seu abraço, sentiu seu cheiro, que agora não era tão agradável, mas continuava sendo o cheiro dele. Sentia que deveria odiá-lo pelo que fez com ela, mas o amor que sentia era tão intenso que não conseguia sequer considerar isto, então retribuiu seu abraço, o apertando e fechando os olhos. Talvez tenha o apertado demais, pois ele tossiu.

— Sua força está muito mais intensa agora, irás acabar quebrando os ossos dele se não tiver cuidado.

Então o soltou e de repente sua mente ficou confusa de novo. Era uma vampira, Keith havia dito que ela era uma vampira. Odiava vampiros e agora era aquilo.

Sua mente divagou, parecia perdida. Então de repente Amelie afastou Keith e tentou correr para qualquer lugar que não fosse aquele, qualquer realidade onde não fosse aquilo, mas não conseguia controlar sua velocidade também, então foi como um vulto. A janela estava aberta e raios de sol entravam por ela, mas a pirata não teve tempo de pensar nisto, sequer percebeu, pois estava rápida demais, seu vulto parou apenas quando ela sentiu o sol queimar seu braço e parou, gritando de dor enquanto se arrastava no chão até a parede do quarto. Suas pernas, que ainda aprendiam a segurar o peso do corpo novamente, haviam falhado e estava caída sentada, de maneira deplorável, enquanto segurava o braço que queimava em brasas.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Qua Jan 19, 2022 5:53 pm







Não é o fim

O peito de Keith parecia que iria sair pela boca de tão acelerado, a abraçou apertado. Sua esposa estava mesmo viva. Conseguiu achar uma cura mesmo que fosse se transformar em um vampiro. Em pensar que iria perder isso para sempre, o abraço dela, o toque dela, sua voz. Só não esperava que ela retribuísse o abraço com tanta força. Chegou a tossir um pouco sem ar.

Porém continuava imensamente feliz. Enxugou as lágrimas com o dorso da mão, tinha medo de acordar e descobrir que era um sonho. O vampiro explicou que ela agora estaria muito mais forte. Apaixonado disse para ela:

—É tão bom te ver viva, está tão bonita.

Mas Amelie o afastou e foi direto para a janela, isso o preocupou, mas algo a impediu de sair. O sol a queimou! Não havia nem pensado nisso, agora teriam que evitar isso. Preocupado logo pegou a jarra de água e foi até ela jogando-a no braço queimado.

—Amor! - Exclamou preocupado — Tá doendo muito? Vamos ter que evitar o sol agora. De noite e aqui dentro não deve ter problemas. Mas pelo menos estaremos juntos e com o Tristan. Tem que tomar cuidado com seu corpo.

Keith sabia como era não entender como seu próprio corpo funcionava, mas pelo menos ela não teria apagões de consciência, teria? Era tudo novo agora para eles.

—Vamos ter que aprender um pouco mais sobre vampiros - Comentou perto dela — Me conte, o que você tá sentindo?

Sorriu ainda feliz por vê-la viva apesar de tudo e acrescentou:

—Tenha paciência amor, fica calma, eu tô aqui, vai aprender aos poucos.



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Mensagem por Amelie Mildenhall Qua Jan 19, 2022 7:17 pm



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Aos poucos os glóbulos oculares de Amelie foram voltando ao normal e as veias embaixo dos olhos também, assim que Tristan saiu do aposento. Conseguia ouvir a conversa de Keith com ele tão nitidamente quanto conseguia ouvir a voz do vampiro à sua frente. Ele ainda a erguia pelo pescoço, mas assim que percebeu que ela estava se recuperando, a deixou delicadamente de pé no chão e foi lentamente tirando a mão de seu pescoço. Ambos mantinham os olhos fixos um no outro, ele podia ver a confusão que ela sentia em seu olhar, não era fácil passar por aquele processo. Tinha acabado de voltar dos mortos completamente diferente de como era antes e o que sentia fisicamente enquanto seu corpo reaprendia a funcionar era extremamente desagradável. Mas o que Amelie mais sentia e a única coisa que conseguia pensar era na sede que a dominava de maneira irracional.

— Eu tô com sede, muita sede, minha garganta...

