{RP FECHADA} Novos Rostos

Se surpreendeu quando Keith levantou, apenas para cair no chão, se pudesse daria um tapa na própria testa, mas não queria humilhá-lo mais do que ele já estava se humilhando, então apenas suspirou pesadamente e foi até Keith com passos rápidos, mas antes que pudesse ajudá-lo a se levantar, ele se levantou sozinho, só que agora estavam perto demais. Quando ele fez aquela pergunta, Amelie olhou para baixo com um semblante agora completamente diferente, não havia ninguém certo naquele cenário, mas ela se culpava por ter explodido com ele, algo que jurou à si mesma que nunca faria, mesmo que a situação pedisse.

— Não tem nada pra desculpar. — Sua voz estava mais baixa que o normal. Deu de ombros levemente, então virou-se para Keenan, de braços cruzados.   — Você quer ganhar e levar um chute no saco? — Ela ergueu uma sobrancelha ruiva, empate não era uma opção para Amelie. — Você que sabe, pode ser um soco na cara, não é só porque você é grande que você me intimida, Grandão, já lutei com homens que são o dobro de você. — Sorriu se lembrando das lutas que teve no passado, não era atoa que tinha a reputação que tinha, mesmo sendo magra, era muito forte e uma lutadora excepcional, afinal o próprio Flint tinha a treinado desde os 15 anos no fim das contas, não poderia ser diferente, embora muitos a subestimassem por seu porte físico e por ser mulher quando atacava um navio, além de ser muito inteligente para muitas coisas que eram necessárias para sobreviver naquele mundo, ela também era muito sanguinária, sádica e completamente insana.

Não era fácil assustar Amelie, mas Keith completamente bêbado e gritando seu nome quando ela estava literalmente do seu lado, a fez dar um pulo franzindo as sobrancelhas. Ela nunca tinha visto ele tão bêbado, piorou mais ainda quando ele caiu de novo e vomitou no chão. Agora ela não estava apenas assustada com o estado de seu marido, estava extremamente preocupada. Foi até ele se agachando ao seu lado e o ajudando a sentar-se novamente na cadeira, tirando a caneca de cerveja de perto dele. Ele iria precisar vomitar mais do que aquilo logo, mas ela iria cuidar disso depois. Ela assentiu para Keenan com a cabeça enquanto ajustava Keith numa posição confortável.

— Nada de mais álcool pra você. — Limpou os lábios delicados dele com seu próprio sobretudo e virou-se para Keenan. O simples conceito de bater em alguém já deixava Amelie animada, ela simplesmente amava a adrenalina de encher alguém de porrada, a parte ruim é que seria só um soco, o que a desanimou um pouco, mas se afastou de Keith e foi para o outro lado da mesa onde Keenan estava. Embora ele fosse muito mais alto do que ela, Amelie já havia lutado com homens bem mais altos e grandes, então isso não seria um problema.   — Soco amigável. — Ela esboçou um sorriso travesso para ele e chegou perto o suficiente para alcançar seu rosto, o suficiente para olhar em seus olhos. Amelie juntou toda a frustração, preocupação e toda a mistura de emoções que sentia e respirou fundo, soltou o ar, fitando Keenan com um olhar gatuno e fechou o punho, desferindo um soco em seguida tão forte e feroz, tão animalesco e violento, usando toda força que tinha, que ele deu dois passos para trás e quando Amelie olhou para sua mão, as pontas ósseas de seus dedos estavam machucadas. Ela deu dois tapas no braço de Keenan e lançou um sorriso. — Às vezes as pessoas me subestimam pelo meu porte físico e por ser mulher, mas é bom ser subestimada porque é sempre uma surpresa. Soco amigável, espero que tenha sido o suficiente. — Deu uma risada legítima e voltou para o lado de Keith, arrastando a cadeira para mais perto dele. — Você precisa vomitar mais, depois alguém limpa o chão. — Disse em uma voz mais acolhedora e gentil, mas ainda se sentia carregada de culpa.

