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Mensagem por Aleksandr Leistkows Ter Mar 14, 2017 1:36 am


PALE

verão // 15º // tarde

Esta RP se passa entre Aleksandr Leistkows & Gwendoline Delmotte, meses após a compra da escrava, no Castelo Leistkows.
A RP é fechada para os participantes.

wod


Última edição por Aleksandr Leistkows em Sex Set 08, 2017 6:40 pm, editado 1 vez(es)
Aleksandr Leistkows
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Aleksandr Leistkows
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Mensagem por Gwendoline Delmotte Ter Mar 14, 2017 2:29 am

Ovedo. Gostava dessa história, pelo menos o pouco que entendia sobre ela. Sobre raios, sobre a chuva de Ocuna e o quanto a água parece mística quando cai do céu. Nunca viu ou sentiu a chuva, nunca ouviu seu som confortável ou sequer imagina como deve ser a sensação de ser banhada por ela. Não chove em Frethes. Raramente se vê alguma nuvem no céu, e isso talvez justifique a falta de justiça naquela cidade. Nunca fora religiosa, todas as vezes que entreouvia, na multidão, enquanto saqueava os bolsos, sacerdotes espalhando a fé de seus deuses, não parecia nada além de baboseira para a garota. Mas seu primeiro encontro com ele parece ter mudado algo nela.

Um dia viu um livro abandonado em cima de uma mesa. Olhou em volta, buscando por qualquer sinal de alguém, e entregou-se a curiosidade. Não havia muito o que se fazer ali, e a morte que tanto esperara nas primeiras semanas não viera, pelo contrário, a única coisa que chegava até ela eram pratos de comida, mais comida do que ela sequer havia visto em toda a vida dela. E não precisava ser muito para ser bastante para ela. Com o tempo, o medo gélido pareceu dar lugar à uma desconfiança inquietante, e agora esperava ainda que a qualquer momento o rei aparecesse e fizesse valer todas as grandes lendas aterrorizantes sobre o deus da morte. Era assim que o gato preto o chamava. Às vezes os dois conversavam nos telhados sobre as lendas do mundo, sobre as florestas infinitas de Dungeloff, sobre a força mítica de Edelweiss, sobre as imagináveis belezas secretas do reino de Fries. Mas o tópico favorito do gato preto era sobre eles. Especialmente ele. Uma vez, virando-se para ela, o gato preto sussurrou:
- E se ele for o último deus que ninguém venera, gata branca?
- E do que ele seria deus, gato preto? - Ela respondeu-lhe com um sorriso suave.
- Eu não sei. Talvez do frio, talvez da morte. Ninguém fala de onde vem essas coisas.

Agora perguntava-se se talvez o gato preto tivesse razão, ou se ele também tivera a oportunidade de conhecer Aleksandr antes de morrer. Às vezes pensava em perguntar, mas não o via. Não desde o dia do livro abandonado, e ainda assim, não teria coragem.

Gwen abriu o livro, e as letras suaves do interior pareciam nada além de riscos aleatórios para a garota que nunca havia antes tentado ler. Franziu o cenho, imaginando que devesse ser bem mais fácil do que parecia. Mas antes que pudesse se concentrar melhor, percebeu a presença dele com o canto do olho. Soltou o livro em sobressalto, que caiu com um baque no chão. Ela esperou uma punição, esperou que ele atravessasse todo o salão em um piscar de olhos e arrancasse a espinha dorsal de seu corpo por sua pertinência. Mas ele não fez isso. Apenas a observou com um semblante pensativo, e perguntou:
- Gostaria de aprender? - Sua voz soou rouca, e ecoou por todo o salão sem qualquer esforço. A garota pensou por um instante, procurando qualquer indício de que aquilo não passava de uma armadilha, mas deu-se por vencida na única direção que poderia ir:
- Sim.

Acordara no dia seguinte com livros espalhados pelo chão de seu aposento. Nem sequer havia se acostumado com a ideia de ter um quarto só para si, por mais que tudo o que houvesse nele fosse uma fina janela travada e uma cama de feno, pouco era mais do que o suficiente para uma gata de rua. Passou o dia inteiro tentando entender os livros, assimilando símbolos à palavras, aos desenhos em suas folhas, e foi quando aprendeu que muito do que os sacerdotes falavam não passavam de distorções para lucrar em cima de ideais bons. Gostava particularmente das histórias de Ovedo, sobre como punia os ruins com seu martelo de névoa. Gostaria que essas histórias pudessem ser reais. Mas elas não podem existir em mundo onde a maldade é tão mais palpável do que as histórias nas folhas de livros que beiram o indecifrável para a garota.

Ocupava seus dias monótomos e livrava-se da ansiedade constante de descobrir seu propósito ali mergulhando nos livros, nas histórias sobre deuses e heróis, e perguntava-se porque não encontrava seu papel ali, porque os heróis eram sempre invencíveis homens cobertos de armaduras encantadas por bruxos eruditos. Em todos os livros, nunca encontrou uma heroína, e isso a incomodou profundamente. Ela fora a melhor dos gatos de rua, ela, e não um garoto. Talvez os livros tenham sido escritos por homens que perderam para mulheres melhores do que eles. Convenceu-se disso e divertiu-se com a ideia. Não havia muito a se fazer, e pensar era seu maior passa-tempo.

Havia vezes em que procurava ver algo pela janela do seu aposento, mas a neve era tão forte do alto que enevoava a cidade. Tudo o que via eram luzes distantes de candelabros e velas,  e qualquer som da cidade silenciosa era filtrado pelo barulho forte do vento naquela altitude. Lembrava-se de quando viu o castelo a primeira vez, ainda com os olhos marejados e recuperando-se do choque de conhecê-lo. Sua mente não fora capaz de compreender o que via. Não havia nada assim em Frethes, nada sequer comparável à fortaleza do rei de Vollbrecht. As pedras negras que formavam torres por todo o alto do penhasco, erguendo-se acima de toda a capital. Os corredores infinitos do interior, que de pouco em pouco Gwen explorava, tentando se situar com um mapa mental. Não era incomum que se perdesse e acabasse voltando pro seu aposento tarde da noite, grata por ter conseguido encontrar o próprio quarto. Às vezes enquanto explorava, ouvia passos e procurava segui-los, era quando via os poucos outros escravos que trabalhavam pelo interior do castelo principal. Isso apenas servia para alarmá-la de que seu propósito ali poderia ser mais sombrio do que o deles,  uma vez que já passara-se tanto tempo desde que chegara e o rei dirigiu-lhe pouco mais do que algumas palavras.