Amelie levou a própria mão até sua garganta desta vez e sua expressão era de dor e desconforto.

— Eu sei, criança. Acabastes de acordar, quase matastes teu filho, sequer tens presas, só iria rasgar a pele dele e matá-lo sem sequer se alimentar. — Ivan não achava que era seguro se afastar, então continuou apenas alguns centímetros da pirata, porém suspirou. Seria um longo processo.

Ela arregalou os olhos quando ouviu aquilo. Tinha quase matado Tristan? O que ele pensaria dela agora? Se já havia sido difícil fazê-lo não ter medo antes, quando era apenas uma humana violenta, como ele iria superar seu medo por ela agora que era uma vampira, pirata e violenta? Ficou sem palavras, sentiu-se como o monstro que ouvia Flint falar sobre todas as vezes que ele desprezava a civilização. Agora era realmente um, não era mais uma humana pirata que lutava pela liberdade dos injustiçados e saqueava navios, era como eles... Como as coisas que mais desprezava. Por um momento quis matar Keith por ter feito aquilo com ela, por um momento preferia ter morrido, mas então lembrou-se de seu sorriso, do quanto o amava, de como aquilo era tão mais intenso agora. Como iria matá-lo por não querer perdê-la? Deixou-se cair no chão, encostando-se à parede novamente. Sua mente corria de maneira insana, eram tantas coisas se passando por dentro de sua cabeça que não conseguia escolher apenas uma para focar.

Então ouviu a movimentação do quarto ao lado, Tristan precisava ir embora, ela sequer poderia se despedir dele ou pedir desculpas. O que aconteceria se o visse novamente? Seu peito apertou enquanto ouvia Keith colocando as coisas dele em uma mala, conseguia ouvir cada roupa e cada objeto que ele empacotava, conseguia ouvir o coraçãozinho de Tristan batendo rápido de medo. Agarrou suas pernas, enfiando a cabeça na escuridão até que ouviu a porta da frente se abrindo e fechando e então houve silêncio. Não existiam mais batidas de corações ali, era apenas ela e aquele vampiro. Amelie permaneceu na mesma posição, sem mover um centímetro, poderia ficar daquele jeito por dias se quisesse. Ivan não saiu de seu lado em momento algum, parecia que o tempo passava devagar demais e o sol que tanto amava sentir na pele, agora lhe dava medo.

Mas o tempo passou, como sempre passa e ouviu batimentos se aproximando novamente, passos. Parecia que o coração de Keith batia de maneira mais rápida que o coração de um humano comum, também reconhecia a forma que ele andava, embora não fosse mais diferente de uma pessoa com duas pernas boas, cada um tinha uma forma de se movimentar e percebeu naquele momento que gostava da forma que ele andava. Na verdade percebeu que gostava de cada coisa que Keith fazia, como se agora estivesse obcecada por ele, como se tudo o que ele fizesse fosse a coisa mais gloriosa do universo. Ele havia retornado até rápido, imaginava que fosse demorar mais tempo, mas conhecia seu homem, ele a seguia até quando ia cagar quando ela ainda era humana... Naquela fase horrível que passou. Assim que ele entrou no quarto novamente, Ivan ainda estava de pé ao lado de Amelie e ela ergueu a cabeça. Estendeu os braços para ele como uma criança pedindo um abraço, estava tão perdida.

 

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Última edição por Amelie Mildenhall em Qui Jan 20, 2022 3:53 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Keith Mildenhall Qua Jan 19, 2022 9:29 pm







Não é o fim

Keith acabava de aprender que jogar água na esposa não a ajudaria a lidar com esse tipo de queimadura, ela tinha que assustadoramente beber sangue. Ofereceria o seu se soubesse que a faria bem.

Escutou atento Amelie contar como se sentia, franziu os lábios pensando em como poderia ajudar. Mas o vampiro falava que ela precisava beber sangue se não iria morrer. Pelo menos ele estava ali para orientar eles.

Seu olhos brilharam um pouco mais quando ouviu a esposa dizer que era como o amar mil vezes mais. Achou que o fedor de cachorro sujo deveria ter porque não tomou banho durante esses dias. Não importava, o que importava era que ela estava viva.