Amelie tentava encontrar uma forma de ajudar Keith enquanto ele vomitava no chão, mas não conseguia encontrar nenhuma além de colocar a mão machucada em suas costas, que ele provavelmente não sentiu pelo efeito da bebida e porque sua mão era muito leve, bem, pelo menos com ele. Ao se recuperar e voltar a falar, ele parecia estranho, franziu o cenho, não conseguia entender o que se passava em sua cabeça, o que seus pensamentos bêbados tinham acarretado, suas frases foram curtas e ele agia de maneira estranha.

— Não tô entendendo porra nenhuma. — Ela bufou, afastando a mão quando ele se recuperou.   — Não, eu gostei dele, ele só ganhou e a recompensa foi um soco na cara. — Respondeu, ainda confusa. Não conseguia entender o que estava acontecendo com Keith. Quando Keenan abriu a boca novamente para falar, Amelie soltou um longo suspiro. Aquilo de novo não... Agora queria socar ele de verdade. — É, eu gosto de socar as pessoas. — Disse, assentindo com a cabeça ao elogio, embora agora sua mão doesse. Virou-se para Keith, que honestamente era uma incógnita para ela agora e apenas bufou sem muita paciência. Não gostava de não saber as coisas, principalmente quando isso se tratava de seu marido e da forma que ele agia. — Não, você não tem condições de fazer isso, tem vômito pelo navio inteiro todas as vezes que tem alguma festa, só tente se recuperar. — Embora estivesse completamente confusa e irritada com toda aquela situação, ele ainda era o homem que amava, então tentou ser mais gentil ao falar com ele, falhando miseravelmente, não conseguia esconder quando estava com raiva.

Amelie estava completamente pasma pela primeira vez na vida assistindo o estado que Keith se encontrava, ela não sabia o que dizer enquanto observava ele caindo e deitando a cabeça na mesa, queria fazer alguma coisa, mas não sabia o que fazer, quando ele fez aquela pergunta ela franziu as sobrancelhas ruivas e fez uma careta. Que porra ele estava pensando? Ela havia simpatizado com Keenan por eles terem algumas coisas em comum e queria que o homem que amava simpatizasse com ele também, era extremamente difícil para Amelie gostar de alguém, mais difícil ainda se apaixonar ou amar alguém e aquilo só havia acontecido uma vez, com Keith. Ela não planejava mudar isso nunca e a ideia pareceu absurda, até mesmo quando Keenan tentou explicar, sendo um pouco mais amigável e se aproximando dos dois, ela permaneceu com uma careta muito confusa, sem conseguir compreender. Talvez não entendesse porque os pensamentos e as falas de Keith estavam muito confusos. Ela virou a cabeça para frente e fitou o vazio, com a mesma careta de "Que?" no rosto e demorou um tempo até processar.

— Que?! — Exclamou, talvez alto demais, para ninguém em específico, talvez para ela mesma. Passou a mão no rosto e se levantou, já que Keenan havia se colocado entre os dois, passou por ele e foi para o outro lado de Keith, sem se importar se estava pisando em vômito, se agachou do seu lado e puxou seu rosto, segurando com as duas mãos para que ele olhasse para ela diretamente, embora ele estivesse completamente bêbado.    — Eu não sei que porra você tá pensando nessa cabecinha, mas pra mim só existe você, entendeu? — Embora sua voz fosse gentil, ela estava muito séria, estava falando realmente sério. — O Grandão aqui é legal, mas é só isso. Eu não acredito que você chegou a considerar essa ideia absurda, eu não acho ele bonito e eu não gosto dele assim.  — Levantou a cabeça rapidamente para olhar para Keenan. — Sem ofensas. — Quis rir, mas precisava se manter séria, voltando os olhos para Keith o mais rápido que conseguiu. — Não precisa ter medo, só a morte vai nos separar, lembra? Agora trate de ficar sóbrio, geralmente sou eu que fico assim e eu não quero ver você desse jeito. — Ela falava muito sério. Sabia que tinha sérios problemas com álcool, sempre estava bebendo, exagerando, cada vez mais precisava de uma quantidade maior para sentir qualquer efeito que o álcool proporcionava, Elliot até tinha a alertado em relação a isto. Se perguntava às vezes se iria acabar morrendo por causa do seu alcoolismo e não em batalha, mas como era completamente inconsequente, continuava fazendo as coisas mesmo sabendo para onde estas coisas a levariam no final, apenas para sentir algo por um tempo e não queria ver Keith naquela situação, só de imaginar, seu peito doía. Ela evitava pensar no seu alcoolismo, afinal de contas, já devia estar ferrada mesmo, então não fazia muita diferença, porém ver ele daquele jeito era diferente, trazia um sentimento de cuidado e arrependimento. Amelie engoliu em seco tentando afastar esses pensamentos enquanto olhava para ele, não queria trazer nenhum tipo de preocupação, não naquele momento.