Virou-se para a janela, rendendo-se à ansiedade agoniante que acelerava seu coração. Apoiando a cabeça na pedra fria e áspera da parede, Gwen se deixou hipnotizar-se pelo bailar da neve no ar lá fora.


Gwendoline Delmotte
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Mensagem por Aleksandr Leistkows Ter Mar 14, 2017 10:07 pm

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Pale
acompanhado por Gwendoline / verão 15º / 4º mês do ano / trilha sonora


Era verão, e dez graus era o mais quente que Aleksandr conseguia recordar-se.
Faziam alguns dias que a quantidade de civis e funcionários públicos que se dirigiam até seu saguão para reclamar havia diminuído. Era um breve momento de quietude, já que no verão a neve não costuma ser tão espessa e as ruas da Capital não são cobertas por gelo. O Festival de Hahle estava próximo, semanas atrás centenas de vampiros de Vollbrecht iniciaram uma longa viagem à caminho da Terra de Todos. Aleksandr não conseguia imaginar o quão difícil deveria ser, principalmente no verão, caminhar pelas ruas de Hahle, em um clima tropical e quente, onde a chuva só dá sua graça quando bem entende.
E se a chuva já o incomodava, imagine então o sol.
Não conseguia compreender o que tanto os atraía naquele festival mundano. Talvez o vinho, talvez as mulheres, talvez os humanos. Hahle era o maior exportador de humanos de todo o Continente pois, oras, era o reino deles. O pedaço de terra que restou, onde todos podem passar a mão e nada os acontecerá.
Não poderia negar, algo estava o deixando com uma ruga na testa de preocupação. Todas as noites, quando ficava a sós, a situação de Hahle lhe vinha à mente. O que iria fazer? Como iria ser agora que seu aliado havia morrido e seu filho tomou o trono? Quais seriam os planos de Ernoul para o futuro do reino? Caso Ernoul fosse diferente de seu falecido pai, seus civis não iriam mais poder circular livremente pelas ruas das cidades de Hahle, não poderiam se alimentar quando bem entendessem, não poderiam sequer pôr os pés. E isto o preocupava.
Chame-o do que quiser, veja-o como quiser, mas não podes negar que ele cuida e se importa com o bem estar de seu povo. Seu reino e sua prole eram as únicas coisas que o faziam passar horas ponderando sobre um único assunto, que no final poderia não ser nada a se levar a sério.
E Aleksandr passou dias amargurado, nas noites costumava sentar-se na varanda de seus aposentos, onde pode ter a visão de todo o reino, e pensar sobre o futuro de Vollbrecht.
Seu castelo era longe do centro, em uma grande colina, para chegar lá passava-se uma hora dentro de uma carruagem, seguindo uma trilha no meio de uma floresta de pinheiros gigantes e brancos, cobertos por um véu de neve. Do centro de Arethian, entretanto, conseguia-se vislumbrar nitidamente as torres do Castelo Leistkows, e das varandas do castelo podia-se ver as luzes da cidade fluindo, os portos e a movimentação. O vampiro apreciava passar horas observando a cidade até amanhecer, quando não desejava adormecer.
Adormecia quando queria, se alimentava se assim desejasse. O tempo é algo precioso e evitava ao máximo deitar-se naqueles aposentos.
Então via o sol nascer, sentia os raios fracos tocarem sua pele branca como mármore, após algum tempo começava a se sentir desconfortável, como se estivesse desidratando. É engraçado pensar que, apesar de ser o vampiro mais antigo de toda a Vollbrecht, o sol ainda o afetava.
Também passava as noites andando a cavalo pelos arredores do castelo. Muitas vezes ia até o centro para apreciar a beleza de Vollbrecht quando o sol não está no céu. Diria que a cidade é mais viva durante a noite, embora seja perigosa para escravos que decidem fugir. Vampiros recém-criados se queimam no sol e vampiros estavam surgindo de forma abundante em Vollbrecht, notavelmente com menos de 100 anos. Era um dado preocupante para Leistkows, pois eles são descontrolados e completamente loucos, bebem o sangue de qualquer criatura viva que encontrarem em seu caminho, e o Rei já viu, diversas vezes, vampiros exigindo justiça, pois um recém-criado acabara matando um de seus escravos - às vezes mais do que um.
Então era sempre agradável ver se tudo estava em ordem, visitar conhecidos ou observar as novas cargas de escravos sendo despachadas, embora fosse algo incomum pela noite.
Naquela tarde Aleksandr estava em seu trono ouvindo o último vampiro que havia lhe prestas reclamações. Ele dizia que seu escravo havia fugido e não havia o encontrado ainda, o Rei se prontificou em organizar uma pequena equipe de busca para caçar o humano.
E o homem agradeceu indo embora.
Aleksandr levantou-se de seu trono, tenso e cansado de ouvir tantos imprevistos. Ao menos não haviam sido tantos quanto o usual, pois vários vampiros haviam deixado a capital temporariamente, as ruas estavam vazias e uma calmaria temporária se fazia plena.