De repente Tristan apareceu. Não podia se esquecer de cuidar do garotinho. Sorriu ao vê-lo feliz de encontrar Amelie viva, entretanto algo muito estranho aconteceu. Ela queria atacar o filho deles. Arregalou os olhos ao vê-la desse jeito, mas no fundo entendia. Ás vezes que se tornou lycan pela primeira vez não tinha qualquer controle e mataria pessoas também indefinidamente se não fosse preso. Ela precisava aprender a se controlar.

Sentiu pena de Tristan quando o viu voltar com medo, isso devia ser muito traumatizante para ele. O vampiro o dizia que era necessário levar Tristan para outro lugar, mas queria o filho perto dele. Fez um aceno com a cabeça quando ele se apresentou.

—Obrigado, por tudo, por nos ajudar, por proteger o Tristan também. - Disse — Muito obrigado mesmo.

Olhou para Amelie e disse a esposa:

— Amor, eu  acho que entendo um pouco... Um pouco só, porque eu também era descontrolado no começo, poderia matar qualquer um se não estivesse acorrentado... Mas você é forte, vai aprender logo a se controlar. Vou ver nosso Tristan...

Até agora o vampiro os tinha ajudado muito, depende de tudo dele para Amelie, então precisava confiar. Achava que se ele fosse cruel já tinha os matado ou sequestrado Amelie. Parecia realmente uma ajuda genuína. Foi para o quarto de Tristan, abaixou no chão para ficar na altura dele e o chamou:

—Tristan, me desculpe... Era a única forma de fazer ela ficar viva. Mas é que o começo é difícil, depois ela vai ser controlar como eu e não vai atacar mais ninguém que não queira. Eu prometi que o defenderia de tudo, até mesmo da Amelie vou te proteger. Aquele homem, Ivan, também está te protegendo, mesmo ele sendo assustador.

Aproximou-se mais esticando os braços para ele vir:

—Vou te levar para um lugar seguro, que tal a casa do tio Keenan? Pode dormir lá por um tempo como dias especiais. Até a Amelie ficar melhor e conseguir se controlar. Eu fui assim quando bem mais jovem, mas eu aprendi e agora estou bem. É difícil, eu sei, mas por favor confia em mim, pensa em tudo que passamos, eu te protegi até agora, e o que tô fazendo é para proteger nossa família. Vamos arrumar suas coisas para ir a casa do tio Keenan? Aposto que ele vai fazer aquelas comidas de novo que você gosta.


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Mensagem por Amelie Mildenhall Qui Jan 20, 2022 3:54 pm



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— Eu tô com sede, muita sede, minha garganta...

Amelie levou a própria mão até sua garganta desta vez e sua expressão era de dor e desconforto.

— Eu sei, criança. Acabastes de acordar, quase matastes teu filho, sequer tens presas, só iria rasgar a pele dele e matá-lo sem sequer se alimentar. — Ivan não achava que era seguro se afastar, então continuou apenas alguns centímetros da pirata, porém suspirou. Seria um longo processo.

Ela arregalou os olhos quando ouviu aquilo. Tinha quase matado Tristan? O que ele pensaria dela agora? Se já havia sido difícil fazê-lo não ter medo antes, quando era apenas uma humana violenta, como ele iria superar seu medo por ela agora que era uma vampira, pirata e violenta? Ficou sem palavras, sentiu-se como o monstro que ouvia Flint falar sobre todas as vezes que ele desprezava a civilização. Agora era realmente um, não era mais uma humana pirata que lutava pela liberdade dos injustiçados e saqueava navios, era como eles... Como as coisas que mais desprezava. Por um momento quis matar Keith por ter feito aquilo com ela, por um momento preferia ter morrido, mas então lembrou-se de seu sorriso, do quanto o amava, de como aquilo era tão mais intenso agora. Como iria matá-lo por não querer perdê-la? Deixou-se cair no chão, encostando-se à parede novamente. Sua mente corria de maneira insana, eram tantas coisas se passando por dentro de sua cabeça que não conseguia escolher apenas uma para focar.