Amelie franziu o cenho ouvindo Keith e as coisas que ele falava ou cantarolava, ele parecia completamente fora de si, a elogiando, perguntando se estava sonhando ao ouvir suas palavras. O que ele havia pensado que iria acontecer? O que ele havia pensado que ela estava ou havia sentido em relação a Keenan? Em sua mente só se formavam dúvidas e ela não conseguia compreender sua linha de raciocínio, ele nunca tinha agido dessa maneira. Quando Keenan tentou colocar algum juízo em sua cabeça, Amelie não interviu, embora não gostasse quando eram rudes com Keith, ela sabia que ele estava certo. Ouviu ele dizer que iria pegar alguma coisa para Keith e assentiu com a cabeça, quando ele deixou os dois sozinhos, Amelie puxou o rosto de Keith para que ele olhasse para ela.

— Ei! O que você achou que eu iria sentir pelo Keenan, Keith?! — Estava surpresa por ele ter até considerado a ideia, depois de tudo o que passaram juntos, todo o sufoco, todas as dores, todas as intimidades, como ele poderia achar que ela se interessaria por outra pessoa? Não conseguia desfazer sua expressão com o cenho franzido. Ela sempre falava seu nome ao invés de algo carinhoso quando estava falando sério.   — Depois de tudo o que passamos juntos, nada disso foi suficiente pra você saber a extensão do que eu sinto por você, caralho? Eu me entreguei de corpo e alma à você, algo que nunca pensei que faria na vida. — Ela abaixou a cabeça, de certa forma se sentia ofendida ao perceber que ele duvidava de seus sentimentos. — Depois de revelarmos nossos maiores segredos um ao outro, depois do Hamish, depois de todas as batalhas que lutamos juntos, de todas as coisas que passamos juntos, você acha que eu iria te trocar por uma pessoa aleatória? Caralho, eu devo estar fazendo alguma coisa errada, então.  — Quando viu Keenan se aproximando, Amelie levantou e sentou na mesa, ao lado de Keith, cruzando os braços. — Valeu, Grandão. — Esboçou um simples sorriso, estava preocupada, com um pouco de raiva e confusa demais para fazer mais que isto. — Bebe essa merda e trate de ficar sóbrio. — Seu tom saiu um pouco mais autoritário do que o normal, não era sua intenção, mas o que sentia acabou transparecendo em sua voz de uma maneira que ela não conseguiu evitar.

Era impossível não franzir o cenho enquanto ouvia as palavras de Keith, estava claro que todas as suas tentativas de fazer ele perder a visão que tinha de si mesmo não haviam surtido o efeito que ela desejava, ele ainda se via daquela forma em algum lugar dentro de sua mente, como um perdedor que não a merecia ou não sabia o que estava fazendo ali, ela não conseguia entender ao certo. Aquelas palavras pareciam absurdas para ela, que mesmo com raiva não conseguiu esconder sua expressão que era um misto de confusão e tristeza. Esperou ele ficar sóbrio para finalmente falar com ele.