*******

Após banhar-se e vestir roupas limpas, decidiu que iria visitar sua mais nova escrava.
Ela passava os dias trancada em seus aposentos, lendo - ou tentando ler - os livros que ele lhe mandava. Aqueles livros não faziam falta, haviam centenas de outros títulos em sua biblioteca pessoal. Levava em mãos um que contava sobre Lithüm, O Primeiro, haviam ilustrações pintadas à mão e havia sido um presente de um nobre distante, que morava em Urga. Ele apreciava os contos que lhe contavam e pintava as cenas que imaginava para enfeitar os livros que escrevia. Aleksandr havia lido e relido aquela obra diversas vezes, a forma como ele havia retratado Lithüm não era exata, afinal de contas, ninguém poderia afirmar como ele era verdadeiramente, todavia, se assemelhava ao original.
Subiu os corredores da torre onde ficavam os aposentos dos escravos, de vez em quando via um ou outro fazendo suas tarefas designadas, eles estremeciam e se apavoravam quando percebiam que era Aleksandr subindo as escadas de pedra em forma circular.
Então, finalmente, chegou nos aposentos de Gwendoline, sem sequer bater na porta de madeira, empurrou-a sem nenhuma dificuldade e avistou, então, sua escrava observando a neve cair pela pequena janela, a única visão do mundo exterior. Ela virou-se para ele, agitada, seus olhos arregalados ao perceber o quanto não estava protegida. Ele poderia entrar e sair de seus aposentos como bem entendesse, embora preferisse ser cordial.
— Saudações, senhorita.  
Sua voz era grave, intensa, profunda e ecoou pelo aposento, fazendo-a se arrepiar. De medo, muito provavelmente. Embora não costumasse tratar escravos - principalmente mulheres - de tal forma, sentia que havia uma necessidade de ser nem que fosse pouco, mas cordial. A tratava da mesma forma que tratava os outros mortais, mas sentia um apreço por ela. Talvez por conta de seus cabelos brancos. Aproximou-se da humana sem ter seu consentimento e pôs o livro na única mesa que existia naquele minúsculo "quarto", que estava cheia de livros e um prato de madeira vazio. O cheiro dos poucos restos da comida que jazia ali há muito tempo começava a incomodar suas narinas, mas o mesmo permaneceu indiferente àquilo.
Um sorriso tênue surgiu em seus lábios, quase falso. Aleksandr estendeu a mão pálida e gelada, com veias cinzas, esperando que a mesma atendesse seu pedido de levantar-se.
Por um momento ela recuou, ele conseguia sentir seu medo, pensou que talvez fosse mais divertido desta forma.
— Peço que me acompanhe até os andares inferiores para um passeio pelo Castelo. Desejo lhe mostrar algumas coisas.  








Última edição por Aleksandr Leistkows em Sex Set 08, 2017 6:38 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gwendoline Delmotte Ter Mar 14, 2017 11:59 pm

Os flocos de neve bailavam no ar, dançando uma música que ela não podia ouvir ali dentro, a eterna canção do vento uivante. Gwen costumava dormir ouvindo-o uivar alto através das telhas nos telhados de Frethes. Se durante o dia a cidade era punida pelo vasto deserto à sua volta com temperaturas desesperadoras, durante a noite ele se desculpava com um frio intenso. O céu, completamente estrelado, raramente era interrompido por alguma nuvem, e a gata branca costumava se perguntar sobre a natureza das coisas, "Se Niarus não existe, quem é o céu?". A lembrança levou a garota em uma cascata de memórias, e ela permaneceu ali por mais tempo do que consegue se lembrar, observando a neve caindo. "Se Ocuna traz a chuva, que deus chora a neve?"Até que a dança suave dos flocos mudou, e eles passaram a cair freneticamente, passando como borrões pela janela quando uma nevasca aproximou-se do castelo. Como em resposta, a porta do seu aposento abriu-se abruptamente, com um rangido suave. A garota virou-se em sobressalto, encostando o corpo contra a parede, e lá estava ele, parado na entrada do quarto. Sem nenhum aviso, nenhum barulho. Ele simplesmente estava lá, e não havia nada que ela pudesse fazer para evitar isso.

Fazia pelo menos um mês inteiro desde que o vira a última vez, e perguntava-se e voltaria a vê-lo ou passaria o resto de sua vida condenada à mesmice do seu confinamento entre as paredes de pedra fria do seu aposento. No começo, gostava da ideia, contanto que ficasse longe dele. Mas depois de tanto tempo sozinha, sem ouvir nada além da própria voz, pôde ter desejado em algum momento que alguma coisa acontecesse, qualquer coisa de diferente o suficiente para quebrar a monotonia de dar nomes às lágrimas da neve. Mas vendo-o ali, diante dela, tirara de si qualquer expectativa em vê-lo. Perguntou-se como podia ter esquecido a sensação de olhá-lo nos olhos e encarar os rubis escarlates que cuspiam vileza. Mas ao mesmo tempo, sua feição, ainda que dura, não era nada como as histórias descreviam. Ele não possuía olhos de fogo, ainda que estes fossem incandescentes, não possuía dentes tão longos e afiados que não cabiam dentro da própria boca: pelo contrário,se não fosse por sua palidez excessiva e seus olhos vis, ela não teria visto nada nele que lembrasse o vampiro das lendas. Seus pensamentos foram arrancados de si quando ele falou. Arrepiou-se não por sua voz ser grave ou por ele possivelmente ter sido grosso, pelo contrário, ele parecia dedicar uma atenção especial para ser cortês. Arrepiou-se porque sua voz poderia ser a última coisa que ela ouviria. Sentiu falta da canção do vento uivante.

Prendeu a respiração quando notou que ele se aproximava. Seus passos eram suaves e ele parecia andar com uma graciosidade que nunca viu nenhum nobre possuir, todos eles pareciam se esforçar ao máximo parecer cordiais e gentis, mas a ignoravam completamente quando passavam pelas ruas, pomposos em seus trajes de seda que não era nada além de trapos comparados à vestimenta do deus do frio, que se movia com tanta naturalidade que parecia inerente à ele. Foi quando ele colocou um livro em sua mesa de madeira que percebeu que ele talvez só tenha ido levar até ela algum livro novo, já que já havia lido os outros inúmeras vezes, buscando entender as palavras neles escritas. Esse novo livro era diferente dos outros, sua capa de couro possuía, encravada em um vermelho metálico, uma única palavra no meio de sua face escura. Uma única palavra que ela não compreendia, mas que já ansiava por descobrir. Lutou contra o impulso de pegar o livro, mas notou que o rei não esperava algo diferente. Então rendeu-se, tocando suavemente com seus dedos na capa rugosa do livro. O couro estava frio, talvez tão frio quanto a mão do rei, no outro lado da capa do livro. Olhou para seus dedos pálidos, para forma como calos antigos davam à eles a aparência forte de um guerreiro que lutou mais guerras do que suportaria lembrar.