Então ouviu a movimentação do quarto ao lado, Tristan precisava ir embora, ela sequer poderia se despedir dele ou pedir desculpas. O que aconteceria se o visse novamente? Seu peito apertou enquanto ouvia Keith colocando as coisas dele em uma mala, conseguia ouvir cada roupa e cada objeto que ele empacotava, conseguia ouvir o coraçãozinho de Tristan batendo rápido de medo. Agarrou suas pernas, enfiando a cabeça na escuridão até que ouviu a porta da frente se abrindo e fechando e então houve silêncio. Não existiam mais batidas de corações ali, era apenas ela e aquele vampiro. Amelie permaneceu na mesma posição, sem mover um centímetro, poderia ficar daquele jeito por dias se quisesse. Ivan não saiu de seu lado em momento algum, parecia que o tempo passava devagar demais e o sol que tanto amava sentir na pele, agora lhe dava medo.

Mas o tempo passou, como sempre passa e ouviu batimentos se aproximando novamente, passos. Parecia que o coração de Keith batia de maneira mais rápida que o coração de um humano comum, também reconhecia a forma que ele andava, embora não fosse mais diferente de uma pessoa com duas pernas boas, cada um tinha uma forma de se movimentar e percebeu naquele momento que gostava da forma que ele andava. Na verdade percebeu que gostava de cada coisa que Keith fazia, como se agora estivesse obcecada por ele, como se tudo o que ele fizesse fosse a coisa mais gloriosa do universo. Ele havia retornado até rápido, imaginava que fosse demorar mais tempo, mas conhecia seu homem, ele a seguia até quando ia cagar quando ela ainda era humana... Naquela fase horrível que passou. Assim que ele entrou no quarto novamente, Ivan ainda estava de pé ao lado de Amelie e ela ergueu a cabeça. Estendeu os braços para ele como uma criança pedindo um abraço, estava tão perdida.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Qui Jan 20, 2022 5:10 pm







Não é o fim

Keith tentou explicar e acalmar Tristan por todo o caminho, achava que ele ficaria muito melhor na casa de Keenan do que no navio. O espadachim era muito carinhoso com o menino e sabia que cuidaria bem dele.

— É só até a mamãe ficar boa, ela vai ficar.

Deu um abraço em Tristan e um beijo, depois voltou apressado e correndo para casa. Não gostava de deixar a esposa sozinha. Subiu as escadas com pressa e enfim estava de volta a estalagem. Assim que entrou viu a esposa confusa e encolhida, ela abriu os braços o chamando.

Nem pensou duas vezes, foi até ela e a abraçou dizendo:

—Vai ficar tudo bem meu amor, isso é só o começo, tô aqui sempre. Eu expliquei tudo ao Tristan, ele entenderá.


Olhou para o vampiro e perguntou:

—Quanto vai demorar para as pressas dela crescerem?

Depois olhou para sua amada e disse:

—Eu te daria meu sangue se soubesse que ele não faria mal. Eu sei que vai ser difícil, mas você vai conseguir e poderá ser o tipo de vampiro que quiser ser.

Beijou o rosto dela, era estranho sentir a pele gelada, mas seu amor era mais forte que simples detalhes.

—Você está tão bonita— Disse com o olhar apaixonado e feliz por vê-la viva — Agora vai poder beber sem problemas, não é?

Olhou para Ivan esperando uma resposta.







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Mensagem por Amelie Mildenhall Qui Jan 20, 2022 6:05 pm



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Amelie sentiu seu abraço e retribuiu forte demais novamente, até que lembrou do que Ivan havia dito da última vez e diminuiu sua força, mas se sentia como uma criança perdida, como se estivesse completamente perdida na escuridão e ele fosse sua única luz. Ouvir sua bela voz acalmou seu coração morto de certa maneira, sabia que ele estaria ao seu lado não importa o que acontecesse, que ela não teria que passar por aquilo sozinha, mas era tão assustador. Amelie nunca teve medo de nada, sempre foi corajosa e julgava os medrosos como fracos, mas agora tinha medo do desconhecido. Se tornou uma coisa que não conhecia, tinha medo das implicações que aquilo iria trazer, do que teria que fazer, do monstro que tinha se tornado.