— Caralho... — Ela massageou as têmporas e logo voltou a cruzar os braços.  — Você sabe muito bem porque eu vinha implicando com você te chamando de cachorrinho, o que aconteceu da outra vez... — Deixou as palavras no ar, pois não estavam sozinhos. Ela vinha implicando com ele esse tempo todo apenas para tentar provocá-lo e ter algum tipo de reprise do que aconteceu da outra vez que ela o chamou assim, em outra festa do navio. — E daí que ele é mais alto que você?! Isso não muda porra nenhuma. Se meu coração escolheu você, nada pode mudar isso, porra! Pode aparecer um caralho de um titan aqui e não vai mudar nada. E por que eu fiquei sem falar com meu próprio pai? Porque ele te deu a porra de um soco e eu soquei ele duas vezes, isso não mostra nada pra você?! Isso aqui é completamente diferente e absurdo.  — Ela exclamava tão alto que estava quase gritando com ele, essa era Amelie com raiva, afinal. Ela não conseguia controlar suas ações ou tom de voz. Ouviu as palavras de Keenan e apenas lhe dirigiu um olhar meio que agradecendo seu esforço, esperava que ele entendesse assim pelo menos. Respirou fundo fechando os olhos e descruzou os braços exasperadamente, saindo de cima da mesa. — Quer saber? Eu que preciso da porra de uma bebida agora. — Antes que um dos dois pudesse fazer alguma coisa, Amelie começou a caminhar com raiva para longe, rapidamente, até onde tinha vinho, era sempre sua preferência. Pegou uma garrafa inteira e desceu garganta abaixo, mas embora queimasse seu estômago, ela não conseguia sentir nenhum efeito, então pegou outra, um dos tripulantes, talvez um que era novo ali também a olhou meio estranho, como se fosse reclamar por ela estar bebendo o estoque de vinho do navio, Amelie terminou a segunda garrafa e bateu na mesa, lançando um olhar intimidador para ele.   — Que foi, porra?! Sai daqui antes que eu me irrite mais e te mate nessa merda! — Dessa vez acabou gritando o que chamou a atenção de alguns tripulantes ao redor, ele simplesmente se afastou em silêncio e ela voltou a atenção para o vinho de novo, pegando outra garrafa grande e bebendo tudo o mais rápido que podia. Apenas com aquela quantidade de álcool conseguiu sentir os efeitos, o que de fato era preocupante, mas naquele momento ela não se importava com o que Elliot tinha dito ou qualquer outra coisa, nem mesmo com Flint que a observava de longe. Seus olhos se encontraram por um breve momento, mas ela voltou a olhar para a mesa em seguida, evitando manter contato visual com o capitão. Se apoiou na mesa com as duas mãos e fitou as garrafas por um longo tempo. Se aquilo a mataria no final, pelo menos seria uma morte digna? Não, seria uma morte vergonhosa, morrer sem ser lutando, apenas por estar doente.

Amelie quase tirou a espada quando sentiu Keith se aproximar dela, não por ser ele, mas por estar com muita raiva e qualquer pessoa que se aproximasse iria acabar se machucando, mas ao perceber que era ele, ela tirou a mão da espada. Havia pego outra garrafa de vinho antes que ele se aproximasse, então estava com aquela na mão, estava com tanta raiva que queria encher ele de porrada, mas ao vê-lo, ao olhar em seu rosto, seu coração errou algumas batidas e ela deixou os ombros relaxarem um pouco enquanto o ouvia falar sobre como havia sido um idiota. Realmente ele havia, mas ela entendia, depois de refletir bastante sobre quem e como Keith era, ela entendia que deveria ter sido horrível para ele, embora tivesse sido horrível para ela ter que lidar com tudo o que acontecera também. Olhou rapidamente para a mesa onde estavam e viu Keenan dormindo como se nada tivesse acontecido, ele era uma pessoa deveras estranha às vezes. O olhar que lançou para Keith, entretanto, foi um olhar raivoso.