Seu coração falhou por um instante quando a mão dele se moveu, vindo em sua direção. Mil coisas passaram pela cabeça de Gwen, e ela lembrou-se de tudo que a gata branca já havia aprendido. De como poderia tentar correr por cima da cama, de como a porta ainda estava aberta. Sentiu seus músculos enrijecerem, mas soltou o ar preso em seus pulmões, rendendo-se. Não havia nada que poderia fazer. A gata branca estava morta, e aquele não era um nobre exigindo seu dinheiro de volta: era alguém cujo qual as riquezas são incalculáveis, alguém cujo qual o material deixou de importar quando a própria essência do tempo curvou-se para sua existência eterna. E então, ele dirigiu-se à ela.

Suas palavras, ainda que em tom cortês, não demonstrava qualquer sentimento ou intenção escondido nas entrelinhas. Levantou seus olhos até o rosto do rei, marcado por um suave sorriso no canto da boca, e percebeu que aquele não era um homem que faz pedidos, mas que era atencioso o suficiente com suas palavras para fazer parecer que a escolha era inteiramente dela. Não era, e ela sabia disso.

Levou sua mão até a dele, e ele a apertou suavemente, quase cobrindo-a por completo devido ao seu tamanho diminuto. A única coisa que havia em comum entre os dois era a cor pálida, apesar de que a dele parecia ser ainda mais. O rei de Vollbrecht recuou suavemente, dando espaço para que Gwen levantasse, e ela o fez, ainda receosa, mas focada em não demonstrar qualquer receio. Não seria uma gata medrosa. Nunca foi, e não seria mesmo diante do rosto da morte. Não seria.

Ele soltou-a com delicadeza, caminhando até a porta, e ela seguiu seus passos logo atrás, com a cabeça suavemente abaixada. Via, com o canto do olho, a forma como as costas do rei retesavam suavemente quando descia os degraus da escadaria circular. Seu corpo subia e descia com cada passo meticulosamente medido sem demonstrar qualquer esforço em ser suave. Enquanto desciam, permaneceram em silêncio absoluto, Aleksandr em seu costumeiro andar suave, e a gata branca usando de suas antigas técnicas de passos leves. Parecia errado fazer qualquer barulho desnecessário na presença dele. Não conseguia entender por quê, mas sentia a necessidade de não pisar em falso.

Passaram por grandes portas de madeira, algumas o rei abriu e entrou, e ela foi atrás, passando por longos corredores retilíneos que cortavam todo o castelo. Foram além do que ela jamais explorou, e pelas janelas nas laterias os corredores, ela viu a nevasca suavizar e agravar, transitando entre estados diferentes a medida que o sol escondia-se e revelava-se em um jogo que só ele e as nuvens entendiam.

Então pararam diante de um grande portão de madeira avermelhada, cortada por inúmeros painéis luxosos de prata. O rei colocou as mãos suavemente na madeira polida, e empurrou com a facilidade de quem abria uma simples porta. Gwen sentiu um aperto no seu estômago quando viu o homem parado à sua frente enquanto as pesadas portas arrastavam-se pelo chão com um som grave que ecoou por todo o corredor. Então o rei caminhou para dentro do salão, e Gwen não conseguiu se mover diante da visão.

Parecia que a nevasca havia passado completamente, e por todo o gigantesco salão, inúmeros vitrais de vidro fosco filtravam à luz do sol, espalhado-se periodicamente até o fim. Lustres acesos tão grandes que tomavam grande parte da abóboda do teto pendiam, pendurados por inúmeras finas correntes reluzentes. Sua cabeça pendeu para trás quando tentou ver o fim do teto, que terminava em uma curva abóboda marcada com inúmeras pinturas abstratas. Abaixou a cabeça devagar, e seus olhos repousaram em uma estranha mesa no meio do salão. Era escura e parecia pouco prática, uma vez que uma tábua sinuosa de madeira erguia-se em diagonal de sua face superior, apoiada por dois bastões escuros. Ao lado do móvel incomum, o rei de Vollbrecht a observava atentamente, como se buscasse ver através da garota.

E talvez conseguisse. Já esperava se surpreender mais.


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Mensagem por Aleksandr Leistkows Qua Mar 15, 2017 12:20 am

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acompanhado por Gwendoline / verão 15º / 4º mês do ano / trilha sonora


Durante todo o percurso até a sala de música, Aleksandr conseguia sentir o esforço da humana para ser sutil.
Pensava ser cômico.
Quando as portas de madeira abriram, revelando seu local preferido em todo o castelo, virou-se para a escrava albina, notando em seus olhos uma surpresa inexplicável. Ela parecia abismada. Não conseguia imaginar o que a mesma estava sentido ao ver aquele local, que provavelmente nunca viu em toda a sua vida. Através das janelas de vidro temperado num tom avermelhado, os flocos de neve caíam rapidamente, quase como se estivessem com pressa, como se o céu estivesse raivoso.
O sorriso em seu rosto revelou-se novamente. Um sorriso traiçoeiro e mentiroso, que nem o mais talentoso bruxo conseguiria decifrar. A mente de Aleksandr era um abismo de ideias e pensamentos que ele sequer tinha total controle; um abismo organizado meticulosamente, entretanto. Sabia qual seria o próximo passo e as consequências deste, sabia o que o outro iria fazer a seguir e sabia como reagir à isto. Seu perfeccionismo e obsessão faziam parte dele da mesma forma que sua pele fazia parte de seu corpo. E assim como uma cobra trocando de pele, a figura de Aleksandr desapareceu.
Não, não desapareceu, se modificou.
Em um piscar de olhos, Aleksandr não estava mais ali. Em seu lugar, um espectro negro, uma fumaça escura massiva flutuava no ar como uma pluma, girando em torno de si.
E subiu, deslizou, enquanto fazia uma dança enigmática, bela, delicada.
Ao redor do espectro, uma fumaça preta que deixava rastros breves no ar.
Então este espectro seguiu caminho até o outro lado da sala, atrás do piano preto com detalhes dourados, e assim como sumiu, fez-se novamente a forma natural. Aleksandr tomou sua forma, enquanto a fumaça desaparecia ao seu redor.
E ele observou, quase como horrorizada, a pobre criatura ainda na porta, o olhando com um olhar que ele havia visto muitas vezes. Ele sorriu, desta vez orgulhoso consigo mesmo. A sensação em ver aquela expressão no rosto de Gwendoline foi prazerosa. Ele estendeu a mão novamente para ela, aproximando-se do piano, chamando-a para se aproximar e ir até onde estava.
— Não tenha medo, criança.  
A voz ecoou pela sala grande e extensa.
— Não irei lhe machucar.  
Abaixou a mão então, e caminhou lenta e graciosamente até o piano, sentando-se no assento acochoado.
— Venha, junte-se à mim.  