Ivan se afastou um pouco, vendo que agora Keith havia retornado e não precisaria mais se preocupar tanto com Amelie, graciosamente como uma pluma trouxe a cadeira que estava sentado antes e colocou no meio do quarto, sentando-se nela, cruzando as pernas. Tudo isto numa velocidade vampírica assustadora, era até mais rápido que Amelie, por ser mais experiente e mais velho. Seus olhos vermelhos brilhantes foram de Keith até ela e voltaram a ele novamente antes de responder sua pergunta.

— Por volta de três horas, irá rasgar sua gengiva e serão como um novo par de presas, ela poderá retrair e expor quando quiser, porém é um processo doloroso também, mas a única forma de conseguir perfurar a veia da presa e ingerir seu sangue. — Ele respondeu, educado e gracioso como sempre fora.

Amelie nunca se importou em matar pessoas, em matar outros tripulantes, mas matar para continuar "viva", matar por ser uma vampira... Se tornou o que mais odiava, a peste que mais assolava sua terra, o monstro que mais detestava. Engoliu em seco, abaixando o olhar.

— Acho que já sinto essa dor.

Comentou e ele assentiu com a cabeça. O processo deveria começar assim que o vampiro acordasse da morte, era como funcionava. Quando Keith fez outra pergunta a Ivan, ele juntou as mãos. Muitas perguntas iriam ser feitas e ele seria o único ali que poderia ou iria querer respondê-los, não iria deixá-los no escuro em relação a nada. Ficou confuso quando ele falou em "beber", óbvio que ela beberia sangue, mas talvez estivesse se referindo ao álcool, o que levou a sua ruína no final, o que a matou. Assentiu com a cabeça, franzindo o cenho.

— Bem... Ela poderá ingerir qualquer tipo de alimento ou bebida, porém se comer muito irá vomitar e existe a chance da comida apodrecer em suas tripas, nosso sistema digestivo funciona de maneira muito lenta e não há muito motivo para comer, a não ser quando queremos saborear algo diferente, em relação à bebida, sim, ela irá poder beber o quanto quiser, o que quiser, não irá afetá-la. Apenas não poderá beber seu sangue em excesso ou irá se intoxicar, pois consigo sentir teu cheiro de lycan daqui e sangue lupino é venenoso para nós. Impuros são... Viciantes, porém é necessário saber escolher a vítima, o segredo está em reconhecer se é humano o suficiente para ser drenado pelo olfato. Mas respondendo sua pergunta, sim, ela irá poder voltar a beber.

Toda aquela conversa sobre vampirismo, sangue, impuros, lycans, todo aquele mundo que ela tanto odiava, fez seu coração apertar. Tudo o que conhecia era um navio pirata, lembrava de quando dormia em redes e acordava com o sol em seu rosto, quando precisava ajudar limpando o casco do navio, será que um dia iria poder ser uma pirata novamente? Era tudo o que conhecia. Todos estes pensamentos fizeram seus olhos ficarem úmidos, cheios de lágrimas, mas quando passou a mão pelos olhos para enxugá-las, percebeu que chorava sangue.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Qui Jan 20, 2022 9:24 pm







Não é o fim

Keith fez uma careta ao ouvir que era doloroso, engoliu em seco imaginando sua esposa sugando o sangue de desconhecidos. Ela os mataria? Quantos precisaria matar por dia? Quando Amelie disse que já sentiu a dor, Keith preocupado perguntou:

— Está doendo muito? Na gengiva?

Fez mais perguntas a Ivan, ele respondeu sobre comida e bebia. Era um pouco assustador saber que a comida poderia apodrecer dentro dela e que não teria mais essa rotina de cozinhar para sua amada. Um preço a se pegar por ela estar viva.

—Para beber o sangue de alguém... Sempre precisa matar a pessoa? - Perguntou.

Antes que fosse respondido notou que Amelie começou a chorar sangue! Ficou desesperado, o que tinha de errado? Segurou o rosto dela aflito:

—Amor! O que foi? O que é isso?

Olhou para Ivan angustiado:

— Tem algo errado com ela? Isso é normal.. Ela esta chorando sangue...

Voltou para Amelie angustiado:

—Amor, calma, calma por favor.



