{ Q U E S T } ANDRÔMEDA - Amelie Mildenhall, Keith Mildenhall & Keenan Silbern

Flint olhou ao redor, estreitando os olhos, observando os últimos membros da tripulação do Andromeda serem dizimados pelos piratas restantes, Elliot e sua equipe fazendo seu trabalho como ordenado, parecia que havia conseguido contornar a situação apesar das perdas. Seu peito ainda apertava pensando em Amelie, mas não poderia se permitir pensar nisto agora, no meio de uma batalha. Se surpreendeu quando Keith saiu quebrando a porta, não esperava por aquela reação então deu alguns passos para trás. Ouviu barulhos muito altos dentro do navio e se preocupou, sabia que ele estava em sua forma lycan, porém não era invencível. Fez sinal para que os piratas que estavam próximos dele o seguissem, um deles foi Keenan. Flint avançou para dentro e encontrou uma cena caótica, Keith estava completamente insano, Keenan abria caminho para a sala do capitão do navio com ataques habilidosos, fez sinal para que alguns piratas entrassem caso houvesse mais tripulantes dentro da sala do capitão do navio, se prevenir em uma situação como aquela nunca era demais, era esperto e experiente o suficiente para saber disso. Quando Keenan voltou, Flint o observou com o cenho franzido enquanto ele colocava o tesouro no chão e caía desacordado.

— ELLIOT! — Gritou para o médico que ajudava um dos piratas, fez sinal com a cabeça quando ele encontrou seu olhar. Não sabia como iriam carregar alguém tão grande como Keenan, mas precisavam tirar ele dali, não poderiam deixar nenhum tripulante do Blackmore naquele navio, não com o que Flint planejava fazer a seguir.

Quando os piratas retornaram, disseram que havia apenas o capitão em sua sala, debilitado. Franziu o cenho, não havia sido fácil, mas entregar seu tesouro sem ter forças para lutar contra era algo que o intrigava. Geralmente ele ia na frente, mas Keith estava descontrolado demais e Keenan parecia determinado a conseguir alguma coisa. Flint puxou sua espada que estava banhada em sangue apesar da chuva e adentrou o corredor, caminhando tranquilamente observando os corpos no chão, viu Keith no meio do corredor e virou-se para ele, estava sangrando, machucado.

— Volte para o navio, está muito machucado. — Deu a ordem, fitando os olhos dourados brilhantes sem medo e virou-se, continuou caminhando para a sala do capitão que estava com a porta aberta.

Flint adentrou a sala, viu o capitão tentando se levantar do chão, fez sinal para um dos dois homens que haviam o seguido até lá.

— Diga para todos que ainda estão vivos recuarem para o Blackmore e levem o baú. — O homem assentiu com a cabeça, deixando apenas um, que Flint fez sinal para sair. Queria ficar sozinho com o capitão do navio, que havia desistido de tentar levantar, observando a figura toda de preto com cabelos e barbas flamejantes e um olhar e voz penetrantes. Flint puxou uma das cadeiras que estavam perto da escrivaninha e se sentou tranquilamente, observando com rapidez o ambiente ao seu redor como se nada estivesse acontecendo. Em seguida voltou os olhos verdes para o homem que estava pateticamente caído no chão, esboçou um sorriso sádico para ele antes de começar a falar. — Devo admitir que me surpreendestes, bombardear a própria tripulação apenas para proteger uma fortuna... — Pendeu a cabeça para o lado, estava falando muito sério, mas sua expressão era assustadoramente sínica.

— Vocês... Ladrões de merda, animais, monstros... — O capitão, que já conseguira se sentar no chão, cuspiu para o lado, demonstrando seu nojo. Flint abriu um sorriso maior, não era um sorriso verdadeiro, mas intimidador.

Se levantou, segurando a espada com a mão firmemente. Começou a caminhar lentamente ao redor do capitão.

— Monstros... É claro... — Deu uma risada curta e abafada. — Se levante e lute como um homem. — Até poderia oferecer sua mão para ele se apoiar, era frustrante, parecia que o homem tinha simplesmente desistido, mas ao ouvir o que Flint dissera, ele fez um grande esforço para ficar de pé. Puxou sua espada, Flint não tirava o sorriso do rosto. Conseguia sentir o ardor dos seus machucados, mas isto não iria pará-lo. As espadas se travaram, Flint começou a lutar com ele, era divertido até, principalmente quando percebera que o homem dava passos para trás, recuando, enquanto ele avançava. Não demorou até que o homem, já fragilizado, não conseguisse segurar a espada de Flint na sua e o ruivo usou a oportunidade para desarmá-lo e enfiar sua espada no peito do capitão, com os olhos arregalados de raiva e um sorriso sádico no rosto. O homem olhou para baixo, mas não teve tempo e caiu no chão, deslizando pela espada de Flint até seu corpo encontrar o piso de madeira.

Flint enxugou o sangue em sua própria roupa e virou-se, saindo da sala do capitão e indo para o convés, tranquilamente. Ergueu a cabeça, olhando o estrago que haviam deixado. Apenas três homens haviam ficado, esperando o capitão retornar.

— Queimem tudo. — Deu a ordem e seguiu de volta para o Blackmore. Os homens usaram oléo, jogando pelos corpos e por toda a extensão do navio, com ajuda de outros piratas que estavam menos feridos. Ao retornar, tiraram as pranchas e começaram a afastar o navio negro com a bandeira negra no topo, da Andrômeda, não sem antes jogar uma tocha, o fogo logo se espalhou e ele observou vitoriosamente enquanto seguiam caminho de volta para Hahle, o que iria durar algumas horas, sabendo que embora tivesse perdas, muitas perdas naquele dia, sua família iria ficar bem e seus melhores guerreiros haviam prosperado mais uma vez.