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Mensagem por Gwendoline Delmotte Qua Mar 15, 2017 1:35 am

A neve caia suavemente pelo espaço entre as janelas. As plumas suaves de gelo dançavam no ar, sopradas pelos ventos tão distantes do seu lar. A neve dançava sua canção favorita, uma canção que não ouvia há muito tempo. A luz que penetrava o ambiente era suave, filtrada pelas janelas de vidro denso, e quando o rastro luminoso tocava nas neves bailantes, elas acendiam como se chovesse brasa no salão.

Gwen deu o primeiro passo.

O gato preto dançou a sua volta, fingindo que seus pequenos dedos juntos à sua face eram as presas de seu herói secreto. Ele fazia sons estranhos, buscando roubar de Gwen um sorriso sorrateiro. Ele era bom nisso. Ele era sincero, não era como ela. Não merecia a vida que vivia. Era tão inteligente, tão inocente. Conseguia ver bondade em todos. Será que não era para ele estar onde ela estava agora? Será que ele, dentre todos, veria bondade na face do mal?

Gwen deu o segundo passo.

Ela se escondia embaixo do próprio capuz, tentando proteger a boca e os olhos da tempestade de areia que atingia a cidade. Não conseguia ver um palmo à sua frente, e tudo o que conseguia distinguir eram sombras movendo-se com lentidão, protegendo as próprias cabeças enquanto tudo era varrido pela natureza que dá e toma. Nas sombras, viu, de canto de olho, uma única sombra parada. Ela olhou em sua direção, e a forma suavemente desapareceu. Essa sombra não pertencia à suas lembranças. Era Aleksandr, e ele não estava lá. Não tinha como está. Não conseguia manter o controle dos próprios pensamentos sem tê-los invadidos por ele.

Gwen deu o terceiro passo.

"Ele é feito de sombras, gata branca. Mas nem sempre foi assim." A garota voltou à memória anterior, sendo chamada pela fina voz famliar. O gato preto ajeitou-se no telhado da casa, virando-se para olhar nos olhos de azul acinzentado da gata branca. "Quando nasceu, fora adotado pelos deuses por sua pureza. Era tão branco que se assemelhava à Ovedo." E apontou para as nuvens, com os olhinhos brilhando. "Seus cabelos pendiam ao lado de seu corpo, tão longos e volumosos que imitavam o ondular das ondas de Ocuna. "E brincou com as mãos no ar, fingindo um mergulho em direção ao vazio do céu escuro. "Ele era muitas coisas, gata branca. E o Horizonte o levou antes da hora. Tão apaixonados por ele os deuses ficaram que não esperaram a criança amadurecer ou sequer morrer e o tiraram dos braços de sua mãe." E abraçou o próprio corpo, voltando a se deitar. A voz do gato preto suavizou.

Gwen deu o quarto passo e tropeçou.

"Tomado pelo ódio por ter sido separado de sua mãe, ele tramou uma terrível vingança contra os deuses. Arrancou das mãos de Ovedo seu martelo das névoas e usou o próprio Vriemen para ferir Ocuna, a mãe de todos. Naquele dia os mares de todo o mundo tornaram-se negros, e choveu por dias." A voz do gato preto tornou-se carregada, e ele parecia sentir profundamente aquela história. Ele olhou para gata branca com os olhos marejados. "Eu não quis matá-la. Ela me tirou da minha mãe também, gata branca. Eu só queria voltar para casa. O Aleksandr me entenderia se pudesse me ouvir. Eu fui banido como ele foi. Ele, sentenciado a vagar sem nunca morrer para reencontrar a paz do Horizonte. Eu, preso aos telhados, sem nunca encontrar o caminho de volta para casa. Eu só tenho você agora. Você e o meu deus da morte."

Gwen caiu de joelhos no chão, apoiando-se com as mãos. Seus olhos marejaram, mas ela lutou contra o choro.

Era verdade.

Aleksandr Leistkows é feito de sombras.

Ela vira com os próprios olhos.


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Mensagem por Aleksandr Leistkows Qua Mar 15, 2017 3:02 pm

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acompanhado por Gwendoline / verão 15º / 4º mês do ano / trilha sonora