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Mensagem por Amelie Mildenhall Qui Jan 20, 2022 9:44 pm



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Amelie continuou enxugando suas lágrimas, mas apenas sujava suas mãos e rosto. Talvez precisasse de água para se limpar, mas notou o coração de Keith ficar ainda mais acelerado quando viu o sangue, ela mesma não sabia o que estava acontecendo. Antes que pudesse responder sobre sua gengiva, que aos poucos começava a doer mais intensamente, Ivan tratou de responder seu marido que se desesperava com qualquer coisa que acontecesse com ela. Ela sentiu as mãos quentes dele em seu rosto gelado, mas era estranho, não sentia dor embora sangrasse, sangue sempre havia sido associado a dor.

— Não se preocupe, são apenas lágrimas. Choramos lágrimas de sangue, ela não está ou não irá se machucar com isto. — Ivan respondeu tranquilamente, embora soubesse que tinha muito o que ensinar ainda.

Pensou nas perguntas de Keith sobre matar, levou a mão ao queixo, onde possuía uma barba extremamente escura e pensou por alguns segundos. Seu cérebro também funcionava mais rápido que um cérebro humano.

— Se quiser que ela passe fome ou morra de cede, pode limitar o suficiente para não matar as vítimas, porém... Para estar completamente regenerada ao se machucar, para saciar sua sede que será muito maior no início e para mantê-la saudável como uma vampira, ela precisa beber o máximo de sangue que conseguir de uma vítima, o que irá consequentemente matar a pobre criatura. Eu me alimento ao menos três vezes por semana, mas é porque o sangue tem um gosto delicioso e é extremamente atrativo, além de me deixar mais forte e me saciar por completo, porém não é necessário matar tantos humanos assim para ser saudável, com o tempo a quantidade necessária que ela irá precisar irá diminuir e provavelmente será como o resto de nós, bebendo sangue não para se alimentar, mas pelo prazer e a vitalidade.

Ouvir as palavras de Ivan fizeram Amelie ficar ainda mais cabisbaixa. Não queria fazer o mesmo que vampiros fizeram com a família de Tristan, não queria dizimar vilarejos, na verdade, sequer queria ter que se alimentar de sangue, mas agora era o que ela era, afinal. Tentou se acalmar e parar de chorar porque conseguia sentir seu sangue gelado descer por seu rosto enquanto Keith o segurava, tudo aquilo era tão novo e diferente.

— Tá doendo demais, vai piorando à medida que o tempo passa, mas o fogo na minha garganta é pior do que isso, acredite.

Respondeu a Keith, finalmente, então tirou as mãos dele de seu rosto e apoiou a cabeça em seu ombro, o abraçando novamente, com muita força desta vez, o que o fez tossir de novo, então tentou diminuir o aperto. Ainda precisava aprender a controlar sua força, precisava aprender muitas coisas.

— Você fede a cachorro molhado, mas eu te amo mesmo assim.

Pela primeira vez, Ivan riu. Uma risada bem humorada enquanto ajustava algumas mechas do longo cabelo atrás da orelha.

— Assim que as presas dela surgirem, não precisamos esperar até a noite. Sou velho o suficiente para sair no sol, posso buscar comida... Com comida, quero dizer alguém. Ela precisa se alimentar logo ou tudo isso terá sido em vão, é a última fase da transformação e apenas assim será uma vampira por completo.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Sex Jan 21, 2022 12:49 pm







Não é o fim

Keith respirou fundo quando ele falou que as lágrimas dos vampiros eram assim mesmo, pelo menos não era uma doença ou algo do tipo. Tentou limpar o rosto dela com suas mãos e a camisa. Depois Ivan o respondeu sobre sua pergunta de matar humanos.

Engoliu em seco ao ouvir que sim, ela precisava matar as vítimas para se alimentar delas. Isso era realmente assustador e cruel. Nenhum criatura humanoide deveria precisar matar outras para comer. Os deuses se existirem realmente deveriam odiar humanos.

Olhou para esposa preocupado quando ela descrevia o que sentia na garganta. Sentia-se mal por causar isso a ela, porém como iria salvá-la da morte se não fosse isso? Salvar Amelie da morte significava matar outras pessoas para ela beber. Arregalou os olhos quando ela disse que ele fedia a cachorro molhada, mas sorriu com o canto da boca assim que ela disse que o amava.

— Eu preciso tomar banho... Faz uns três dias que meu corpo não vê água... Mas eu te mantive limpar todo esse tempo.