— Não tem nada de errado com sua cabeça além da visão errada que você tem de si mesmo. — Ela respondeu, com a voz um pouco embargada. Não conseguia ficar com raiva dele por muito tempo, com Flint era diferente, mas com ele... Bastava olhar para aqueles olhos azuis e ouvir sua voz desesperada para consertar as coisas que Amelie derretia por dentro, mas não podia deixar isso transparecer, embora achasse que já estava.  — Você fez muita merda hoje, principalmente antes de beber, mas eu entendo, de certa forma, você se sentiu ameaçado pelo Keenan e sua visão sobre si ainda é falha. O que me deixou com mais raiva foi você duvidar dos meus sentimentos, porra... — Ela passou a mão pelo rosto de novo, respirando fundo. Quando ele se colocou na sua frente e começou a falar sobre beber também, Amelie suspirou, agora sentindo a raiva voltar. — Não, você não vai! Você já bebeu demais hoje, na verdade bebeu o suficiente pra uma semana. — Quem era ela para falar, afinal? Havia bebido por três vidas e ainda estava se fodendo por causa disso. Tirou a tampa da garrafa e engoliu o vinho que estava dentro dela, em goles rápidos, mas uma mão a parou, tirando a garrafa de sua mão e jogando no chão. Amelie se sentiu indignada e olhou furiosa para ver quem era, apenas para encontrar Flint com uma expressão muito séria no rosto. — Que porra?! — Questionou, com os olhos cheios de raiva. Flint respirou fundo, pois sabia que naquele ponto ela já estava bêbada e ainda estava com raiva dele. Cruzou os braços, mantendo a expressão séria no rosto enquanto olhava para Amelie de baixo para cima. Era mais alto do que ela e ainda ergueu a cabeça.

— Elliot me contou. — Ele disse, simplesmente. Ela revirou os olhos, mas logo lembrou que não havia contado para Keith para não preocupá-lo. Sua expressão logo mudou para uma expressão cabisbaixa e ela abaixou a cabeça.

  — Claro que ele contou, você é o capitão dessa merda. — Embora tentasse ser mais agressiva com ele, pois ainda não havia o perdoado, sua voz denunciava o que ela sentia.

— E Keith sabe? — Ele questionou erguendo as sobrancelhas. Amelie o fitou com um olhar fuzilante.

— Não cabe a você contar isso a ele. — Ela realmente não queria falar sobre isso agora, mas sentia que Keith iria insistir não importa o que ela dissesse. Mais uma vez Flint se colocava entre os dois, ela sabia que ele estava preocupado, mas não conseguia não sentir raiva. Virou-se para Keith o puxando pelo braço e se afastando de Flint, levando de volta para a mesa onde Keenan dormia, ou melhor, havia desmaiado e se sentou na mesa, no mesmo lugar de antes, de braços cruzados, mas agora bêbada e evitando o olhar de Keith ou Flint, olhando para o lado oposto de onde viera agora.

Ao ouvir os questionamentos de Keith, Amelie fechou a cara, agora bêbada, evitando olhar para ele enquanto ouvia um sermão. Olhava para todos os lugares, menos para ele, talvez isso fosse um pouco irritante, mas ela ficava ainda mais irracional quando bebia. Quando ele terminou, ela o fitou e cruzou os braços também.

— Não é assim... Não faz tanto tempo, como eu iria saber algo há mais tempo se eu estava me recuperando de um tiro? — Sua expressão e tom de voz não condiziam com a situação, pois agora era ela quem estava errada e ainda assim falava como se fosse o contrário.  — Tá, eu tava planejando contar mais tarde... — Ela desviou o olhar por alguns segundos e depois voltou a olhar para ele de novo. — Aparentemente eu tô doente, ok?! Eu bebo assim desde os 15 anos e começou a me danificar, Elliot disse que se eu não parasse de beber eu iria morrer. Pronto, falei. Satisfeito? — A própria situação deixava Amelie irritada, ter que contar para o homem que amava daquele jeito deixava as coisas pior ainda, mas pelo menos ela tinha conseguido beber daquela vez antes que ele soubesse. De repente um novato começou a incomodar Keenan e Amelie virou levemente a cabeça para observar a situação, segurou um riso quando Keenan bateu no moleque. — Novatos são sempre assim. — Comentou no mesmo tom irritado de voz e se lembrava de quando tinha que bater em novatos para que parassem de dar em cima dela, todas. as. vezes. Mas tinha coisas mais importantes para se preocupar agora, como Keith, a mesa virou e agora ele estava irritado com ela e com razão, ela também ficaria se fosse o oposto.