Aleksandr observou a humana se aproximar lentamente, quase desistindo, com o olhar vazio, desfocado, olhando para lugar nenhum. Seu corpo pequeno, pálido e frágil estava ali, há alguns metros de si, mas sua essência viajara para longe. Ela não estava com ele, mas sim em outro lugar, em outra época, em memórias ou pensamentos que a assombravam. A assombração, na verdade, era ele. E o vampiro sabia disto. Enquanto Gwen se aproximava, Aleksandr passou os dedos gelados e brancos como osso pelas teclas do piano, afastando a poeira que ali havia se acumulado. Havia algum tempo que ele não sentava-se ali, talvez meses. Quando se é o líder de uma nação, coisas são tiradas de você abruptamente, uma delas é o tempo disponível.  Na primeira vez que viu um eterno, Aleksandr sentiu um pavor terrível, que despedaçou sua coragem e abriu o chão sob seus pés, fazendo aquele pobre rapaz de vinte e poucos anos se tornar uma criança covarde com medo das sombras entre as árvores entre as árvores de uma escura floresta. Lithüm era formidável. Exalava um poder que ia além de seu alcance. No momento em que o viu pela primeira vez, Lithüm sugou sua "alma". Ele entendia, de certa forma, como era para um humano presenciar o poder vampírico pela primeira vez. Era estupendo, horrorizante, magnífico. As sombras flutuando no ar, os morcegos modelando uma dança, a mente obedecendo as ordens sem pestanejar, a rapidez nos atos, a comunicação pela mente; uma voz que ecoa em tua cabeça, arrepiando até o mais corajoso homem. Afinal de contas, já fora humano ele mesmo, já se surpreendera, já temeu sua vida nas mãos de um eterno. E havia sido O Primeiro. Então, quando viu a humana cair de joelhos no chão, com os braços fracos sustentando o peso de seu próprio corpo, Aleksandr entendeu. Havia a assustado profundamente. Suspirou, como se seus pulmões ainda necessitassem de oxigênio, levantou-se lentamente do assento e retirou sua capa preta com detalhes dourados, que cobria seus braços e grande parte de seus ombros, deixando apenas um colete dourado com detalhes de renda sutis no mesmo tom. Em um piscar de olhos já estava em sua frente.
Agachou-se, nunca havia estado tão perto de Gwendoline e se aproximou. Ela pulou para trás, como uma gata assustada e Aleksandr a acompanhou, aproximando-se novamente. Ela estava sentada no chão, com lágrimas nos olhos que não se permitiam cair, o cabelo estava bagunçado e o olhar petrificado nos olhos dele. Agora ele viu que ela estava ali novamente. Algumas mechas do cabelo de Aleksandr caíram sobre seu olho esquerdo, e ele as afastou graciosamente, sem tirar o olhar dos olhos azuis da humana. Sentiu suas presas se revelarem em seus caninos, e sorriu, um sorriso  aberto e largo, fitando os olhos da escrava.
— Perdoe meu impulso.
As presas retornaram para o tamanho ocasional e ele se satisfez em saber que havia causado a reação que planejava.
— Ocasionalmente prefiro fazer um atalho. Qual o sentido em caminhar quando se pode chegar à seu destino apenas mudando sua forma? —
Seu sorriso desapareceu e deu lugar a um olhar afetivo. Algo que, embora não fizesse com frequência, não significava sinceridade. Então Aleksandr levantou a mão direita e flutuou até o rosto da humana, acariciando levemente seu rosto, quase como o carinho de uma mãe para com seu filho recém concebido. Seu toque era leve, quase imperceptível, mas gelado como a morte, sem cor, sem vida. Com a outra mão depositou as mechas de cabelo que estavam caídas sobre seu rosto atrás de sua orelha, deslizando o polegar por sua bochecha corada. Estava tão perto dela que conseguia sentir o cheiro forte de  seu sangue correndo em suas veias, artérias e vasos sanguíneos.
— Se minha intenção fosse matá-la, já o teria feito, escrava.
Sua voz forte fez o coração da escrava saltar. Novamente apavorada.
— Eu sou um bom rei para meu povo, senhorita. Sou fiel e cuido deste reino como se este fosse uma parte de mim... Mas quando sou ruim...  
Aleksandr deslizou o rosto até o ouvido da humana, deixando a ponta de seu nariz e seus lábios roçarem por sua pele quente.
Quando sou ruim, sou pior do que eles contaram.
Sussurrou com a voz fria. E subitamente se afastou dela, levantando-se e virando-se para o piano.
— Então peço gentilmente para que me acompanhe. Venha, sente-se. Não a tirei de seus aposentos para horrorizá-la. Ao menos, não para isto, apenas.  
Ele falava como se nada houvesse acontecido, ignorando a forma que a humana se sentira. Aleksandr, então, foi até uma pequena mesa na lateral da sala e balançou um sino dourado e muito barulhento, aguardando um dos escravos surgir na porta. Demorou apenas alguns segundos para a porta gemer e ser aberta, provavelmente porque ele estava próximo, e sabia que seu mestre não suportava esperar.
— Traga as bandejas para mim, por gentileza, meu jovem.  
E o homem, apavorado, fez que sim com a cabeça, virando-se para sair. Aleksandr notou que Gwendoline estava de pé próxima ao piano. O homem retornou alguns minutos depois com duas bandejas. Ambas douradas, uma com uma taça grande de vidro e outra com um prato de mármore decorado com detalhes dourados e comidas diversificadas - de pedaços sutis de carne à grãos como arroz, vegetais e frutas. O pulso do homem estava enfaixado, denunciando que ele havia preenchido a taça com seu próprio sangue. Aleksandr sorriu para o homem após ele colocar as bandejas na mesa, e o homem se retirou rapidamente. Graciosamente, caminhou atpe a taça e a pegou. Virou-se para a humana e fez sinal para ela sentar-se, levando a taça até sua própria boca. Saboreou o sangue por alguns segundos, seus lábios coraram num tom vermelho escuro.
— Não tenhas medo. Pode vir e escolher o que deseja comer, ou pegar o prato inteiro. É todo seu.








Última edição por Aleksandr Leistkows em Sex Set 08, 2017 6:35 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Gwendoline Delmotte Qua Mar 15, 2017 11:44 pm

O mundo desapareceu à sua volta em turbilhões de luzes. Seu coração batia em descompasso, tão forte que doía dentro de sua própria carne, rasgando-a por dentro, clamando por uma liberdade que nunca alcançaria, despedaçando-se em sangue que nunca escorreria para fora do seu corpo, da sua prisão.