Ficou surpreso com a risada de Ivan, embora ele ainda fosse assustador. Para amenizar a situação, Keith tentou dar algumas sugestões:

— Bom, não dá para evitar matar humanos, mas pelo menos pode escolher os alvos...

Olhou para Amelie concluindo seus raciocínio:

—Se você escolher humanos que mereciam não estar vivos, vai ser bem menos pior que atacar inocentes como a família do Tristan. Você pode beber o sangue só das pessoas cruéis, assim vai estar limpando Hahle ao mesmo tempo. E já que eles não servem de nada para as pessoas, vão servir ao menos de comida. Você vai estar transformando algo em ruim em uma limpeza necessária!

Suas ideias podiam parecer bem ingênuas, mas esse era Keith. Não achava justo matar famílias inocentes como a de Tristan, se era para matar alguém que fossem pessoas que não fariam diferença, homens estúpidos, covardes, vigilantes arrogantes. Embora sentisse certo ciúmes só de imaginar ela mordendo eles.



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Mensagem por Amelie Mildenhall Sex Jan 21, 2022 10:43 pm



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Amelie ainda estava nervosa e confusa com toda aquela situação, não sabia como reagir, durante todo o tempo em que viveu em Hahle ouviu as palavras de Flint sobre serem monstros e serem considerados monstros, como poderia não ser sendo um agora? Agora era um monstro, como todos os outros que tanto odiava, não era mais humana, não era mais o que protegia Hahle além do que todos acreditavam. Embora acreditassem que pessoas como ela eram ruins e mereciam todo o sofrimento que tinham, não era mais parte daquela vertente. Era algo totalmente diferente que a deixava aterrorizada. As lágrimas de sangue não paravam de cair, até que sentia sua gengiva doer mais e mais à medida que o tempo passava, parecia que as vozes de Keith e Ivan não eram nada além de ecos em sua cabeça, mesmo sabendo de quem pertenciam.

O tempo passou, Amelie sentiu suas gengivas rasgarem, gemeu de dor algumas vezes, mas logo sentiu o que o vampiro descreveu como sendo normal depois da transformação, era normal sentir aquela dor, nenhum sacrifício vinha sem dor. Para precisar estar "viva" precisava sentir dor, para estar ao lado de Keith e Tristan precisaria aprender a lidar com o que havia se tornado, embora ainda fosse muito estranho e desconhecido, embora odiasse, embora preferisse estar morta, embora parte de si detestasse Keith por escolher aquilo por ela. Não havia escolhido se tornar uma vampira, não havia escolhido sobreviver sua doença, não havia escolhido sequer estar viva, embora fosse melhor do que o oceano escuro a qual se encontrava enquanto morria. Aquilo não tinha sido escolha sua, alguém havia escolhido por ela e agora teria que lidar com as consequências, mas não conseguia odiar seu amado por aquilo, faria o mesmo se estivesse em seu lugar, principalmente agora que o que sentia era tão intensificado, tão intenso e incontrolável. Se tornara mais maleável que o normal, não era mais apenas uma pirata perigosa e reconhecida, era um monstro acima de tudo.

Mas não conseguia responder nada, não sabia de nada sobre vampiros ou sobre quem era. Seu peito ardia, sua garganta queimava, era tudo o que sabia. Até que Ivan saiu por um longo período de tempo, Amelie não conseguiu falar nada, não tinha forças, sua boca estava seca, sua garganta ardia, sentia como se a qualquer momento fosse perder o controle e atacar até mesmo Keith, sabendo que ele possuía sangue lycan mais do que humano, sua sede era tão grande que não parecia se importar. Não se reconhecia. Até que Ivan retornou com um homem, possuía cicatrizes no rosto e vestia roupas desgastas, claramente um mendigo que não via uma casa há anos. Ele o jogou no chão como se fosse um pedaço de carne.

— Suas presas já cresceram, se não se alimentar nas próximas horas tudo isto será por nada. — Ivan disse, com uma calma além do comum, como se já conhecesse o processo. Ele mesmo já havia passado por isto, já sabia como funcionava. Talvez houvesse criado um afeto incomum por Amelie, mas ela não conseguia pensar nisto agora.