Gwen cerrou os punhos, e por baixo de sua pele de aparência tão frágil, seus músculos retesaram-se; suas veias azuladas incharam suavemente, criando uma suave elevação. Ela fechou os olhos com força, e então sentiu uma sopro súbito de ar. Levantou a cabeça, e lá ele estava, diante dela, com um olhar impassivo, inlegível. Todo seu corpo reagiu no mesmo instante. Jogou-se para trás, impulsionando-se com as mãos fechadas e caiu inutilmente no chão, escorregando por alguns instantes com as nádegas no mármore frio.

O vampiro cobriu a distância com tanta facilidade e graciosidade que tornou seu movimento frívolo.

Sentia os olhos arderem enquanto lutava contra o impulso de desabar, mas sabia que não poderia. Não seria um clichê. Levantou o rosto em sua direção, e estava lúcida. Estava ali, naquele momento, sentindo toda dor e desespero que havia sido reservada para ela. Precisava sentir, e precisava sobreviver à isso. Sua coragem vacilou quando o rei sorriu, e suas presas tornaram-se visíveis através de seus lábios. A garota podia jurar que viu elas se moverem suavemente, escondendo-se. Era como se a sombra que o formava possuísse suas formas de manifestações. Engoliu em seco, e achou ter sentido uma lágrima escapar dos seus olhos. Esperava que não.

Ouviu-o com atenção, e pensou consigo mesma sobre como era a primeira vez que ele lhe dirigia mais do que algumas breves palavras, embora não compreendesse inteiramente o que ele queria dizer. Então ele mudou subitamente de postura. Seus olhos suavizaram, e os tons escarlates reluziram por um instante em que um raio filtrado de sol escapou pela janela. Um semblante de pura tranquilidade suavizou as linhas duras de seu rosto, e ele aproximou-se dela, mais perto do que jamais esteve, e estendeu a mão para tocar seu rosto. Todos os sentidos da gata branca rugiram naquele instante, gritando para que se afastasse, mas de repente, eles pareceram fáceis de ignorar. Algo no olhar dele, em seu gesto, parecera fazer com que aquilo era exatamente o que devia fazer, e por isso, não cedeu ao medo, mas sim ao estranho sentimento de necessidade de alcançar as expectativas dele. O mesmo velho sentimento que a fez se esforçar para controlar seus passos leves.

Então a pele da mão dele tocou em seu rosto, e o frio do toque espalhou-se por todo seu corpo, arrepiando-a por completa. Seus dedos, por mais que tocassem apenas suavemente o seu rosto, eram tão frios que chegavam a doer, formigando toda sua bochecha. Mas isso não parecia a incomodar tanto quanto deveria. Seus olhos ainda estavam vidrados nos rubis ensanguentados que quebravam a palidez do rosto de Aleksandr. Com a outra mão, ele puxou uma das mechas prateadas da garota, ajeitando-a atrás de sua orelha, e seu toque foi frio como o da neve que teimava em invadir o  espaço das grades da jaula que a trouxe para o seu destino. E então lembrou-se. Lembrou-se de onde estava, de quem ele é, e de tudo o que havia sofrido. A mudança súbita em seu olhar deve ter alertado o eterno, que sussurrou palavras sombrias. Se sua mera voz era capaz de fender os alicerces de quem Gwen é, as palavras duras foram além. Perdeu o controle por um instante novamente, e seu coração acelerou sem ela nunca ter percebido que havia se acalmado. Ele parecia estar jogando jogos com ela, e ela sabia disso, no fundo, e sempre fora boa em se livrar dos jogos de Vandro. Mas com ele parecia diferente, não havia desvio, não havia entrelinha em qual se agarrar. Mal haviam palavras. Nenhuma das histórias do gato preto a teriam preparada para aquilo.

Então ele avançou suavemente, e sussurrou em seu ouvido quase como se pudesse ler seus pensamentos. Não poderia, certo? Não era justo. Era o único lugar que restava que ainda era dela. O único lugar no mundo em que ela podia chamar de seu realmente. Sua respiração arfava, e a garota sentiu seu corpo inteiro formigar. Até que ele afastou-se, quebrando instantaneamente a tensão. O ar escapou dos seus pulmões, e ela não lembrava de ter se sentido tão aliviada.

O rei dos eternos caminhava em direção à estranha mesa, falando com toda tranquilidade de que tudo aquilo nunca havia acontecido. Era como se já houvesse esquecido. Mas ela sabia que não.

Levantou-se ainda trêmula, e o barulho repentino do sino sendo tocado a fez recuar alguns passos. O rei não demonstrou se notara ou não. Então um homem pequeno abriu a porta, atravessando o salão com passos rápidos, mas silenciosos. Parecia que todos ali sentiam a necessidade de não fazer nenhum barulho além do necessário, e isso parecia se estender para a cidade do silêncio. O homem voltou para o corredor de onde veio, apressado em atender ao desejo do rei, que falara de forma tão natural quanto pedira para ela acompanhá-lo escadas abaixo, ou quando pediu para que se sentasse com ele. Era o mesmo tom tranquilo que despertava nela o desejo de atendê-lo. O homem voltou logo depois, e o cheiro do banquete que trazia o denunciou muito antes que aparecesse no corredor. Gwen nunca dispensara comida, e parecia sempre sentir uma fome imensa em seu interior, e sempre ligara isso com o fato de nunca ter comido bem o suficiente. Ver aquela grande bandeja de comida a fez pensar se talvez aquela não fosse a oportunidade de saciar essa fome que a acompanha desde criança. Mas não sabia, também, se aquilo não passava de um teste. Como deveria se portar? Aquela comida realmente era para ela comer, ou só dele?

Foi quando notou, no pulso do homem, uma atadura mal feita e manchada de sangue. Seus olhos foram rapidamente para a taça de vinho espesso equilibrada na bandeja, e ela percebeu seu engano. A refeição de Aleksandr era sangue. Sentiu seus músculos retesarem quando ele pegou a taça e deu um gole suave, fazendo sinal com a mão para que ela se sentasse à mesa estranha. Seus lábios estavam tingidos por um tom forte de vermelho, e seus olhos pareciam responder àquilo, como  se o que quer ele fosse realmente, por trás de qualquer máscara ou  jogos de enganações, regojizasse ao ser alimentado por sangue.

O escravo não parecera se incomodar, pelo contrário, seu semblante vazio e a mancha de sangue que aumentava suavemente na atadura apenas revela a forma em que já convivera com isso por tanto tempo que já se tornara rotina. E era ser ele um dia que mais a aterrorizava.

Sentou-e à mesa, e o apoio para seu corpo foi bem recebido, causando um alívio instantâneo à seus joelhos moles. Olhou para a bandeja de comida à sua frente, equilibrada na parte reta da mesa estranha, e pensou consigo mesma se realmente seria sensato não comer. Por mais que houvesse perdido a fome, talvez uma mordida no pão fosse satisfazer o rei, que a observava por trás do vidro da taça que bebericava. Seus olhos reluziam através da superfície vítrea, dando à eles um aspecto distorcido que fez Gwen se perguntar se essa, talvez, não fosse sua verdadeira forma. Ela respirou fundo, e levou a mão até um pedaço de pão. Seus dedos pressionaram a crosta crocante da massa, e ela estranhou a forma como ele era macio por dentro quando mordeu-o. Estava quente ainda, e a crosta crocante misturava-se com o sabor do interior que derretia em sua boca, e a garota logo deixou-se levar por sua fome. Por mais que ainda cuidadosa, aguardando alguns instantes entre uma mordida e outra, ou um pedaço de carne e uma mordida em alguma fruta, ela sentia um alívio crescente. Se fosse morrer, havia ao menos experimentado algo novo. O sabor de comida fresca. Não que a que comia em seu quarto fosse ruim, na verdade, era melhor do que qualquer coisa que havia comido até então. Mas até que o prato subisse todas as escadas, o pão e os grãos já estavam frios. A sensação de comê-los quentes, e ainda com o luxo que era para ela poder experimentar carne, era indescritível.

Com o canto do olho, ainda cuidadosa, observava como Aleksandr apenas bebericava de seu copo, observando-a atentamente, com seu semblante ilegível. Ela já estava quase desistindo de tentar decifrá-lo, e a comida era distração o bastante.


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Mensagem por Aleksandr Leistkows Sex Set 08, 2017 6:23 pm

vampire royalty


Pale
acompanhado por Gwendoline / verão 15º / 4º mês do ano / trilha sonora


Os flocos de neve caíam do céu com uma leveza exuberante. Brancos, frágeis, intocáveis. O tempo passou como um segundo, o rei branco sentou-se numa cadeira, a maior de todas (e a única com assento aveludado de cor vinho) que estava à mesa, bebeu sua taça até o último gole tranquilamente, parecia não perceber nada ao seu redor exceto o gosto extasiante de sangue que dominava sua mente como um parasita, uma sensação quase orgásmica de prazer e saciação indescritível, enquanto tudo ao seu redor parecia desfocado e opaco, os sons já não faziam sentido, as palavras estavam bagunçadas e inteligíveis, o mundo ao redor ficou mudo e seus olhos que agora pareciam brilhar um brilho vermelho e vivo não via nada além de borrões imperceptíveis. Seus lábios se entreabriram quando ele finalizou sua taça, a pousou sobre a mesa e deixou o líquido vermelho deslizar por sua língua e sujar seus lábios brancos. Ao abrir os olhos brilhantes, pegou um lenço vermelho que estava ao lado do prato dourado e intocável, limpou seus lábios finos e passou a língua antes pálida e opaca, agora em um vermelho pulsante, pelas presas brancas e reluzentes enormes e meio curvas que pareciam disputar espaço em sua boca, limpando o sangue que havia restado nelas. Sua aparência agora parecia ter mudado, ele estava mais pálido, ao redor de seus olhos havia uma coloração meio avermelhada, veias roxas meio azuladas estavam começando a desaparecer lentamente de seu rosto (se situavam ao redor dos olhos, da boca e bochechas); veias estas que pareciam pulsar devagar quase imperceptivelmente enquanto sumiam. Sua boca estava vermelha e corada, suas bochechas rosadas e sua pele parecia estar aveludada e brilhante. Qualquer pessoa que olhasse para aquela criatura teria certeza que ele não era humano e muito menos um vampiro qualquer, em seus milhões de anos já adquiria uma aparência extremamente diferente dos demais, nada superava aquela beleza assustadoramente angelical, que parecia sair dos mais tenros sonhos. Ele era majestoso e disto nem mesmo o mais odioso lobisomem poderia discordar. Suas mãos tremiam enquanto ele controlava o êxtase após consumir sangue humano. Ele esboçou um sorriso grande que poderia ser interpretado como hostil, embora o vampiro fosse indecifrável.
Aleksandr a esperou finalizar a refeição, assistindo-a comer ferozmente como se nunca houvesse visto um pedaço de carne macia e ensaguentada na vida, ou frutas frescas, ou pão quente...
— Mein lieber, meine reinheit... Du bist zerbrechlich und klein, mehr charmant...
Murmurou com um sorriso no canto da boca, sabendo que ela não entenderia. Já não se lembrava nitidamente de todos os detalhes de sua vida humana, embora recordasse nitidamente de todas as lembranças após a chegada de Lithüm. Recordava dele nitidamente como se houvesse acabado de conhecê-lo. As asas do destino queriam assim e assim foi. Quando Lithüm morreu, Bukhard, seu pai, dizia que a doença de ambos iria acabar e eles ficariam saudáveis novamente, suas almas não estariam mais condenadas e a escuridão que habitava dentro deles já não os acompanharia mais, pois seu interceptor estava morto, sua essência desaparecera nas teias do universo.
E ele acreditou, mas não se cumpriu. Sua maldição o seguiu assim como sua sombra.
— Vamos, senhorita, me acompanhe.
Levantou-se sem pressa, caminhando lentamente até a escrava que limpava os dedos em um lenço que estava na mesa. Estendeu a mão para ela, que ainda estava com a boca cheia de comida e a fez levantar-se, caminhando despreocupadamente para fora da sala, sentindo e ouvindo a menina o seguir.






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