Tudo o que conseguia pensar era no coração daquele humano batendo, cheio de sangue que ela desejava como se fosse o mais delicioso prato de comida que já havia visto na vida. Seus glóbulos oculares se tornaram vermelhos em questão de segundos, bem mais rápidos do que quando estava com Tristan, sentiu suas presas substituas descerem por sua gengiva. O homem parecia assustado, mas ela sabia em algum lugar dentro de si que seria o mesmo tipo de humano que iria a violentá-la da mesma maneira que os vigilantes tinham a violentado por dias, se pudesse. Descontroladamente foi até o humano, em velocidade vampírica, tão rápido que era como um flash, um vulto. Não era mais uma humana, não era mais Amelie, era apenas um monstro buscando por algo por qual se alimentar, saciar sua sede. Sua garganta queimava, então cravou os dentes naquele homem como se sua vida dependesse disto, realmente dependia, embora não soubesse. O homem gritou de dor quando sentiu a mordida, mas assim que ela sentiu o sangue entrando em sua boca, não conseguiu parar. Foi como um frenesi, o sangue entrava, se tornava dormente, como se usasse drogas alucinógenas.

Quando consumiu o suficiente para estar satisfeita, deixando o corpo morto daquele pobre humano no chão, Amelie sentiu como se seu corpo inteiro respondesse, segurou sua garganta, dando um suspiro enorme para o ar que não precisava, buscando algum consolo no oxigênio. Caiu para trás enquanto sentia o frenesi do sangue humano dentro de seu corpo, até que foi tão forte que caiu no chão, se contorcendo, era a última parte da transformação, precisava beber sangue humano. Suas células processavam o sangue que acabava de consumir pela primeira vez.

— Não se preocupe. Precisamos ir a Vollbrecht, tenho minha própria propriedade lá, posso ensiná-la o que precisa saber, posso alimentá-la. Ela não pode ficar em Hahle ou aprender as coisas sozinha.

Pareciam que as palavras de Ivan eram um eco em sua cabeça, era como se houvesse consumido a melhor coisa que havia provado em toda a sua vida, toda a sua curta vida. Buscava ar no chão, embora seus pulmões mortos não precisassem, não conseguia dizer nada, apenas sentir o frenesi, a frequência, sequer sabia descrever ao certo.

— Sei que irás querer ir com ela, assim que estiver pronta partiremos para Vollbrecht. Se ela continuar aqui irá causar um massacre.

 

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Mensagem por Keith Mildenhall Sáb Jan 22, 2022 10:11 am







Não é o fim

Keith ficou perto de sua amada quando ela começou a sentir dor, sentia-se mal por ter colocado ela nessa vida. Porém não iria aguentar ver ela morrer sem fazer nada, não aceitava esse tipo de realidade, então só podia ter esperança que as coisas melhorassem.

Ele acariciou os ombros dela enquanto Ivan saiu. O impuro falava para sua amada:

—Vai ficar tudo bem, respira, calma, eu tô aqui.

Nem pensava no risco de ser atacado, pois sabia que seu sangue faria mal a ela, não media as consequências. Quando Ivan voltou, ficou meio assustado com o mendigo que ele trouxe. Sua Amelie ia ter que se alimentar disso e matá-lo. Engoliu em seco.

Por instinto desviou o olhar para a cena, entretanto foi que causou tudo isso. Fazia sentido que tivesse que olhar e encarar, já que sua esposa era isso por sua causa. Então voltou os olhos para cena e a observou alimentar-se do sangue desse pobre humano. Era agoniante, uma cena bem perturbadora.

—O que aconteceu com ela?! - Indagou preocupado.

Olhou também para o cadáver na sala deles, isso era terrível. Jogou um lençol por cima dele para não ter que ficar olhando. Era o lar deles afinal e precisava tirar o corpo dali. Esperava ao menos que fosse alguém que não merecia viver. Ivan então contou que deveriam ir a Vollbrecht. Mas Keith nunca a deixaria sozinha e ainda tinha o Tristan.

— Mas o que garante que lá será seguro? Não vão nos atacar? Ainda tem o Tristan, não posso deixá-lo sozinho por tanto tempo... Mas eles vão querer atacar ele.




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